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terça-feira, 24 de abril de 2012

Vereador Natalini convida para 11º Conferência Municipal de P+L 08/05/2012

domingo, 6 de novembro de 2011

Brasil será primeiro a utilizar biocombustível na produção de energia no Continente Antártico

Nielmar de Oliveira
Repórter da Agência Brasil

Rio de Janeiro - Uma parceria entre a Petrobras e a Vale Soluções em Energia (VSE) vai tornar o Brasil o primeiro país a utilizar biocombustível para produção de energia no Continente Antártico. O etanol, fornecido pela Petrobras, e o motogerador da Vale Soluções já chegaram à Antártica.

Segundo a estatal, os equipamentos, que saíram do Brasil em outubro, estão sendo desembarcados na Estação Antártica Comandante Ferraz, da Marinha, e logo terá início o programa científico. A iniciativa faz parte de um acordo de cooperação firmado entre a Petrobras, a Vale Soluções em Energia (VSE) e a Marinha.

Pelo acordo, a Petrobras fornecerá os 350 mil litros de etanol necessários à operação e, por meio de acompanhamento tecnológico, validará a utilização do etanol em condições de baixa temperatura. “A companhia reforça, com a iniciativa, sua atuação de vanguarda no uso do etanol para a produção de energia elétrica”, diz nota divulgada pela empresa.

O motogerador a etanol é produzido pela empresa VSE - uma sociedade entre a Vale e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) - que desenvolveu uma tecnologia totalmente nacional para que motores pesados possam gerar energia limpa, usando etanol sem qualquer tipo de aditivo. O sistema inclui um sofisticado equipamento de controle e comando pela internet.

O projeto é beneficiado pela Lei da Inovação, por meio da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), que promove e incentiva o desenvolvimento de produtos e processos inovadores voltados para atividades de pesquisa.

De acordo com a nota, após a montagem do equipamento, terá início um programa científico de avaliação para garantir que todos os requisitos de segurança operacional estejam adequados às rigorosas condições impostas pelo clima antártico.

A estação brasileira é operada pela Marinha e foi instalada na Baía do Almirantado, localizada na Ilha Rei George, no verão de 1984. A partir de 1986, passou a ser ocupada anualmente e guarnecida por militares da Marinha e pesquisadores, podendo acomodar 30 deles, além do pessoal de apoio e manutenção. A estação tem laboratórios destinados às ciências biológicas, atmosféricas e químicas.

Edição: Graça Adjuto

sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Parceria do Brasil com a Alemanha vai mover carro com gás de esgoto

Experimento-piloto funcionará em estação de tratamento de Franca (SP). Frota de 49 veículos será abastecida com combustível alternativo.



Uma experiência inédita no Brasil, fruto do convênio entre instituições públicas do país e da Alemanha, pretende transformar o gás liberado no processo de tratamento de esgoto em combustível para automóveis, no intuito de diminuir o consumo de petróleo e reduzir as emissões à atmosfera de dióxido de carbono.

O projeto-piloto será implantado pela Companhia de Saneamento Básico de São Paulo (Sabesp) na cidade de Franca, no interior paulista, após firmar convênio com o Instituto Fraunhofer, de Stuttgart, em Baden-Württemberg.

Com investimento estimado em R$ 6 milhões, sendo que R$ 5,1 milhões serão aplicados pelo governo da Alemanha por meio da Iniciativa Internacional de Proteção Climática, do Ministério do Meio Ambiente, a estação de tratamento de esgoto (ETE) de Franca será equipada com um biodigestor que vai captar diariamente 2.700 m³ de biogás e irá enriquecê-lo com a inserção de componentes químicos para que se transforme em 1.800 m³ de biometano, que tem o mesmo poder calorífico da gasolina.

“Um metro cúbico de biometano equivale a um litro de gasolina. Este produto resultante do tratamento do esgoto será aplicado na frota de veículos da Sabesp que atende a região de Franca”, diz Werner Sternad, pesquisador da área de Biotecnologia Ambiental e Engenharia de Bioprocessos do Instituto Fraunhofer.

Proteja a fauna e a flora do Brasil no novo game do Globo Natureza: Missão Bioma

Franca (Foto: Divulgação)À esquerda, estação de tratamento de esgoto de Franca, no interior de São Paulo. À direita, exemplo de ônibus que é abastecido com biogás enriquecido a partir do tratamento de esgoto. Parceria entre Brasil e Alemanha prevê investimentos de R$ 6 milhões em projeto inédito no país (Foto: Divulgação)

De acordo com Américo de Oliveira Sampaio, superintendente de pesquisa e desenvolvimento e inovação tecnológica da Sabesp, 49 veículos da estatal paulista serão abastecidos com este gás. “Haverá uma economia de 1.800 litros de gasolina por dia e uma redução nas emissões de CO2”, afirmou Sampaio ao Globo Natureza. Ele ressalta ainda que a substituição representará uma economia de 10% do consumo atual de gasolina e álcool.

Estimativa da organização ambiental World Resources Institute, sediada em Washington, nos Estados Unidos, é que cada litro de gasolina emitiria cerca de 2,28 kg de CO2. Com o experimento, anualmente haverá a redução de aproximadamente 1,5 milhão de toneladas de dióxido de carbono com o reaproveitamento do gás.

Energia Elétrica
Segundo Sternad, a técnica de transformação do biogás de esgoto em combustível já ocorre em cidades como Estocolmo, na Suécia, e em Berna, na Suíça.

“Na Alemanha esta tecnologia já existe há 15 anos, mas o biogás proveniente do tratamento de esgoto é destinado à produção de energia elétrica. O governo oferece um incentivo de 0,14 centavos de euro por KWh até 2020”, disse. A prática é uma das alternativas de inserir energia limpa à rede e substituir as usinas nucleares, que encerrarão as atividades até 2022, conforme anúncio feito pelo governo alemão.

Ainda segundo o pesquisador alemão, qualquer cidade com mais de 20 mil habitantes pode aderir a esta tecnologia. “Em São Paulo, por exemplo, gera-se 5 mil m³ de biogás por hora. Isto tudo poderia ser transformado em combustível a partir do beneficiamento”, afirmou.

Logística
A ETE de Franca foi escolhida para receber o projeto devido à alta capacidade de processamento do esgoto. De acordo com a companhia, 98% de todos os dejetos domésticos são tratados, com uma vazão de 600 litros por segundo.

Segundo Américo Sampaio, o projeto de instalação do biodigestor começou a ser negociado há três meses e deve durar três anos. “A previsão é que a instalação ocorra até março de 2012. Um dos principais focos também será no desenvolvimento da logística de distribuição deste combustível. Temos que pensar em como vamos levar este gás combustível aos veículos que serão convertidos para recebê-lo. Se vamos construir um caminhão adequado ou um novo ponto de distribuição”, disse.

Ele comentou ainda que outro foco da pesquisa conduzida pelo Fraunhofer será o monitoramento dos automóveis movidos com o gás enriquecido. “Se tudo der certo, a nossa meta será levar este projeto para toda a frota da Sabesp no estado”, explicou.

Globo.com

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

As 10 cidades mais sustentáveis do mundo

Se transformar em uma cidade sustentável está longe de ser uma tarefa fácil, mas também não é impossível. Veja a lista Top 10 do mundo, selecionados pelo ((o)) Eco.

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Reykjavik é 100% abastecida por energia renovável

Se transformar em uma cidade sustentável está longe de ser uma tarefa fácil, mas também não é impossível.

((o)) Eco selecionou 10 localidades que podem até não serem ecologicamente perfeitas, mas são exemplos de que é possível diminuir o impacto ambiental de um centro em urbano optando por um planejamento que inclua o verde em sua paisagem e preze por formas mais sustentáveis de organização.

Confira a seguir o que foi ou tem sido feito para tornar essas urbes mais “verdes”.

1. Reykjavik, Islândia

Há mais de 50 anos a Islândia tem se empenhado em diminuir sua dependência de combustíveis fósseisaproveitando seu potencial natural para a geração de eletricidade. Não é de se estranhar que sua capital seja 100% abastecida por energia limpa e de baixo custo. Parte dos veículos da cidade já são movidos a hidrogênio, tendência que deve aumentar ainda mais. O país está investindo pesado nessa tecnologia e pretende se tornar uma “economia do hidrogênio” nas próximas décadas. No mês passado, foi posto em prática um experimentoperto das usinas geotérmicas de Reykjavik para testar a viabilidade de se estocar carbono criando emendas de calcário no subsolo. Se tudo ocorrer como esperado, o dióxido de carbono ficará permanentemente aprisionado no solo, o que deve permitir que usinas geotérmicas se livrem dos dióxidos de carbono que elas trazem das profundezas e se tornem efetivamente neutras.

2.Malmö, Suécia

Pioneira na utilização de energia renovável, Malmö também é apontada como a primeira cidade de Troca Justa da Suécia. Ali, o governo tem incentivado o consumo de mercadorias locais produzidas eticamente, promovendo a conscientização dos seus habitantes sobre a importância de se estabelecer um mercado justo e sustentável. A cidade recicla mais de 70% do lixo coletado e os resíduos orgânicos são reaproveitados para a fabricação de biocombustíveis que, juntamente com a energia hidrelétrica, solar e eólica, alimenta o Western Harbor, uma comunidade 100% dependente de energia limpa. Além disso, Malmö possui mais de 400 quilômetros de ciclovias em seu território ­– cinco quilômetro s a mais Copenhague, na Dinamarca–, sendo a cidade sueca com maior número de vias para ciclistas. No ano passado, o uso das bicicletas aumentou 11% e 40% dos deslocamentos relacionados ao trabalho foram feitos utilizando a magrela.

3.Vancouver, Canadá

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Líder do ranking das cidades mais habitáveis do mundo por quase dez anos, Vancouver é a cidade norte-americana com amenor pegada de carbono. Mais de 200 parques esverdeam a sua área urbana e pelo menos 90% da sua energia já provém de fontes renováveis. Em 2005, o governo colocou em prática uma estratégia para que todos os edifícios construídos na cidade oferecessem uma melhor performance ambiental. Desde então, disponibiliza para a população todas as informações necessárias sobre como diminuir o impacto de suas residências e oferece incentivos para que seus habitantes façam uso de energia solar. Até 2020, a cidade pretende neutralizar toda a emissão de gases estufa proveniente dos seus edifícios, que hoje são responsáveis por 55% das emissões de Vancouver.

Por quase 10 anos, Vancouver liderou o ranking das cidades mais habitáveis do mundo, foto:R.Fun

4.Copenhague, Dinamarca

Quando o assunto é ecocidade, Copenhague é um dos principais nomes que devem vir à sua cabeça. No ano passado, ela ficou entre as cidades Mais Habitáveis do mundo, de acordo com a classificação da revista Monocle, e faturou o título de Melhor Cidade para Ciclistas. Cerca de 40% de sua população pedala diariamente para se deslocar pela área urbana e foi lá que surgiu pela primeira vez o empréstimo público de bicicletas. Desde 1990, a cidade conseguiu reduzir suas emissões de carbono em 25% e até 2015 o governo pretende transformá-la na ecometrópole número um do mundo. Além do investimento em fontes limpas de energia – lá foi inaugurada, em 2001, um dos maiores parques eólicos marítimos do mundo –, Copenhague é elogiada pelos esforços desenvolvidos na última década para manter as águas de seu porto limpas, local tão seguro que hoje pode até receber banhistas.

5.Portland, Estados Unidos

Ela tem inspirado outros centros americanos a incluir espaços verdes em seu planejamento urbano. Para conservar os áreas vegetativas em sua volta, foi estabelecido um limite para o avanço da urbanização da cidade, que conta com 92 mil acres de área verde e mais de 300 quilômetros de ciclovias. Portland foi a primeira cidade dos Estados Unidos a aprovar um plano para reduzir as emissões de dióxido de carbono e tem promovido sistematicamente a construção de prédios verdes. Além disso, cerca de 40% de sua população utiliza ou a bicicleta ou o transporte coletivo para ir ao trabalho e, desde de outubro, o governo recolhe os resíduos orgânicos, que são enviados para centros de compostagem. Hoje, metade da energia utilizada pela cidade é obtida a partir de fontes limpas, como a luz solar e o aproveitamento de resíduos para a produção debiocombustível.

6.Bahia de Caráquez, Equador

A Bahia de Ceráquez é um verdadeiro paraíso para os ecoturistas. Nos anos 90, o local foi devastado ao ser atingido por um terremoto. Então, o governo e algumas ONGs decidiram reconstruí-la como uma cidade sustentável. Eles desenvolveram programas para conservar a biodiversidade local e controlar a erosão, implantaram esquemas de incentivo à agricultura orgânica e de reutilização dos resíduos privados e dos mercados públicos na compostagem. É de lá a primeira fazenda orgânica certificada de camarões.

7. São Francisco, Estados Unidos

Ela foi a primeira cidade americana a banir o uso de sacolinhas plásticas e brinquedos infantis fabricados com produtos químicos questionáveis. São Francisco é também uma das cidades líderes na construção de prédios verdes e já possui mais 100 deles. Quase metade dos seus habitantes utiliza o transporte publico ou a bicicleta para se locomover todos os dias e mais de 17% da população faz bom proveito dos parques e das áreas verdes da cidade. Em 2001, os eleitores aprovaram um incentivo de 100 milhões de dólares para o financiamento da instalação de painéis solares e turbinas eólicas e de reformas para tornar as instalações públicas da cidade mais energeticamente eficientes.

São Francisco foi a primeira cidade americana a banir o uso de sacolas plásticas

8. Sidney, Austrália

A Austrália foi o primeiro país a banir as lâmpadas incandescentes, substituindo-as por modelos mais energeticamente eficientes. Em Sidney, as emissões de gases estufa diminuíram 18% apenas com a reforma de suas instalações públicas. Além disso, lá foi colocado em prática um projeto de uma rede regional de bicicletas que deve unir 164 bairros. Com essas medidas, o uso da magrela triplicou nas áreas em a rede foi instalada. Também foi em Sidney que surgiu a Hora do Planeta, em que toda a cidade desligou as luzes por 1 hora para chamar atenção para o problema do aquecimento global.

9. Freiburg, Alemanha

Desde que foi reconstruída após a Segunda Guerra Mundial, Freiburg vem experimentando o modo de vida sustentável. É lá que se encontra a famosa Vauban, uma vila de 5 mil habitantes criada para servir de distrito modelo de sustentabilidade. Todas as casas são construídas de maneira a provocar o menor impacto possível no meio ambiente, mas ela é conhecida mesmo por ser uma comunidade livre de automóveis e que incentiva modos mais ecológicos de deslocamento. Em Freiburg também existe uma vila totalmente abastecida por energia solar.

10. Curitiba, Brasil

Ela não é chamada de cidade modelo à toa. Seu eficiente transporte público é utilizado por 70% da população e, se consideradas somente as metrópoles verdes, ou seja, centros urbanos de grande porte, Curitiba só perde para Copenhague no índice de menor emissão de dióxido de carbono per capita e para Vancouver no quesito produção de energia renovável. A cidade possui ainda um bom programa de conservação da biodiversidade e de reflorestamento de espécies nativas e tem uma área verde de 51 metros quadrados por habitante.

1.000 toneladas de módulos FV para reciclar

Jueves, 20 de octubre de 2011 ER

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Las primeras 1.000 toneladas, 1.020 para ser exactos, se contabilizaron a principios de octubre. Es lo que pesan los módulos fotovoltaicos que han llegado al final de su vida útil y que han sido recogidos en Europa para ser reciclados de acuerdo al programa puesto en marcha por PV Cycle.

Entre junio de 2010 y octubre de 2011 se han recogido 1.020 toneladas, explica la asociación PV Cycle, que ha asegurado en un comunicado que el sistema arbitrado “ya está preparado para hacer frente al crecimiento del volumen de módulos desechados que acompañará a la continua expansión del sector para cumplir con las actuales demandas de energía renovable”.

Las primeras 1.000 toneladas se pueden considerar como una cifra casi onomástica con la que se recuerda que la asociación PV Cycle tiene capacidad para procesar módulos fotovoltaicos recogidos en cualquier país de la Unión Europea y de la Asociación Europea de Libre Comercio (Suiza, Noruega, Liechtenstein e Islandia).

“Los módulos fotovoltaicos” -explica Jan Clyncke, Director General de PV Cycle- “tienen una esperanza de vida de más de 30 años y por eso contamos con que un volumen significativo de módulos entre en el sistema durante las próximas décadas. El trabajo que se está realizando hoy y el éxito del sistema hasta ahora es la mejor garantía para que toda la cadena de valor fotovoltaica sea capaz de procesar adecuadamente cualquier módulo desechado en un futuro próximo”.

Un 45% de los módulos recogidos proviene de Alemania. Le siguen España, Italia, Polonia, Bélgica y Francia. Se mantiene la proporcionalidad, por tanto, respecto a la potencia instalada en cada país. Tras su recogida, los módulos se envían a plantas asociadas a PV Cycle para ser procesados. Los módulos de silicio van a Alemania, Bélgica y España; y el destino de los que no son de silicio es las plantas en Alemania y Bélgica.

Este sistema es gratuito. Lo financian completamente los fabricantes e importadores y está abierto a todo el que quiera retirar módulos fotovoltaicos de las marcas asociadas a PV Cycle. Actualmente, el número de socios se acerca a los 230, lo que representa más del 90% del mercado europeo de módulos fotovoltaicos. El programa de recogida y reciclaje se compone de más de 170 puntos fijos de recogida establecidos en una docena de países. También se pueden instalar puntos temporales de recogida dependiendo de las cantidades de módulos desechados.

Más información
www.pvcycle.org

quinta-feira, 15 de setembro de 2011

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Avanço e recuo do mar mudam litoral brasileiro e ameaçam cidades

Estudo mostra que avanço e recuo do mar mudam litoral brasileiro e ameaçam cidades

Aliny Gama e Carlos Madeiro
Especial para o UOL Notícias
Em Maceió

O avanço do mar é um fenômeno registrado no litoral dos 17 Estados brasileiros banhados pelo oceano Atlântico. Levantamentos recentes apontam que, além de avançar em uma velocidade acima do normal em alguns locais, o mar também está recuando em parte significativa do litoral, o que vem mudando o mapa litorâneo. Especialistas preveem alterações ainda maiores nos próximos anos.

O estudo “Erosão e progradação do litoral Brasileiro”, do Ministério do Meio Ambiente, é apontado como um atlas do litoral e mostra que o Estados enfrentam situações bem distintas, causadas não só pela ação natural do tempo, mas principalmente pelas interferências do homem com a mudança do curso dos rios e das construções à beira-mar. Em nenhum momento, o aquecimento global é citado como causa do avanço do mar, como chegou a ser apontado por ambientalistas.

Avanço e recuo do mar mudam litoral e ameaçam cidades

Foto 11 de 11 - Erosão marinha mudou cenário da praia de Piedade, em Jaboatão dos Guararapes (PE). No lugar da faixa de areia há pedras para impedir o avanço do mar, o que piorou ainda mais a situação no local. A prefeitura desenvolveu um projeto de "engorda" da praia avaliado em R$ 54 milhões Divulgação/Prefeitura

Se historicamente o avanço do mar era considerado normal e inofensivo aos seres humanos, as construções litorâneas fizeram o assunto passar a ser visto como “fator de risco, implicando em questões econômicas e sociais.” A situação é apontada como mais preocupante nas regiões Norte e Nordeste.

A pesquisa aponta que “a falta de informações dificulta a tomada de decisões devido à falta de elementos para distinguir se o que ocorre é uma tendência natural, ou um ciclo no qual uma situação de desequilíbrio volta espontaneamente à normalidade.” A falta de informações leva as autoridades e especialistas a defenderem mais estudos específicos antes da implementação de obras de contenção do avanço do mar.

Situações graves

Todos os Estados foram analisados por pesquisadores e apontam para situações diferentes. A Paraíba é apontada pelo estudo como em situação “alarmante”. Segundo os dados, 42% do litoral registra erosão (avanço do mar) - o dobro das praias classificadas como “em equilíbrio”. Já 33% do litoral tem progradação (recuo) do oceano. Metade da costa, onde mora um milhão de pessoas, está ameaçada pelo avanço do mar. A Ponta do Seixas, local mais extremo ao norte do país, corre o risco de ser engolida pela água nas próximas décadas e desaparecer do mapa, dizem especialistas.

A situação também é preocupante no Pará, onde a mudança na costa “é um dos fenômenos mais impressionantes entre os processos costeiros, que acabou transformando-se em um problema emergencial.” Dados analisados mostram que mais de 70% do litoral apresentou tendência de erosão nas últimas décadas - o maior índice entre os Estados -, enquanto menos de 10% apresenta recuo do mar.

Em Alagoas, a erosão causa “graves problemas ambientais”, e o Estado é classificado como de “alta vulnerabilidade”, por conta de sua geografia propícia ao avanço do mar, somada a interferências humanas. “A erosão marinha é mais evidenciada nos setores norte e central, sendo estes os mais ocupados e urbanizados do litoral alagoano”, aponta o texto. Em agosto, vários pontos da orla de Maceió foram danificados por uma das maiores ressacas do mar, que destruiu barracas em praias turísticas, como da Sereia, no litoral norte.

Ainda no Nordeste, a erosão marinha é um problema verificado em 33% das praias dePernambuco. No Estado, obras como a construção dos portos e barragens de contenção para evitar alagamentos em Recife causaram o desequilíbrio ambiental. A construção de prédios em área de mangue também contribuiu para os sérios problemas, especialmente na região metropolitana de Recife, onde são registradas as maiores erosões.

Em Santa Catarina, o estudo também aponta que “pode-se constatar evidências erosivas na maioria das praias estudadas.” Fatores ambientais - como ondas, correntes e ventos - e o crescimento das construções em áreas impróprias seriam os principais responsáveis pelo avanço do mar que diminuem a faixa de areia. As praias de Armação, Barra da Lagoa, Canasvieiras e Ingleses são consideradas as mais afetadas.

A Bahia, que possui o maior litoral brasileiro, com mais de 1.000 km de costa, apresenta situação “confortável”, com 26% do litoral com avanço do mar, 6% de recuo e 8% estabilizado por obras de engenharia. O índice está considerado dentro de um padrão da média nacional.

Cidades que decretaram emergência pelo avanço do mar desde 2006