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quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

Lula sanciona lei que cria política de mudanças climáticas

Lula sanciona lei que cria política de mudanças climáticas
terça-feira, 29 de dezembro de 2009 21:05

SÃO PAULO (Reuters) - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva sancionou na noite desta terça-feira a lei que cria a Política Nacional de Mudanças Climáticas com três vetos, acertados em reunião realizada na véspera com os ministros Carlos Minc (Meio Ambiente) e Edison Lobão (Minas e Energia).
Segundo informações da Agência Brasil, a lei deve ser publicada em edição extra do Diário Oficial ainda nesta terça.
Lula atendeu a um pedido de Lobão e vetou a previsão de abandono de fontes fósseis, como o petróleo. Outro ponto vetado pelo presidente previa restringir apenas hidrelétricas de pequeno porte as políticas de estímulo governamentais.
Foi vetado ainda, por sugestão da Advocacia Geral da União, a proibição de contingenciamento de recursos para o combate às mudanças climáticas. Segundo o Ministério da Fazenda e a AGU, o dispositivo teria de ser criado por meio de lei complementar.
O projeto, aprovado pelo Senado em 25 de novembro, fixa em lei o compromisso do Brasil de reduzir, até 2020, as emissões projetadas de gases do efeito estufa, dentro do limite que vai de 36,1 por cento a 38,9 por cento.
Para isso, será publicado um decreto presidencial, em que estarão especificadas as iniciativas que cada setor da economia deverá tomar para que a redução nas emissões de gases do efeito estufa seja alcançada.
(Texto de Eduardo Simões)

terça-feira, 29 de dezembro de 2009

Lula sancionará política climática com três vetos


Ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, falando durante coletiva em Brasília, novembro de 2008.
REUTERS/Jamil Bittar


Lula sancionará política climática com três vetos, diz Minc
segunda-feira, 28 de dezembro de 2009


BRASÍLIA (Reuters) - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva deverá sancionar a lei que estabelece a política nacional de combate ao aquecimento global com três vetos, afirmou nesta segunda-feira o ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc.
A Presidência informou que Lula sancionará a lei na terça-feira e que será publicada em uma edição extraordinária do Diário Oficial no mesmo dia.
Minc disse que os ministérios sugeriram ao presidente dez vetos, mas Lula descartou sete dessas propostas. O presidente manteve a decisão de o Brasil ter metas quantificáveis e verificáveis de redução de gases de efeito estufa.
"Foram mantidas as metas, o que é o mais importante. O Brasil passa a ter uma política forte de mudanças climáticas", disse Minc a jornalistas depois de participar de reunião sobre o tema com o presidente Lula e o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão.
"Vamos cumprir as metas integralmente. Não interessa que Copenhague não tenha ocorrido tão bem quanto a gente gostaria", afirmou o ministro, referindo-se à conferência do clima promovida pelas Nações Unidas na Dinamarca há dez dias.
Um veto atendido pelo presidente Lula foi proposto pelo Ministério de Minas e Energia e diz respeito à previsão de abandono de fontes fósseis, como o petróleo.
"É diferente estimular fontes alternativas e simplesmente abandonar o uso de fontes fósseis", ponderou Minc.
Outro ponto vetado pelo presidente previa restringir apenas às usinas hidrelétricas de pequeno porte as políticas de estímulo governamentais.
Foi vetado ainda, por sugestão da Advocacia Geral da União, a proibição de contingenciamento de recursos para o combate às mudanças climáticas. Segundo o Ministério da Fazenda e a AGU, o dispositivo teria de ser criado por meio de lei complementar.
O projeto, aprovado pelo Senado em 25 de novembro, fixa em lei o compromisso do Brasil de reduzir, até 2020, as emissões projetadas de gases do efeito estufa, dentro do limite que vai de 36,1 por cento a 38,9 por cento.
Para isso, será publicado um decreto presidencial, em que estarão especificadas as iniciativas que cada setor da economia deverá tomar para que a redução nas emissões de gases do efeito estufa seja alcançada.
O ministro do Meio Ambiente disse que Lula pediu aos ministros que discutam o tema com a sociedade e governos estaduais a partir de janeiro.
Entre os pedidos de veto que não foram atendidos por Lula, segundo Minc, está a decisão do presidente de manter na lei o artigo que prevê a expansão de áreas protegidas. De acordo com o ministro, havia uma preocupação em setores do governo de que o artigo prejudicasse algumas atividades econômicas.
Também foram mantidos os artigos que dão preferência em licitações e concorrências públicas a projetos que tenham mais eficiência no uso de energia e água.
"Não adianta você ter uma meta geral de clima se os instrumentos financeiros e econômicos não traduzirem isso", destacou Minc.
(Reportagem de Fernando Exman)

segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

COP15 mostra conflito de interesses que vem marcando as cúpulas globais

http://video.globo.com/Videos/Player/Noticias/0,,GIM1179265-7823-COP+MOSTRA+CONFLITO+DE+INTERESSES+QUE+VEM+MARCANDO+AS+CUPULAS+GLOBAIS,00.html

COP-15 acaba sem acordo relevante

http://video.globo.com/Videos/Player/Noticias/0,,GIM1179330-7823-COP+ACABA+SEM+ACORDO+RELEVANTE,00.html

Principais Ongs de defesa do meio ambiente criticam resultado da COP15

http://video.globo.com/Videos/Player/Noticias/0,,GIM1178869-7823-PRINCIPAIS+ONGS+DE+DEFESA+DO+MEIO+AMBIENTE+CRITICAM+RESULTADO+DA+COP,00.html

Descubra se um cão pode mesmo poluir mais que um carro

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Desmatamento e queimadas são os vilões do efeito estufa no Brasil

http://video.globo.com/Videos/Player/Noticias/0,,GIM1172570-7823-DESMATAMENTO+E+QUEIMADAS+SAO+OS+VILOES+DO+EFEITO+ESTUFA+NO+BRASIL,00.html

Década termina marcada por fracasso nas negociações globais



Década termina marcada por fracasso nas negociações globais
Rodada Doha, Copenhague e reforma do Conselho de Segurança da ONU não trouxeram as soluções esperadas
Jamil Chade


Nem Copenhague, nem a Rodada Doha, nem a reforma no Conselho de Segurança, nem um novo acordo sobre desarmamento. A década termina com todas as grandes negociações multilaterais em um impasse e com a diplomacia mundial se questionando como dar soluções a problemas globais e ao mesmo tempo preservar interesses nacionais. Em todos os processos negociadores, o que está em jogo é praticamente a mesma coisa: uma nova posição dos países emergentes, o reconhecimento de que a arquitetura mundial mudou e, claro, a solução de um problema global. A negociação sobre o clima, que fracassou na última sexta-feira, foi a última de uma série de fiascos no diálogo entre nações. Para o Wall Street Journal, o entendimento obtido na capital dinamarquesa foi uma "carta morta". Na Europa e em outras partes do mundo, a preocupação não é apenas com o clima, mas com a credibilidade das negociações multilaterais e da Organização das Nações Unidas (ONU) como centro de decisões. Para Alden Meyer, da entidade americana Union of Concerned Scientists, o fracasso de Copenhague mostra "a fragilidade do sistema multilateral". Na ONU, diplomatas e a cúpula da entidade está ciente dos obstáculos. Mas a avaliação é de que não há outra solução democrática, garantindo que todos os países participem do projeto. Rajendra Pachauri, presidente do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas, observou em uma conversa com o Estado dois meses antes de Copenhague que o desafio da reunião não era apenas climático, mas o de demonstrar que países podem chegar a soluções de forma conjunta e pôr de lado interesses nacionais.Mas o clima não é o único problema. Há quase dez anos, os mesmos governos negociam um acordo para reequilibrar o comércio mundial, abrindo novas oportunidades para países emergentes e reduzindo as distorções criadas pelas economias ricas. A Rodada Doha, lançada em 2001, está em um estado de paralisia. Para o ex-ministro do Comércio do Canadá e ex-presidente do Conselho Geral da Organização Mundial do Comércio (OMC), Sérgio Marchi, se a Rodada não for concluída em 2010, ela deve ser definitivamente abandonada. "Não faz sentido continuar negociando algo que por dez anos já não funcionou."Assim como nas negociações climáticas, os países ricos querem compromissos dos emergentes em troca de um acordo.No setor de desarmamento, o processo negociador da ONU está parado também há dez anos. Governos não se entendem nem mesmo em relação a um agenda de trabalho, enquanto países mantêm em Genebra missões inteiras para o diálogo sobre o desarmamento. De um lado, governos sem a tecnologia nuclear querem um reequilíbrio da distribuição de poder no mundo, com a redução de arsenais. Já aqueles que têm a bomba atômica resistem em abrir mão de seu poder, pelo menos enquanto não haja um entendimento global.Mesmo Obama, que propôs um mundo sem armas atômicas em maio, deixou claro que os americanos não começariam a reduzir seus arsenais enquanto outros não fizessem o mesmo, e de forma convincente. Na ONU, outro impasse de mais de uma década é a reforma do Conselho de Segurança, instância máxima da entidade. Para todos está claro que o atual modelo de cinco países com o poder de veto (Rússia, China, Estados Unidos, França e Reino Unido) não atende mais às necessidades globais. Mas ninguém se entende sobre como deva ser uma reforma. Brasil, Índia, Japão e Alemanha são alguns dos candidatos. Mas enfrentam resistências tão grandes como os apoios que existem para a reforma da entidade.RESISTÊNCIAEm todos os fóruns de debates, a marca comum é a resistência dos países que desfrutam de benefícios do status quo em não querer perder seu poder. Ao mesmo tempo, a emergência de novos polos de crescimento obriga um novo reconhecimento da realidade internacional. Se potências tradicionais hesitam em admitir uma transição a uma nova arquitetura, os novos polos de atração de investimentos e de crescimento querem garantias de que vão poder crescer sem obstáculos, mesmo que os tempos sejam outros. O impasse, portanto, é o que vem caracterizando esse enfrentamento por enquanto. Há menos de um mês, o chanceler Celso Amorim estima que 2009 será o ano em que as "placas tectônicas" começaram a se ajustar, em uma referência ao reconhecimento de que os emergentes precisam fazer parte dos processos de decisão no mundo. Isso ficou claro com a decisão do G-20 (Grupo dos 20 países mais industrializados) de tomar para si a tarefa de reformar o sistema financeiro mundial como forma de salvar a economia internacional de sua pior crise em 70 anos. De quebra, a decisão foi uma declaração de que o G-7 (grupo dos sete países mais ricos)passava a ser um processo que já não dava respostas aos problemas. Mas nem nesse caso a situação é clara. Ao Estado, negociadores argentinos acusaram os países ricos de tentar repetir o comportamento do G-7 dentro do G-20. Isso ocorreria pelo estabelecimento de agendas que favorecem seus interesses ou mudando a ordem das presidências de sub-grupos de trabalho. Para membros na ONU, se a década de 90 foi marcada pela tentativa de soluções globais, a década que termina será lembrada pela percepção de que essas soluções não são tão simples.


O Estado de S. Paulo de 21 de dezembro de 2009

México é próxima parada na negociação da ONU sobre clima

ANÁLISE-México é próxima parada na negociação da ONU sobre clima
domingo, 20 de dezembro de 2009 11:43

Por Alister Doyle
COPENHAGUE (Reuters) - O mundo achará difícil retomar no México, em 2010, as negociações climáticas lideradas pelas Nações Unidas depois de um acordo nada ambicioso ser assinado em Copenhague, sem prazo para um tratado legal e vinculante entre os países.
O México vai receber as próximas negociações ministeriais no âmbito da ONU, entre 29 de novembro e 10 de dezembro de 2010, para incrementar o "Acordo de Copenhague" que busca limitar o aumento das temperaturas a não mais que 2 graus Celsius em relação às registradas nos tempos pré-industriais. Mas não diz como chegar a essa meta.
Por meses, as Nações Unidas insistiram que as negociações de Copenhague, culminando na cúpula com 120 líderes mundiais na sexta-feira, tinham de ser um "ponto de virada" na desaceleração das mudanças climáticas, com compromissos entre os países para redução das emissões de gases do efeito estufa.
No sábado, o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, reconheceu que o acordo - liderado por Estados Unidos e China e que não fala em compromissos nacionais - ficou abaixo das expectativas, mas é um "importante começo."
Uma mudança para o México, um país no meio do caminho entre os ricos e os pobres, pode ajudar as negociações que quase fracassaram em meio a alegações de Sudão e Venezuela de que a anfitriã Dinamarca estava inclinada em favor dos interesses dos ricos.
O México "pode ser muito melhor. para preencher essa difícil tarefa de construir pontes," disse Kim Carstensen, chefe da iniciativa climática global do grupo ambiental WWF.
Documentos da ONU assinados em Copenhague dizem que os resultados de grupos chaves de trabalho serão usados "por adoção" ao México - embora não incluam as exigências de muitos países de que os textos deveriam ser "um tratado legalmente vinculante."
Muitos países querem que a reunião do México avance no debate.
"Existe um risco muito grande de que tenhamos perdido o impulso," afirmou um importante delegado sobre a luta contra as emissões, que causam ciclones mais poderosos, extinguem espécies, causam secas e deslizamentos e aumentam os níveis dos oceanos.
OBAMA ELOGIA ACORDO
O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, comemorou o acordo, originalmente negociado com a China e outras economias emergentes, como sendo um passo histórico e prometeu a aumentar "o impulso que estabelecemos em Copenhague."
China e EUA são os principais emissores de gases causadores do efeito estufa. Até agora a agenda dos dois não reflete urgência no assunto.
A próxima reunião da ONU sobre o clima é uma sessão semestral entre as autoridades em Bonn, de maio 31 a 11 de junho. Por comparação, em 2009 houve três rodadas de negociação em Bonn e outras sessões em Bangkok e Barcelona antes de Copenhague.
Fora o reconhecimento do teto de 2 graus Celsius, a decisão do sábado deu apoio a uma "meta" de um fundo de 100 bilhões de dólares anuais até 2020 para ajudar os países pobres a combater as mudanças climáticas, com um rápido início de 10 bilhões de dólares entre 2010 e 2012.
O acordo não foi formalmente adotado por todos os países devido à oposição de alguns emergentes que consideram que ele ignora as real necessidades dos pobres.
Alguns analistas afirmam que um acordo EUA e China pode melhorar a perspectiva de ação do Senado dos EUA para limitar as emissões de carbono em 2010. Os EUA são o único país industrializado sem restrição nas emissões.
Um problema para Copenhague foi a falta de outros prazos. O primeiro período do Protocolo de Kyoto, que vincula todos os países exceto pelos EUA a cortar emissões, vale até 31 de dezembro de 2012.
Copenhague não produziu muitas promessas, mas todos os principais países estabeleceram metas de emissões para 2020 desde que as negociações foram iniciadas em Bali, na Indonésia, em 2007. Muitos desses objetivos eram faixas de previsão de corte das emissões, que dependiam de um acordo forte em Copenhague.
Sob o "Acordo de Copenhague," o primeiro prazo para submissão dos planos às Nações Unidas para conter as emissões é 31 de janeiro de 2010.

ANÁLISE-ANÁLISE-Acordo climático traz à tona falhas da ONU

ANÁLISE-ANÁLISE-Acordo climático traz à tona falhas da ONU
sábado, 19 de dezembro de 2009 17:46

Por Gerard Wynn
COPENHAGUE (Reuters) - Um tímido acordo climático foi alcançado no sábado depois que duas semanas de negociações se recuperaram após quase caírem por terra. O resultado deixou clara a vulnerabilidade do processo da ONU, que depende de um consenso, e pode marcar a diminuição da importância do órgão.
As principais negociações aconteceram entre aproximadamente 30 países, e o mais importante resultado envolveu apenas cinco deles: Estados Unidos, China, Brasil África do Sul e Índia.
O acordo final não tem força legal e deixa em aberto a adesão dos países. O resultado fica distante da convenção climática ampla da ONU.
"Não acho que seja o fim para o papel ambiental da ONU, mas é um novo modelo dentro do arcabouço," disse Jennifer Morgan, diretora do programa de energia e clima do Instituto dos Recursos Mundiais.
Ela apoiou "absolutamente" o papel dos chefes de Estado. Líderes mundiais voaram para Copenhague para participar dos últimos dias de reuniões, e o presidente Barack Obama foi importante para conseguir acabar com o impasse.
"Acho que essa é a história dessa conferência. Os chefes de Estado chegaram aqui e fizeram um acordo um pouco independente do processo da ONU. (Mas) ainda haverá muitos papéis importantes para a Convenção Climática da ONU."
O secretariado de mudanças climáticas da ONU ajudaria a monitorar as ações de países em desenvolvimento para controlar as emissões de gases causadores do efeito estufa, uma das questões mais complicadas da conferência da ONU, disse Morgan, como exemplo de papéis que a comissão poderá desempenhar.
Decisões da ONU têm de ser feitas por unanimidade entre países diferentes como os EUA e pequenas ilhas do Pacífico como Tuvalu, que tem apenas 12 mil habitantes.
Essa regra ameaçou inviabilizar a conferência de Copenhague, que aconteceu de 8 a 17 de dezembro --alguns países em desenvolvimento insistiram que qualquer texto fosse revisado numa sessão plenária com os 193 países-membros.
Fontes dizem que os anfitriões dinamarqueses estavam relutantes em fazer isso, com medo de que levaria muito tempo para o grupo criar uma versão preliminar do texto, algo que poria a perder vários dias de negociações. Na última noite, uma sessão plenária ilustrou claramente o problema que é chegar a uma opinião unânime sobre uma versão final do texto.
A intervenção direta do secretário geral da ONU, Ban Ki-moon, foi necessária para resgatar o Acordo de Copenhague. Ban mediou o acordo para que países que estavam relutantes em assiná-lo, como a Venezuela e a Bolívia, participassem.
A decisão de sábado apoiou o objetivo de se criar um fundo anual de 100 bilhões de dólares até 2020 para ajudar os países pobres a lutar contra as mudanças climáticas. Ela também aceitou a opinião científica de que é importante limitar o aquecimento global a 2 graus Celsius. Não houve metas de redução de emissão de gases causadores do efeito estufa e nenhum compromisso de que todos os países um dia vão assinar o tratado que sucederá o Protocolo de Kyoto.

PRINCIPAIS ECONOMIAS
A principal autoridade ambiental da ONU, Yvo de Boer, disse que era exatamente o trabalho das Nações Unidas criar uma solução para um problema global, que pode causar um impacto aos países menos poderosos politicamente.
"Pode-se argumentar que seria muito mais eficiente apenas abordar as mudanças climáticas nos encontros do Grupo dos 20," cujos membros são responsáveis pela maioria das emissões de carbono, disse ele.

"(Mas) não está certo do ponto de vista tanto ambiental quanto da igualdade", porque isso excluiria muitos países, "que já estão na linha de frente das mudanças ambientais".
Parte da razão de ser da ONU, disse de Boer, "é assegurar que abordemos temas globais como as mudanças climáticas de modo igualitário, levando em conta as preocupações de todos."
A contagem regressiva para um acordo na sexta-feira envolveu 28 países, dizem fontes, inclusive países desenvolvidos como os EUA, a Europa e outros países emergentes grandes, como a Índia, a China e pequenos ilhas-Estado como Granada e as Maldivas.
O agrupamento acabou por se concentrar nas maiores economias, um grupo de negociações climáticas que lembrava o Fórum das Maiores Economias, um grupo que o ex-presidente americano George W. Bush reuniu para discutir o tema paralelamente à ONU e que muitos acusam de ter impedido um acordo mais amplo antes.
O resultado incompleto de Copenhague demonstra "uma fraqueza inerente" do processo de negociação sobre o meio ambiente da ONU, disse Andrew Light, coordenador de política internacional de clima no Centro para o Progresso Americano.
"Precisamos começar a buscar outras opções, ou pelo menos começar a usar alguns fóruns alternativos," disse ele, sugerindo o G20 e o Fórum das Maiores Economias.
Mas muitos países apoiaram com veemência o papel das Nações Unidas, exatamente porque ela preservou sua voz. "Não se pode chegar a um acordo que envolva apenas um número limitado de países," disse o embaixador brasileiro responsável por mudanças climáticas, Sergio Serra.
"Talvez em algumas ocasiões isso possa ser um motor para mobilizar os outros, mas eles nunca vão fazer um acordo sozinhos, porque o acordo não terá legitimidade. Portanto, a ONU continuará no centro de tudo isso."
"O processo da ONU é seguro," disse Dessima Williams, chefe da aliança de pequenos países-ilha. "Acho que houve questões de confiança, mas não acho que o processo desandou. O que é necessário agora é remendar alguns buracos e, sim, construir um pouco de confiança em torno do resultado da conferência."
(Com reportagem de Gerard Wynn, Richard Cowan e Emma Graham-Harrison e Alister Bull em Washington)

Obama: Copenhague é "importante avanço" na questão climática



Presidente dos EUA, Barack OBama, em pronunciamento sobre plano de saúde na Casa Bracana no sábado.
REUTERS/Yuri Gripas


Obama: Copenhague é "importante avanço" na questão climática
sábado, 19 de dezembro de 2009 17:58


WASHINGTON (Reuters) - O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, disse no sábado que o acordo climático internacional alcançado em Copenhague foi um "importante avanço", mas destacou que este era apenas um passo adiante no controle das emissões de carbono mundiais.
"Pela primeira vez na história, todas as maiores economias se reuniram para aceitar sua responsabilidade sobre a ameaça das mudanças climáticas," Obama disse num comunicado depois de retornar da capital dinamarquesa.
As negociações climáticas da ONU acabaram com um resultado considerado o mínimo aceitável e que deixou muito a desejar em relação às metas originais da conferência. Longas negociações não conseguiram acabar com os desentendimentos entre os países ricos e nações em desenvolvimento.
Obama, que chegou a um acordo no último momento com a China, a Índia, o Brasil e a África do Sul, conseguiu evitar voltar para casa de mãos vazias. Contudo, ele admitiu que as negociações foram difíceis.
"Depois de negociações extremamente difíceis e complexas, esse importante avanço criou a base para uma ação internacional nos próximos anos," disse ele, falando da Casa Branca ao mesmo tempo que uma tempestade de neve cobria Washington.
(Reportagem por Alister Bull)

sábado, 19 de dezembro de 2009

Diplomatas viram a noite no plenário da Cop-15

http://video.globo.com/Videos/Player/Noticias/0,,GIM1178776-7823-DIPLOMATAS+VIRAM+A+NOITE+NO+PLENARIO+DA+COP,00.html

Cop-15 termina abaixo das expectativas

http://video.globo.com/Videos/Player/Noticias/0,,GIM1178742-7823-COP+TERMINA+ABAIXO+DAS+EXPECTATIVAS,00.html

Designer usa jornais reciclados para fazer sapatos

http://video.globo.com/Videos/Player/Noticias/0,,GIM1178770-7823-DESIGNER+USA+JORNAIS+RECICLADOS+PARA+FAZER+SAPATOS,00.html

Obama defende energia renovável para ajudar economia e meio ambiente

http://video.globo.com/Videos/Player/Noticias/0,,GIM1176521-7823-OBAMA+DEFENDE+ENERGIA+RENOVAVEL+PARA+AJUDAR+ECONOMIA+E+MEIO+AMBIENTE,00.html

EUA e emergentes selam acordo em Copenhague

O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, permaneceu em Copenhagen neste último dia de negociações.
REUTERS/Christian Charisius

EUA e emergentes selam acordo em Copenhague
sexta-feira, 18 de dezembro de 2009 22:38

Por Peter Harrison e Jeff Mason
COPENHAGUE (Reuters) - O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, chegou a um acordo climático com os líderes dos principais países emergentes, rompendo um impasse nas negociações da ONU, mas disse que o mundo ainda tem "muito a percorrer" na luta contra o aquecimento global.
Todos os lados admitiram que o acordo, que ficou muito aquém das ambições estabelecidas pela Organização das Nações Unidas (ONU) para a conferência, é imperfeito, mas assinalaram que se trata do ponto de partida para um esforço internacional coordenado para evitar os efeitos catastróficos da mudança climática.
"Este progresso não foi fácil e sabemos que apenas este progresso não é suficiente ... Percorremos um longo caminho, mas ainda temos muito a percorrer", disse Obama depois de uma reunião com os primeiros-ministros da China, Wen Jiabao, e da Índia, Manmohan Singh, e com os presidentes da África do Sul, Jacob Zuma, e do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva.
O acordo ainda precisa ter a aprovação formal dos 193 países participantes da conferência. "Se isso acontecer em algumas horas, então, considero um sucesso modesto", afirmou o secretário-executivo da Organização das Nações Unidas (ONU) para o Clima, Yvo de Boer. "Poderíamos ter conquistado mais".
Ao longo do dia, os negociadores sofreram para buscar termos aceitáveis para todos os países no sentido de obter um novo tratado global para combater os efeitos mais perigosos da mudança climática, como secas, inundações, elevação do nível dos mares e extinção de espécies.
As tensões entre China e Estados Unidos, os dois maiores emissores globais de gases-estufa, foram notavelmente agudas desde que Obama --num recado dirigido aos chineses-- declarou que qualquer acordo para a redução das emissões se resumiria a "palavras vazias sobre uma página" se não fossem transparentes e tratadas com responsabilidade.
Sob o acordo desta sexta-feira, Obama disse que cada país deve definir "compromissos concretos", que passariam, então, a ser submetidos a um "processo internacional de consulta e análise".
De acordo com uma autoridade dos Estados Unidos, as nações ricas e pobres concordaram com um "mecanismo de financiamento" com reduções de emissões de modo a manter o aquecimento global médio em 2 graus Celsius acima dos níveis pré-industriais e em "fornecer informações sobre a implementação das suas ações".
"Nós vamos ter que aproveitar o impulso que conquistamos em Copenhague para garantir que a ação internacional para reduzir significativamente as emissões seja sustentada e suficiente ao longo do tempo", disse Obama.
TEXTO IMPERFEITO
Em declarações pouco depois, o presidente francês, Nicolas Sarkozy, indicou que o acordo foi apoiado por todas as nações e que havia conseguido comprometer os grandes emissores de gases-estufa a reduzir seus níveis de poluição.
Sob o acordo, ele disse que todos os países, incluindo a China, teriam de apresentar em janeiro de 2010 seus planos por escrito para cortar suas emissões de dióxido de carbono. Ele também indicou que todos os países haviam assinado um plano para fornecer às nações em desenvolvimento 100 bilhões de dólares anuais em ajuda climática até 2020.
"O texto que temos não é perfeito (...) se não tivéssemos o acordo, isso significaria que países tão importantes como China e Índia estariam livres de qualquer tipo de contrato (...) Estados Unidos, que não fazem parte do Protocolo de Kyoto, estariam livres de qualquer classe de contrato", declarou a jornalistas.
"Essa é a razão pela qual é absolutamente vital", comentou.
A União Europeia, que parecia ter ficado de lado nas negociações finais de Obama, disse que o acordo "está muito longe de nossas expectativas".
Um esboço do texto, ao qual a Reuters teve acesso, incluía 100 bilhões de dólares anuais em ajuda climática aos países pobres até 2020, e metas para limitar o aquecimento e reduzir à metade as emissões globais de gases-estufa até 2050.
A UE pressionava por um acordo forte para a limitação do aquecimento global a 2 graus Celsius, e que incluísse rígidas restrições das emissões de carbono por parte de outros países industrializados, especialmente os Estados Unidos.
Cientistas dizem que o aquecimento de 2 graus Celsius é o limite para que sejam evitados os piores efeitos do aquecimento global.
"Considerando de onde começamos e das expectativas para esta conferência, qualquer coisa aquém de um resultado juridicamente vinculante fica abaixo da nota", disse John Ashe, que presidiu as negociações do Protocolo de Kyoto, o tratado climático atualmente em vigor.
(Reportagem adicional de Alister Doyle, Gerard Wynn, Anna Ringstrom, John Acher, Anna Ringstrom, Richard Cowan, David Fogarty, Emma Graham-Harrison e Alister Bull)

Acordo de Copenhague não é o esperado, diz embaixador brasileiro

Acordo de Copenhague não é o esperado, diz embaixador brasileiro
sexta-feira, 18 de dezembro de 2009 20:34

COPENHAGUE (Reuters) - O acordo fechado entre alguns países na conferência do clima da Organização das Nações Unidas (ONU) ficou abaixo do esperado porque muitos temas ficaram em aberto e serão decididos apenas em 2010, disse nesta sexta-feira o embaixador brasileiro para questões climáticas, Sérgio Serra.
Falando a jornalistas após reunião do presidente dos EUA, Barack Obama, com líderes do chamado BASIC --grupo formado por Brasil, África do Sul, Índia e China-- Serra disse que um acerto prévio entre os cinco países foi "muito importante" para um pacto que englobe outras nações e para um eventual documento final da cúpula.
"Não será o resultado que todos esperávamos, porque muita coisa deverá ser deixada para uma reunião ou uma série de reuniões que ocorrerão no ano que vem", disse Serra em entrevista coletiva após o presidente Luiz Inácio Lula da Silva ter deixado a capital dinamarquesa rumo ao Brasil.
"Depois de uma negociação bastante intensa, e de consultas a assessores, chegou-se a uma redação que acabou sendo aceita", disse Serra.
"Essa terá sido, eu acredito, uma contribuição bastante importante para um eventual resultado que se saia de Copenhague", acrescentou.
Uma autoridade do governo norte-americano disse também após a reunião que o acordo era um "primeiro passo importante" para um acordo maior e que representava "um passo histórico à frente".
Segundo a autoridade dos EUA, o pacto entre os cinco países determina que nações ricas e pobres concordaram sobre "mecanismos financeiros", cortes de emissões de gases-estufa para limitar o aquecimento global a 2 graus Celsius e em "fornecer informações sobre a implementação de suas ações."
Mais cedo nesta sexta-feira, o presidente Lula fez um discurso duro na cúpula global pedindo que os países fizessem concessões para destravar as negociações previstas para terminar nesta sexta-feira.
Serra disse que Lula participou intensamente das negociações em Copenhague, realizando encontros com diversos presidentes e primeiros-ministros para tentar salvar um acordo.
(Reportagem de Jeff Mason, em Copenhague, e de Pedro Fonseca, no Rio de Janeiro)

Alemanha e Grã-Bretanha aceitam acordo do clima

Alemanha e Grã-Bretanha aceitam acordo do clima
sexta-feira, 18 de dezembro de 2009 22:21

COPENHAGUE (Reuters) - A chanceler alemã, Angela Merkel, e o primeiro-ministro britânico, Gordon Brown, aceitaram o acordo climático atingido nesta sexta-feira em Copenhague, na Dinamarca, mas disseram que queriam mais.
Merkel disse que apoiará o compromisso, apesar dos sentimentos contraditórios. "A decisão foi muito difícil para mim. Demos um passo e esperávamos muitos outros", ela disse.
A chanceler acrescentou que o acordo não era ambicioso o suficiente para a União Europeia aumentar seu compromisso para reduzir as emissões de carbono de 20 por cento para 30 por cento até 2020.
"É um começo", disse Brown durante entrevista coletiva. "O que precisamos acompanhar com rapidez é a garantia de um resultado juridicamente vinculativo".
"Eu sei que vamos precisar de um tratado juridicamente vinculativo no próximo período de tempo se quisermos garantir todos os compromissos, particularmente depois de 2020", disse ele.
(Reportagem de Peter Griffiths e Markus Wacket)

Reações ao acordo de clima em Copenhague

REPERCUSSÃO-Reações ao acordo de clima em Copenhague
sexta-feira, 18 de dezembro de 2009 20:50

COPENHAGUE (Reuters) - O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, chegou a um acordo sobre mudanças climáticas após uma reunião com os líderes de China, Índia e África do Sul, disse uma autoridade norte-americana nesta sexta-feira.
O acordo, no entanto, está longe do que se esperava da conferência em Copenhague.
Veja a seguir as reações:
SÉRGIO SERRA, EMBAIXADOR BRASILEIRO PARA QUESTÕES CLIMÁTICAS
"É muito decepcionante, eu diria, mas não é um fracasso... se nós concordarmos em nos encontrar novamente e lidar com as questões que ainda estão pendentes".
XIE ZHENHUA, DIRETOR DA DELEGAÇÃO DA CHINA PARA QUESTÕES CLIMÁTICAS
"O encontro teve um resultado positivo, todos devem ficar felizes. Para os chineses, isso era nossa soberania e nosso interesse nacional."
PORTA-VOZ DA COMISSÃO EUROPEIA
"Um acordo é melhor que acordo nenhum. O que poderia ser acordado hoje fica bem aquém de nossas expectativas. Mas mantém nossas metas e ambições vivas. Fala às necessidades dos países em desenvolvimento. Foi o único acordo disponível em Copenhague".
TIM JONES, MOVIMENTO DE DESENVOLVIMENTO MUNDIAL, GRUPO DE LOBBY ANTIPOBREZA
"Essa cúpula vem sendo uma completa confusão do início ao fim, culminando em um fracasso vergonhoso e monumental que condenou milhões de pessoas em todo o mundo ao sofrimento inominável."
"Dizer que esse acordo é de qualquer maneira histórico ou significativo é deturpar o fato de que esse acordo é desprovido de conteúdo real. É na verdade sem significado".
STEVE SAWYER, SECRETÁRIO-GERAL DO CONSELHO GLOBAL DE ENERGIA EÓLICA
"Com base nos esboços que li até agora (do acordo) ... uma declaração política como essa sozinha não faz muito mais do que mascarar o fato de que governos não conseguiram manter as promessas que fizeram uns aos outros (em Bali, na Indonésia, há dois anos, durante a inauguração das negociações de dois anos sobe o clima que deveriam ter terminado com um pacto)".
JOHN ASHE, PRESIDENTE DAS NEGOCIAÇÕES DO PROTOCOLO DE KYOTO
"Dado o ponto de onde começamos e as expectativas para essa conferência, qualquer coisa menos que um acordo vinculante é decepcionante".
"Por outro lado, sou um pouco realista e, portanto, reconheço que talvez as expectativas fossem muito altas e o fato de que há um acordo -- ainda não vi os detalhes, vi as versões anteriores, não vi esta última -- o fato de que agora há um acordo talvez nos dê algo no que colocar nossas esperanças".
"Espero que isso leve a trabalhos sérios em 2010 para que possamos concluir o que originalmente planejávamos fazer aqui em Copenhague, podemos concluir isso, talvez, até junho, ou, se não, até dezembro de 2010".
JOHN LANCHBERY, BIRDLIFE INTERNATIONAL
"Parece muito vago. Não há próximo passo, nada para ligar a um acordo final e como fazê-lo".
FRED KRUPP, CHEFE DO FUNDO DE DEFESA AMBIENTAL
O acordo anunciado pela Casa Branca "deixa os EUA no controle de seu próprio destino".
"É a vez de Senado se pronunciar" ao aprovar um projeto de controle da poluição causada por emissões de carbono.
"O acordo de hoje toma os primeiros passos importantes em direção à transparência e à responsabilidade em um acordo internacional de clima".
JAKE SCHMIDT, CONSELHO DE DEFESA DE RECURSOS NATURAIS
O acordo terá "grandes países se dirigindo na direção correta" para reduzir emissões de carbono.
(Reportagem de Gerard Wynn)

Sarkozy: todos os países fecharam acordo sobre clima

Sarkozy: todos os países fecharam acordo sobre clima
sexta-feira, 18 de dezembro de 2009 20:24

COPENHAGUE (Reuters) - Todos os países chegaram a um acordo nesta sexta-feira para combater as mudanças climáticas durante a cúpula da ONU em Copenhague, disse o presidente francês, Nicolas Sarkozy.
"Temos um acordo", disse Sarkozy em entrevista coletiva em Copenhague após reunião com 120 líderes mundiais. Ele acrescentou: "O texto que temos não é perfeito".
Sob o acordo, ele disse que todos os países, incluindo a China, concordaram em enviar seus planos por escrito para os cortes de emissão de CO2 até janeiro de 2010.
O presidente francês disse ainda que todos os países assinaram um plano de disponibilizar às nações pobres 100 bilhões de dólares por ano em ajuda até 2020.
(Reportagem de Emmanuel Jarry)

O que foi dito na cúpula do clima de Copenhague

SAIBA MAIS-O que foi dito na cúpula do clima de Copenhague
sexta-feira, 18 de dezembro de 2009 19:09

(Reuters) - A seguir, declarações importantes de chefes de Estado e de governo que participaram da cúpula climática de Copenhague, onde mais de 120 líderes mundiais buscavam um acordo sobre a redução das emissões de gases-estufa e sobre a criação de um fundo climático para países pobres.

LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA, BRASIL
"Confesso a todos vocês que estou um pouco frustrado (...) Se for necessário fazer um sacrifício a mais, o Brasil está disposto a colocar dinheiro para ajudar outros países".
"O Brasil não veio barganhar, nossas metas não precisam de dinheiro externo, nós iremos fazer com nossos recursos".
"Eu adoraria sair daqui com o documento mais perfeito do mundo assinado. Mas se nós não tivemos condição de fazer até agora... eu não sei se algum anjo ou algum sábio descerá nesse plenário e irá colocar na nossa cabeça a inteligência que nos faltou até agora".

BARACK OBAMA, EUA
"Estou confiante de que os EUA irão cumprir os compromissos que assumimos: reduzir nossas emissões na faixa de 17 por cento até 2020 (em comparação aos níveis de 2005), e em mais de 80 por cento até 2050, conforme a legislação final".
"Os EUA vão continuar nesta rota de ação, não importa o que aconteça em Copenhague".
"Isto não é ficção, é ciência. Sem limites, a mudança climática apresentará riscos inaceitáveis para a nossa segurança, as nossas economias e o nosso planeta".
"Em suma: podemos adotar este acordo, dar um passo substancial adiante e continuar a refiná-lo e a ampliá-lo com base em seu fundamento".

MANMOHAN SINGH, ÍNDIA
"Cada um de nós admite que os mais afetados pela mudança climática são os menos responsáveis por ela. Qualquer coisa que surgir das nossas negociações deve atender a esta flagrante injustiça; injustiça para com países da África, injustiça para com os países menos desenvolvidos, e injustiça para com os pequenos Estados insulares, cuja própria sobrevivência como nações viáveis está ameaçada".

WEN JIABAO, CHINA
"Vamos honrar nossa palavra a respeito de uma ação real. Qualquer que seja o resultado que esta conferência produzir, estaremos plenamente comprometidos em alcançar e até superar essa meta".

YUKIO HATOYAMA, JAPÃO
"Se não conseguirmos (um acordo), não teremos cumprido nossas responsabilidades como líderes mundiais, o que é uma desgraça para o mundo".
"A questão agora é uma discrepância aparentemente insuperável entre a China, por um lado, e a União Europeia, os Estados Unidos e o Japão por outro".

GORDON BROWN, GRÃ-BRETANHA
"(Há) grandes questões, mas as diferenças não são fundamentais. Podem, na minha opinião, ser resolvidas, mas isso exige algum esforço por parte de todas as pessoas".
"Acredito que, se não conseguirmos chegar a um acordo, seria correto de mim e dos outros apresentarmos algumas propostas sobre como podemos avançar, mas esta não é a hora certa para tal".

MAHMOUD AHMADINEJAD, IRÃ
"Achamos que o meio ambiente é a maior bênção de Deus aos seres humanos (...). Se alguém corta uma árvore sem razão, é como se cortasse a asa de um anjo. Se alguém polui o meio ambiente, comete um pecado".

NICOLAS SARKOZY, FRANÇA
"O que está bloqueando isso? Um país como a China, que tem problemas em aceitar a ideia de um órgão de monitoramento (dos cortes de emissões)".
"A Índia tem problemas em aceitar a limitação das suas emissões de carbono (...), e então há posições grotescas de um país como o Sudão".
"A Europa está completamente unida. Uma grande parte da África concorda plenamente conosco, os Estados Unidos estão muito próximos da nossa posição".

Progresso em Copenhague não é o suficiente para a UE

Progresso em Copenhague não é o suficiente para a UE, diz fonte
sexta-feira, 18 de dezembro de 2009 17:39

BRUXELAS (Reuters) - A cúpula sobre mudanças climáticas de Copenhague está chegando ao fim e o que está na mesa não é aceitável para a União Europeia (UE), disse uma fonte do bloco nesta sexta-feira.
"O que está na mesa agora é muito difícil para a UE aceitar", disse a fonte sob condição de anonimato. "A China deve mudar para acontecer qualquer progresso", afirmou.
(Reportagem de Pete Harrison)
© Thomson Reuters 2009 All rights reserved., diz fonte
sexta-feira, 18 de dezembro de 2009 17:39 BRST

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"O que está na mesa agora é muito difícil para a UE aceitar", disse a fonte sob condição de anonimato. "A China deve mudar para acontecer qualquer progresso", afirmou.
(Reportagem de Pete Harrison)

sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

Líderes mundiais tentam acordo para salvar COP 15

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Obama discursa na COP-15

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Minc afirma que discurso de Obama foi decepcionante

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Lula volta a discursar na COP-15

http://video.globo.com/Videos/Player/Noticias/0,,GIM1178224-7823-LULA+VOLTA+A+DISCURSAR+NA+COP,00.html

Ministra do Meio Ambiente dinamarquesa deixa presidência da COP15

http://video.globo.com/Videos/Player/Noticias/0,,GIM1177283-7823-MINISTRA+DO+MEIO+AMBIENTE+DINAMARQUESA+DEIXA+PRESIDENCIA+DA+COP,00.html

Confira debate sobre discurso de chefes de Estado na Cop-15 - parte 3

http://video.globo.com/Videos/Player/Noticias/0,,GIM1178306-7823-CONFIRA+DEBATE+SOBRE+DISCURSO+DE+CHEFES+DE+ESTADO+NA+COP+PARTE,00.html

Cubatão é exemplo de gestão ambiental

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Obama se reunirá com Lula e premiê chinês em Copenhague



O presidente dos EUA, Barack Obama, chega ao Aeroporto de Copenhague, em Kastrup na Dinamarca antes de participar da conferência da ONU sobre mudanças climáticas no dia 18 de dezembro. (Foto Arquivo Reuters)
REUTERS/Larry Downing


Obama se reunirá com Lula e premiê chinês em Copenhague
sexta-feira, 18 de dezembro de 2009 07:22


WASHINGTON (Reuters) - O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, se reunirá nesta sexta-feira com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e com o primeiro-ministro chinês, Wen Jiabao, entre outras autoridades, durante a conferência internacional sobre o clima, informou a Casa Branca na quinta-feira.
Os Estados Unidos e a China, os dois maiores emissores de gases-estufa do mundo, estão entre os países-chave que mantém divergências no último dia de uma conferência da ONU sobre o clima que busca quebrar o impasse em torno de um acordo para combater a mudança climática.
A Casa Branca não deu informações imediatas sobre a pauta do encontro entre Obama e Wen.
Obama também se reunirá com o presidente russo, Dmitry Medvedev, durante o encontro sobre o clima, para discutir as negociações em torno de um tratado para redução de armas nucleares, disse uma autoridade norte-americana de primeiro escalão.
O presidente dos EUA, que chegou à capital dinamarquesa na quinta-feira, também terá um encontro bilateral com o premiê dinamarquês, Lars Lokke Rasmussen, disse a Casa Branca.
(Reportagem de Matt Spetalnick)

Negociadores chegam a texto de acordo inicial sobre clima

Negociadores chegam a texto de acordo inicial sobre clima
sexta-feira, 18 de dezembro de 2009 08:03

Por Pete Harrison e Krittivas Mukherjee
COPENHAGUE (Reuters) - Negociadores alcançaram um esboço inicial de um acordo climático durante a madrugada do último dia da conferência climática. O texto pede a limitação do aumento da temperatura global em 2 graus centígrados, além de bilhões de dólares em ajuda aos países pobres, disseram fontes.
O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, se juntará a outros 120 líderes mundiais no último dia das negociações sobre o clima, que visam alcançar um acordo para impulsionar os esforços internacionais para cortar as emissões de gases causadores do efeito estufa, considerados responsáveis pelo aquecimento do planeta.
O texto, que ainda está em discussão, propõe um limite no aumento da temperatura global de 2 graus Celsius em relação à era pré-industrial, disseram as fontes, que pediram para não terem o nome revelado, à Reuters.
Países baixos, que podem sofrer mais com o aumento dos níveis dos oceanos, querem um limite mais rígido, de 1,5 grau centígrado. As temperaturas já subiram metade disso somente no último século, segundo o painel climático da ONU.
Duas fontes disseram que o texto também promete que os países ricos doarão 100 bilhões de dólares por ano até 2020 para ajudar países pobres a adaptarem suas economias e lidarem com a mudança climática .
Líderes de 26 nações ricas e em desenvolvimento se reuniram nas primeiras horas desta sexta-feira para tentar superar profundas divergências que afetam as negociações desde o seu lançamento, há dois anos em Bali, na Indonésia.
"Os líderes estão chegando, a maioria já chegou, e a razão que os fez decidir vir a Copenhague é porque há um sentimento genuíno de conseguir algo importante", disse o primeiro-ministro dinamarquês, Lars Lokke Rasmussen.
Uma das fontes disse que o texto, que deve sofrer mudanças, não menciona metas de redução de emissões de carbono dos países industrializados.
(Reportagem adicional de Alister Doyle, Gerard Wynn, Anna Ringstrom, John Acher, Jeff Mason, Richard Cowan e Emma Graham-Harrison)

Lula e Sarkozy convocam reunião para salvar acordo climático

Lula e Sarkozy convocam reunião para salvar acordo climático
quinta-feira, 17 de dezembro de 2009 21:01

Por Emmanuel Jarry
COPENHAGUE (Reuters) - O Brasil e a França tentam na noite desta quinta-feira retomar o controle da cúpula do clima de Copenhague ao pedir uma reunião dos principais líderes presentes na conferência climática da ONU.
O pedido da reunião foi feito antes da chegada do presidente Barack Obama, que só deve estar na capital dinamarquesa na manhã de sexta-feira.
Menos de duas horas depois de sua chegada a Copenhague, o presidente francês, Nicolas Sarkozy, bateu com o punho na mesa durante uma discussão.
"É preciso mudar de rumo... ou vamos direto para a catástrofe", disse, antes de pedir aos países participantes, principalmente aos EUA e à China, que fizessem concessões necessárias a um acordo.
Um pouco antes, a ministra da Ecologia da França, Chantal Jouanno, declarou a jornalistas que o "pingue-pongue entre China e EUA", principais poluidores do planeta, constituía "o maior obstáculo" a um acordo sobre o clima.
Para sair do impasse, Sarkozy pediu que o jantar aos chefes de Estado oferecido pela rainha Margareth da Dinamarca fosse seguido de uma reunião de trabalho "para, enfim, negociarmos seriamente".
Pouco depois, durante uma coletiva de imprensa conjunta, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva seguiu seu exemplo.
"(A reunião) vai permitir que cheguemos amanhã... com uma proposta suscetível de ser aprovada", estimou Lula.
Nesta reunião, Brasil e França levariam em conta dois projetos de texto que já estão sobre a mesa. O primeiro estende, a pedido dos países em desenvolvimento, o protocolo de Kyoto que concerne os países industrializados, com exceção dos EUA que não o assinaram.
O outro projeto tem a ver com todos os países. Ele foi redigido pelo maltês Michael Zammit Cutajar, que dirige as negociações sobre as ações em longo prazo.
"Nós não vamos abandonar o protocolo de Kyoto e o texto do senhor Cutajar. Tudo isso é uma contribuição ao debate", explicou Sarkozy.
"O que propomos é um leque que levará em conta tudo o que já foi realizado... Vamos tentar completar tudo isso e dar uma forma de coerência".
Esse "leque" conterá as principais políticas inspiradas na declaração comum franco-brasileira de novembro sobre os objetivos da conferência de Copenhague, acrescentou.
Segundo o governo francês, a proposição franco-brasileira também recebeu o apoio do premiê etíope, Meles Zenawi, coordenador dos países africanos.

Que líderes não foram a Copenhague?

SAIBA MAIS-Que líderes não foram a Copenhague?
quinta-feira, 17 de dezembro de 2009 18:25

COPENHAGUE (Reuters) - Líderes de 119 nações estão reunidos na conferência climática da Organização das Nações Unidas (ONU) em Copenhague nesta semana, mas com 200 países no mundo, quem não compareceu às maiores negociações sobre o meio ambiente da história?
Alguns líderes mundiais enviaram seus ministros de Relações Exteriores, de Meio Ambiente ou de Petróleo em seu lugar.
Aqui vai uma lista das omissões visíveis:
MAIORES PRODUTORES DE PETRÓLEO
Os combustíveis fósseis estão entre os maiores responsáveis pelo aquecimento global, segundo cientistas. Essas nove nações correspondem a 44 por cento das reservas de petróleo do mundo:
* Angola
* Azerbaijão
* Iraque
* Cazaquistão
* Líbia
* Omã
* Catar (o maior emissor do mundo per capita)
* Arábia Saudita (o maior exportador de petróleo do mundo)
* Emirados Árabes Unidos
NAÇÕES INSULARES
O derretimento dos icebergs provoca o aumento dos níveis do mar, e Estados insulares serão os maiores atingidos. Embora a maior parte desses Estados esteja representada pela Aliança de Pequenos Estados Insulares (AOSIS, na sigla em inglês), aqui estão alguns dos líderes que não foram a Copenhague:
* Antígua & Barbuda
* Barbados
* Cabo Verde
* Cuba
* Fiji
* Jamaica
* Ilhas Salomão
* Tonga
AMÉRICA LATINA
A contribuição da América Latina para as emissões globais cresceu nos últimos anos devido ao aumento do desmatamento. Segundo o Banco Mundial, a América Latina abriga as maiores florestas tropicais absorventes de carbono do mundo.
* Argentina
* Chile
* Costa Rica (prometeu ser neutra em carbono até 2021)
* Equador
* El Salvador
* Honduras
* Nicarágua
* Paraguai
* Peru
* Uruguai
OUTRAS AUSÊNCIAS NOTÁVEIS
* Suíça - O país montanhoso é um dos mais ricos do mundo per capita, mas o derretimento das geleiras ameaça sua indústria do turismo e aumenta o risco de deslizamentos de terra. Enviou o ministro dos Transportes e de Energia, Mortitz Leuenberger, a Copenhague.
* Ucrânia - Um dos 20 maiores poluidores do mundo, a Ucrânia tem bilhões de direitos de emissões do Protocolo de Kyoto que poderiam perder o valor nas conversas. Mandou seu vice-premiê.
* Itália - Um ataque no domingo deixou o premiê Silvio Berlusconi com um nariz e dentes quebrados. Seu ministro do Meio Ambiente está na conferência em seu lugar.
(Reportagem de Michael Szabo)

quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

Miriam Leitão comenta possibilidade de acordo na COP-15

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Brasil critica ricos por clima e anuncia US$5 bi para pobres

Brasil critica ricos por clima e anuncia US$5 bi para pobres
quarta-feira, 16 de dezembro de 2009 20:15

COPENHAGUE (Reuters) - O Brasil voltou a criticar nesta quarta-feira a proposta de países desenvolvidos para um acordo climático na cúpula da ONU, em Copenhague, e anunciou uma linha de 5 bilhões de dólares para nações mais pobres se adaptarem às mudanças do clima.
A comitiva brasileira na Dinamarca reiterou sua oposição à proposta informal de países desenvolvidos de que a maior parte dos recursos para ações de adaptação às mudanças climáticas seja proveniente do mercado.
"Isso não vai interessar ao mercado", disse a jornalistas a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, sobre transferir a ajuda aos países mais pobres, segundo nota do Ministério do Meio Ambiente.
Chefe da delegação brasileira, Dilma defendeu compromissos comuns aos países, porém diferenciados, e propôs que a maior parte da ajuda tenha "lastro público".
A proposta informal de países desenvolvidos previa apenas 25 por cento de recursos de nações ricas. O restante viria de outras fontes, como doações.
O Brasil e outros países em desenvolvimento, como a China, criticaram a Dinamarca nesta quarta-feira pelos planos de apresentar novos textos para tentar romper um impasse em questões como redução das emissões de gases-estufa de países ricos.
Os países argumentam que o único resultado legítimo para a cúpula da Organização das Nações Unidas, que termina na sexta-feira, é o texto elaborado pelos dois principais grupos de discussão, que incluiria todos os países do mundo na luta contra as mudanças climáticas.
A posição brasileira defende que recursos de um eventual fundo para ações de adaptação às mudanças climáticas sejam destinados exclusivamente aos países mais pobres.
Países emergentes de economias mais fortes, como o Brasil, deveriam receber fundos para projetos de mitigação de suas emissões de gases-estufa.
Em Copenhague, o Brasil anunciou uma linha de 5 bilhões de dólares para países mais pobres se adaptarem aos efeitos das mudanças climáticas. A ajuda será por empréstimos a fundo perdido ou com juros muito baixos, além de apoio técnico gratuito.
Ao lado de Dilma, o ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, reconheceu que a negociação "está complicada", mas que o Brasil se esforçará para que a reunião não termine sem um acordo.
"Vamos fazer das tripas coração para que essa conferência não seja um fracasso", disse Minc a jornalistas, após reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que chegou a Copenhague nesta quarta-feira para o encerramento da cúpula.
Em novembro, o país se comprometeu a reduzir entre 36,1 por cento e 38,9 por cento suas emissões de CO2 até 2020. Segundo Dilma, o país precisará de 166 bilhões de dólares, entre recursos da União e externos, para cumprir estas metas.
(Por Hugo Bachega)

China não vê chance de acordo climático em Copenhague

China não vê chance de acordo climático em Copenhague
quinta-feira, 17 de dezembro de 2009 07:47

COPENHAGUE (Reuters) - A China disse a participantes na cúpula global sobre o clima em Copenhague que não vê possibilidade de se atingir um acordo operacional nesta semana, disse uma autoridade envolvida nas negociações à Reuters nesta quinta-feira.
Essa autoridade, que pediu para não ter seu nome revelado, disse que os chineses sugeriram, no lugar do acordo, "uma curta declaração política de algum tipo". Não estava claro o que diria essa declaração.
A autoridade disse que as negociações seguiam na tentativa de chegar a uma solução que permita a assinatura de um acordo operacional.
A informação de que a China não acredita em um acordo vem em um momento em que dezenas de chefes de Estado chegam a Copenhague na expectativa de assinar, até sexta-feira, um acordo para combater o aquecimento global.
A Dinamarca disse que está tentando simplificar uma série de textos preliminares complexos que foram negociados, para ajudar cerca de 120 líderes que participam da conferência nesta quinta-feira e na sexta-feira para chegar a um acordo.
Segundo a autoridade que não quis se identificar, o problema que incomoda a China parece ser uma questão de procedimento.
A China disse na quarta-feira à Dinamarca, que preside a conferência, que está junto dos países em desenvolvimento, que rejeitam os esforços da Dinamarca de selecionar pequenos grupos de negociação para agrupar os textos preliminares, pois alega que o processo tem de ser inclusivo.

Líderes mundiais tentam salvar acordo de clima sob forte pressão


Cartaz em Copenhague diz "salve nosso clima". Líderes mundiais tentam salvar acordo de clima sob forte pressão.
REUTERS/Christian Charisius


Líderes mundiais tentam salvar acordo de clima sob forte pressão
quarta-feira, 16 de dezembro de 2009 21:33


Por Krittivas Mukherjee e Alister Doyle
COPENHAGUE (Reuters) - Líderes mundiais tomaram a cena na quarta-feira na maior conferência da história sobre o clima, enquanto ministros se esforçavam para resgatar as problemáticas negociações em torno de um pacto para evitar o aquecimento global.
Usando cassetetes e spray de pimenta, a polícia prendeu 230 pessoas do lado de fora do centro de conferência em Copenhague, enquanto centenas de manifestantes exigindo uma ação mais firme contra a mudança climática tentavam avançar pelas barricadas.
No lado de dentro, crescia a frustração com a ausência de progresso após quase duas semanas de conversações para tentar se chegar a um acordo sobre as medidas que todas as nações devem tomar a fim de tentar ampliar ou substituir o Protocolo de Kyoto, atualmente em vigor.
O ministro do Meio Ambiente da Índia disse que o pacto de Kyoto estava em "tratamento intensivo" dois dias antes de quando se esperava que os chefes de Estado de todo o planeta concordassem sobre um acordo para arrefecer as temperaturas em ascensão que podem provocar ondas de calor, inundações, desertificação e elevação do nível das marés. Ele acusou os países ricos de tentar deixar o pacto de escanteio.
Uma cúpula formal reunindo mais de 120 líderes mundiais ocorrerá na quinta e na sexta-feira para tentar pôr fim ao impasse sobre quem deve cortar as emissões de gases-estufa, em quanto e quem deve pagar por isso.
Alguns delegados na reunião plenária principal de quarta-feira, no entanto, disseram que um acordo estava distante.
"Tuvalu está extremamente decepcionado pela ausência de progresso" na ampliação do Protocolo de Kyoto, disse Ian Fry. Tuvalu está entre os Estados insulares mais vulneráveis, sob risco de desaparecer, com a elevação das marés.
"É hora de salvar esse processo", disse ele.
Os líderes -- incluindo os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva, Hugo Chávez (Venezuela), do Zimbábue, Robert Mugabe, e o primeiro-ministro britânico, Gordon Brown - deverão discursar no encontro sobre o clima que segue até 18 de dezembro, até agora dominado por ministros do Meio Ambiente.
Em jogo está um acordo para transformar as economias globais, impondo cortes maiores sobre as emissões de gás-estufa, que aquecem o planeta, principalmente pela queima de combustíveis fósseis, a partir de 2013, após o término da primeira fase de Kyoto.
"LUTA ÁRDUA"
Uma profunda desconfiança, porém, complicou as conversações ocorridas ao longo de dois anos, iniciadas em 2007 em Bali, na Indonésia, que estabeleceram um prazo para que Copenhague produzisse um acordo climático legalmente vinculante a partir de 2013.
Em vez disso, a anfitriã Dinamarca espera que um acordo politicamente vinculante seja aprovado até sexta-feira e alguns delegados e ambientalistas temem que os líderes recebam um texto pouco negociado.
Os países em desenvolvimento exigem que as nações ricas prometam cortes muito maiores nas emissões e dinheiro substancial para ajudá-los a combater a mudança climática e tornar mais verdes suas economias.
"Há uma luta muito árdua aqui", disse o primeiro-ministro britânico, Gordon Brown, à televisão BBC. "Há uma boa vontade, há barreiras gigantes, mas elas não são instransponíveis."
O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, manifestou otimismo de que um acordo climático seja selado, disse um porta-voz da Casa Branca.
Outros demonstraram menos confiança.
"A posição atual é praticamente sem esperança. Podemos esperar apenas que hoje e amanhã os chefes de governo se apresentem", disse Habibur Rahman Shiraz, com a delegação de Bangladesh, um dos países mais vulneráveis aos impactos de uma mudança climática.
China, EUA, Rússia e Índia são os principais emissores e estabeleceram metas para conter as emissões nos últimos meses. Mas os países pobres e os ricos estão exigindo mais do que o outro lado está disposto a dar.

Japão anuncia US$15 bi de ajuda a pobres contra aquecimento

Japão anuncia US$15 bi de ajuda a pobres contra aquecimento
quarta-feira, 16 de dezembro de 2009 20:19

COPENHAGUE (Reuters) - O Japão elevará para cerca de 15 bilhões de dólares até 2012 sua ajuda para que os países em desenvolvimento trabalhem no combate ao aquecimento climático global, sinalizando que um acordo sobre o clima da ONU está mais próximo em Copenhague, afirmou o governo nesta quarta-feira.
"A iniciativa deve contribuir para o sucesso" da conferência da Organização das Nações Unidas na capital dinamarquesa, onde 110 líderes mundiais se reúnem na quinta e sexta-feiras, mostrou um comunicado.
As finanças públicas responderão por até 11 bilhões de dólares do total e os recursos privados pelos outros 4 bilhões de dólares, segundo o documento.
"Esta escalada de finanças públicas pretende permitir uma implementação mais rápida da assistência aos países em desenvolvimento", afirmou. A ajuda financeira está acima da anteriormente prevista, de 9 bilhões de dólares.
De acordo com o comunicado, o dinheiro estava condicionado a que um acordo significativo seja alcançado -- "uma estrutura justa e eficaz, com a participação de todos os principais países emissores e aprovação de seus respectivos objetivos ambiciosos".
A ONU está buscando um financiamento inicial e rápido de 10 bilhões de dólares por ano durante os três anos até 2012 para ajudar as nações em desenvolvimento a lidar com a mudança climática. A organização quer compromissos de montantes maiores para 2020.
Na semana passada, a União Europeia prometeu 7,3 bilhões de euros, ou 10,63 bilhões de dólares, para o financiamento climático até 2012. Nesta quarta-feira, um grupo de seis países, incluindo os Estados Unidos, disse que daria 3,5 bilhões de dólares para ajudar a conter o desmatamento.

Acordo climático sobre navegação e aviação fica mais distante

Acordo climático sobre navegação e aviação fica mais distante
quarta-feira, 16 de dezembro de 2009 19:37

Por Pete Harrison
COPENHAGUE (Reuters) - Os negociadores reunidos em Copenhague alertaram na quarta-feira que podem perder a oportunidade de limitar as emissões de gases-estufa da aviação e navegação marítima, abrindo mão assim de bilhões de dólares em taxas que poderiam ajudar os países pobres a enfrentarem a mudança climática.
A apenas dois dias do final da conferência sobre o clima da ONU na capital dinamarquesa, negociadores disseram estar ainda muito distantes de definirem metas de emissões para a navegação e a aviação, atividades que, juntas, produzem até 8 por cento das emissões globais de gases do efeito estufa.
Japão, Arábia Saudita, China e Estados Unidos foram apontados como os responsáveis por impedir avanços nas restrições a esses dois setores, que recentemente se mostraram abertos a uma forte redução nas suas emissões. As negociações, no entanto, esbarraram em questões técnicas.
"A aviação e a navegação têm uma grande oportunidade de contribuir com a luta contra o aquecimento global, e a oportunidade está escapando", disse Reinford Mwangonde, parte da delegação do Malaui.
Fontes ligadas ao processo dizem que ainda não há consenso em torno de uma das questões mais básicas - se as metas devem ser estabelecidas já em Copenhague ou no ano que vem pela Organização Marítima Internacional e pela Organização Internacional da Aviação Civil (ambas agências da ONU).
Também há conflitos sobre como proteger as nações insulares, que são mais vulneráveis ao aumento do custo dos transportes.
O comissário (ministro) europeu do Meio Ambiente, Stavros Dimas, confirmou que o progresso é lento.
"Alguns estão dizendo que as metas e definições deveriam ser acertadas aqui, outros estão dizendo que deveria ser feito nos dois outros organismos", afirmou ele à Reuters. "Esses dois setores não têm metas de redução e estão aumentando rapidamente suas emissões".
A União Europeia quer que o setor naval reduza na próxima década as suas emissões para 20 por cento abaixo dos níveis de 2005, enquanto a aviação teria de cortar 10 por cento. Além disso, o bloco europeu defende uma taxação sobre as emissões aéreas e navais, com os dividendos sendo destinados a países pobres.
"Nossa voz coincide com a da UE", disse Bruno T Sekoli, negociador-chefe do Lesoto, que representa os países menos desenvolvidos em Copenhague.
A falta de metas levaria a ainda mais incertezas para os investimentos nos dois setores, e também desperdiçaria bilhões de dólares para um futuro fundo climático, cuja formação é um dos principais entraves à adoção de um acordo em Copenhague.
"Algumas das maiores economias do mundo em desenvolvimento estão egoisticamente bloqueando um tratado que poderia destravar o acordo geral de Copenhague", disse Bill Hemmings, do grupo ambiental T&E.

quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

Copenhague vira palanque para presidenciáveis


Copenhague vira palanque para presidenciáveis
DC - 14/12/2009 - 23h48

Um dos mais importantes encontros de discussão de medidas para conter os efeitos do aquecimento global, a Conferência sobre Mudanças Climáticas das Nações Unidas (COP15), realizada em Copenhague, também tem sido nos últimos dias uma prévia do que será o palanque das eleições de 2010. Os principais nomes para a disputa à sucessão no Palácio do Planalto já estão na capital dinamarquesa e têm feito questão de se associar à causa ambientalista e ao desenvolvimento sustentável, temas que terão relevância nos debates políticos do ano que vem.
Os dois principais nomes na disputa, o tucano José Serra e a ministra Dilma Rousseff (PT), assumiram de vez o discurso ambiental em Copenhague.

O governador José Serra não perdeu tempo para calibrar o discurso. Em evento paralelo à Conferência, o tucano defendeu a utilização do etanol como uma das ferramentas para o Brasil atingir a meta de redução de emissões de gases estufa. "(O etanol é) um dos grandes cacifes do Brasil no plano internacional", afirmou, durante encontro realizado pela Aliança Brasileira pelo Clima ontem.

Segundo ele, por causa do intenso uso de etanol, o Estado de São Paulo tem um quarto da emissão de carbono per capita da média brasileira. "Avançamos mais que outros países na área de energia renovável", afirmou. Serra disse, ainda, que a cada oito unidades de energia de etanol produzidas, utiliza-se apenas uma de energia fóssil, o que contribui para a redução das emissões de CO2.
O tucano ainda defendeu a contribuição do Brasil para o fundo global de mudanças climáticas. A iniciativa, acredita, serviria para pressionar os países ricos a colaborar. "Se o Brasil, que é um país em desenvolvimento, se dispõe a fazer, sem dúvida nenhuma isso vai ampliar a pressão política sobre os desenvolvidos", afirmou.

A ideia original era que o fundo fosse mantido com dinheiro dos países desenvolvidos, que historicamente emitiram mais gases de efeito estufa, mas a inclusão dos países emergentes entre os financiadores entrou na mesa de discussão na COP15.

Chefe da delegação brasileira no evento e pré-candidata petista à sucessão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Dilma não concorda com a obrigação de contribuição pelos países emergentes. Ela aumentou o tom no domingo ao enfatizar que o País não só planeja ter acesso a financiamentos do fundo mundial de combate às mudanças climáticas como também pretende fazer aportes de recursos.

A ministra-chefe da Casa Civil, identificada pelos ambientalistas como a "gerente do PAC", reafirmou a defesa do uso de combustíveis renováveis.
Por sua vez, a senadora e ex-ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, também se contrapôs à ministra-chefe da Casa Civil e defendeu que o Brasil contribua com recursos para o fundo global que deverá ajudar os países mais pobres a enfrentar o aquecimento global.

"Acho que quem foi proativo chegando aqui com uma meta voluntária de redução de emissões, pode muito bem continuar com essa proatividades, colocando um esforço na cesta. O Brasil pode ajudar a desempatar esse jogo", disse. Para a provável candidata à Presidência, o País pode contribuir com ao menos R$ 1 bilhão para o fundo.

Paralisação - Um protesto dos países africanos acusando as nações ricas de se empenharem pouco na redução das emissões de gases estufa quase parou as negociações ontem em Copenhague. Eles acusaram os países ricos de tentar sepultar o Protocolo de Kyoto, que obriga as nações industrializadas a reduzirem suas emissões até 2012. (Agências)

D. C. de 15 dezembro de 2009

Encontro do clima tem dia de confusão

http://video.globo.com/Videos/Player/Noticias/0,,GIM1177087-7823-ENCONTRO+DO+CLIMA+TEM+DIA+DE+CONFUSAO,00.html

Brasil aceita prestar contas de ações com verba internacional

Brasil aceita prestar contas de ações com verba internacional
Com a pressão dos desenvolvidos, País aceita verificação dos resultados (MRV) de suas emissões
Andrei Netto e Afra Balazina, de O Estado de S. Paulo

COPENHAGUE - Com o aumento da pressão sobre os países emergentes e com a proximidade do fim da 15a Conferência do Clima (COP-15) das Nações Unidas, o Brasil cedeu nesta terça-feira, 15, e confirmou que aceitará prestar contas sobre a eficácia de suas ações ambientais para redução de emissões de CO2. A decisão, entretanto, impõe um limite: só vale para os projetos financiados por recursos externos, oriundos do futuro Fundo Mundial de Meio Ambiente, que deverá ser instituído pela cúpula de Copenhague.

A mudança de posição é um primeiro sinal de flexibilização de parte do país visando a um acordo na sexta-feira, 18. A postura foi adotada nesta terça, e se refere às ações prometidas pelo Brasil, descritas no Plano Nacional de Mudanças Climáticas e responsáveis pelas "metas" de redução de 36% a 39% do ritmo de emissões até 2020. Segundo o Estado apurou, quando os projetos não financiados pela comunidade internacional serão objeto apenas de um relatório produzido pelo governo brasileiro. Já as financiadas poderão ser alvo de inspeção de fiscais, que cotejarão os objetivos fixados com os resultados práticos, aferindo a eficácia da redução das emissões de gases-estufa - o chamado mecanismo MRV, sigla para ações Measurable, Verifiable and Reportable.

O passo à frente veio a público no dia da abertura oficial as negociações de "alto nível", que envolvem ministros, e só foi dado depois que os Estados Unidos aceitaram uma condição, que abriu caminho para um acordo: não serão inspecionadas ações não financiadas com recursos externos. A questão é central para o governo brasileiro por questões de soberania. Se o acordo for confirmado na sexta-feira, projetos de mitigação de emissões em áreas estratégicas - como produção de petróleo e pesquisa agrícola - só serão verificadas se o Brasil concordar, preservando projetos sensíveis.

A posição do Brasil também deve vir a ser adotada por China, Índia e África do Sul - os demais membros do grupo Basic. Até as 21h desta terça-feira, 15, (18h de Brasília), a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, o diretor do Departamento de Meio Ambiente do Itamaraty, Luiz Alberto Figueiredo, e negociadores, estavam reunidos com o ministro do Meio Ambiente da Índia, Jairam Ramesh, e com o negociador-chefe da China, Xie Zhenhua, em um escritório do Brasil em Copenhague.

Segundo um participante da reunião informou à reportagem, a adoção de uma posição comum pelos emergentes sobre MRV deve se confirmar na quarta-feira, 16. A flexibilização por parte do Brasil e dos EUA também significa um avanço no diálogo em Copenhague. MRV é, desde o início da COP-15, há 10 dias, um dos temas mais cobrados por parte dos países industrializados. Nesta terça, a dinamarquesa Connie Hedegaard, presidente da COP-15, cobrou em público avanços de parte do Brasil. "Há diferenças fundamentais entre as negociações de Kyoto (em 1997) e de Copenhague. E uma delas é que ninguém questiona que precisamos dos Estados Unidos a bordo, e que precisamos de algum meio de refletir as ações de China, Índia e Brasil", reiterou, referindo-se ao MRV. "Se queremos afirmar que temos um acordo global no século 21, temos de incluir os países emergentes e os Estados Unidos. Isso é muito básico."

Um instrumento de pressão por parte dos países desenvolvidos desde o início da COP-15 era ameaçar vetar a transferência de recursos para mitigação em países emergentes. A intenção do bloqueio, liderada pela União Europeia, foi revelada pelo Estado na terça-feira, 8. "Toda essa pressão é nova. Ela não existia no processo de negociação e surgiu no último instante, em Copenhague, depois de dois anos do início das discussões em Bali", reconheceu um diplomata de alto nível da delegação do Brasil, sob a condição do anonimato.

A pressão que incide sobre o Brasil, entretanto, é muito maior sobre os chineses. Nesta terça, os Estados Unidos voltaram criticar a falta de compromisso da China - país emergente que, pela Convenção do Clima de 1990, não tem obrigação de ter metas de redução das emissões de CO2. "Não se pode nem começar a ter um acordo ambiental sem a adequada e significativa participação da China", condicionou Todd Stern, enviado especial da Casa Branca para Mudanças Climáticas.

O Estado de S. Paulo de 15 de dezembro de 2009

Negociadores correm contra o tempo na Cop-15

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Minc e Dilma divergem em público

http://video.globo.com/Videos/Player/Noticias/0,,GIM1176848-7823-MINC+E+DILMA+DIVERGEM+EM+PUBLICO,00.html

Centenas de pessoas protestam em Copenhague

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Encontro do Cop-15 pode terminar em frustação

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COP15: dezenas de pessoas são presas durante nova manifestação em Copenhague

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Cop-15: 40 mil toneladas de dióxido de carbono vão ser emitidas até o fim do encontro

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Minc e Dilma divergem sobre o meio ambiente em Copenhage

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Obama anuncia medidas para a energia limpa

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ONU promete reduzir suas emissões de gases-estufa

ONU promete reduzir suas emissões de gases-estufa
terça-feira, 15 de dezembro de 2009 23:02

NAÇÕES UNIDAS (Reuters) - A Organização das Nações Unidas (ONU) disse nesta terça-feira que produz quase 2 milhões de toneladas métricas de emissões de dióxido de carbono por ano, mas prometeu reduzir os gases causadores do efeito estufa que lança na atmosfera.
"A ONU emite o equivalente a 1,7 milhão de toneladas de dióxido de carbono anualmente, das quais aproximadamente 1 milhão de toneladas correspondem às operações de manutenção de paz", afirmou o porta-voz Martin Nesirky a repórteres.
"A ONU irá trabalhar agora em direção a uma abordagem comum para a redução das emissões e também das estratégias de redução para cada instituição", ele disse.
Há quase 50 organismos e agências da ONU espalhados pelo mundo.
O anúncio acontece no momento em que ministros e líderes de 193 países estão reunidos em Copenhague, na Dinamarca, para tentar salvar um acordo sobre um novo pacto climático.
(Reportagem de Louis Charbonneau)

ONU cobra concessões nas negociações climáticas

ONU cobra concessões nas negociações climáticas
terça-feira, 15 de dezembro de 2009 17:00

Por Michael Szabo e Richard Cowan
COPENHAGUE (Reuters) - O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, e a anfitriã Dinamarca pediram nesta terça-feira aos países participantes de uma conferência climática que façam concessões de modo a permitir a aprovação de um novo tratado contra o aquecimento global.
Os ministros tentam resolver o impasse nas negociações climáticas em Copenhague, três dias antes da reunião de chefes de Estado e governo para selar o novo acordo.
"A esta hora estamos nos equilibrando entre o sucesso e o fracasso", disse Connie Hedergaard, que preside em nome da Dinamarca a conferência de duas semanas, na abertura da fase de negociações envolvendo os primeiros escalões nacionais.
"O sucesso está ao nosso alcance. Mas... também devo alertá-los: podemos fracassar".
Os organizadores do evento disseram que os ministros de Meio Ambiente vão trabalhar noite adentro na terça-feira para tentar superar divergências e para que a maior parte do trabalho esteja concluída antes da participação oficial dos 115 governantes, na quinta-feira.
"Três anos de esforço se resumem a três dias de ações", disse Ban. "Não vamos fraquejar na reta final. Ninguém vai conseguir tudo o que deseja nesta negociação".
Após uma suspensão de várias horas na véspera por causa de um protesto de países africanos, as negociações voltaram a parar na terça-feira devido a disputas sobre as reduções que os países ricos devem fazer nas suas emissões de gases-estufa, e sobre a meta de longo prazo para o controle das temperaturas globais, de modo a evitar os piores efeitos da mudança climática - o que inclui inundações, secas, ondas de calor e elevação do nível dos mares.
Esboços de textos datados de terça-feira mostravam que os negociadores tinham retirado os números relativos às metas globais de longo prazo e dos cortes de emissões dos países ricos até 2020 do texto original. Os números poderão ser reinseridos se for alcançado um acordo.
Grandes empresas dos EUA como Duke Energy, Microsoft e Dow Chemical defenderam uma forte redução nas emissões norte-americanas, o que estimularia a busca por uma economia mais verde.
"Ainda há muito a fazer, as partes estão bastante distanciadas em um bom número de questões", disse Todd Stern, representante especial dos EUA para questões climáticas, acrescentando que não prevê nenhuma mudança nas metas de emissões dos EUA durante as negociações.
48 HORAS
A sessão de terça-feira deve ir noite adentro.
"Não é o papel dos líderes negociar o texto", disse o representante brasileiro, Sérgio Serra, enfatizando que a maior parte do trabalho deve estar pronta até quinta-feira.
As negociações de Copenhague, descritas por Ban como as mais complexas e ambiciosas já ocorridas na comunidade mundial, tropeçam na já antiga divergência entre países ricos e pobres sobre como enfrentar a mudança climática.
Um grupo de países identificados sob a sigla "Basic" (Brasil, África do Sul, Índia e China) está "coordenado suas posições quase de hora em hora", disse o ministro indiano do Meio Ambiente, Jairam Ramesh, reforçando o clima de divisão entre ricos e pobres.
A ministra sul-africana do Meio Ambiente, Buyelwa Sonjica, disse em nome do grupo que as promessas dos países ricos para o corte de emissões são "menos do que ambiciosas e inconsistentes com a ciência".
As negociações em Copenhague ainda não chegaram a um acordo sobre a criação de um fundo que ajude os países pobres a se adaptarem à mudança climática e a reduzirem suas emissões de gases-estufa.
Um jornal japonês disse na terça-feira que o Japão oferecerá 10 bilhões de dólares de ajuda ao longo de três anos, até 2012, e que isso incluirá medidas para proteger a biodiversidade nos países em desenvolvimento.
A maioria dos países desenvolvidos é a favor de um financiamento climático provisório de cerca de 30 bilhões de dólares entre 2010-2012 para ajudar os países mais pobres, muitos dos quais afirmam que esse valor é insuficiente.
O presidente francês, Nicolas Sarkozy, disse em Paris que espera do seu colega norte-americano, Barack Obama, o apoio a um "rápido início" para a ajuda aos países em desenvolvimento. "O presidente Obama sempre fala das suas ligações com a África, é hora de demonstrá-las", disse.
(Com reportagem adicional de David Fogarty)

Obama vê acordo sobre mudança do clima em Copenhague

Obama vê acordo sobre mudança do clima em Copenhague
terça-feira, 15 de dezembro de 2009 21:35

WASHINGTON (Reuters) - O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, está confiante em um acordo sobre a mudança climática na conferência da Organização das Nações Unidas (ONU) em Copenhague, disse a Casa Branca nesta terça-feira.
"O presidente acredita que podemos obter um acordo operacional que tenha sentido em Copenhague", disse o porta-voz da Casa Branca, Robert Gibbs, a jornalistas.
A secretária de Estado, Hillary Clinton, escreveu em um artigo no International Herald Tribune nesta terça-feira que o sucesso em Copenhague exige que todas as economias tomem ações decisivas e concordem com um sistema que seja transparente e confiável.
"O presidente revisou os esforços dos Estados Unidos sobre as mudanças climáticas, reiterou seu compromisso de fazer progresso em direção a uma conclusão bem sucedida de um acordo operacional em Copenhague", afirmou Gibbs.
Líderes mundiais participam de uma conferência na capital da Dinamarca para tentar chegar a um acordo para combater o aquecimento global. Obama, que chegará a Copenhague na sexta-feira, conversou com seus colegas da Grã-Bretanha, França e Alemanha antes de sua viagem, disse Gibbs.
"Todos estão empenhados em trabalhar juntos. E, obviamente, ficarão todos juntos nos próximos dias", acrescentou.
(Reportagem de Alister Bull)

Estrelas da política dos EUA invadem palco do clima

Estrelas da política dos EUA invadem palco do clima
terça-feira, 15 de dezembro de 2009 20:16

Por Richard Cowan e Anna Ringstrom
COPENHAGUE (Reuters) - Enquanto negociadores de mais de 190 países discutem detalhes de um novo tratado climático, celebridades do cenário político norte-americano roubaram a cena com seus apelos por ação.
O governador da Califórnia, Arnold Schwarzenegger, o ex-vice-presidente Al Gore e o prefeito de Nova York, Michael Bloomberg, atraíram uma multidão de jornalistas enquanto, do lado de dentro do centro de convenções Bella Center, funcionários da ONU alertavam que um acordo continua distante.
Jornalistas tiveram de disputar ingressos para os discursos de Gore e Schwarzenegger.
Em um evento paralelo, o governador de São Paulo, José Serra, se reuniu com Schwarzenegger em Copenhague, e voltou a convidá-lo a visitar o Brasil.
No encontro Serra destacou o fato de a Califórnia contar com 34 milhões de habitantes e 25 milhões de carros sem flexibilidade para usar álcool, gasolina ou diesel.
"Temos pesquisas de etanol envolvendo empresas de São Paulo e da Califórnia, inclusive no sentido de extrair diesel e querosene do etanol. Há um promissor mercado para o etanol brasileiro ali", disse Serra.
Bloomberg e Schwarzenegger alertaram que, com ou sem acordo, Estados e municípios levarão adiante seus próprios programas de redução de emissões de gases-estufa.
"Certamente seria incrível se os governos do mundo chegarem a um acordo e colocarem limites rígidos sobre os gases do efeito estufa ao mesmo tempo em que ajudam generosamente os países pobres," disse Schwarzenegger.
No entanto, ele acrescentou: "Os governos do mundo não podem fazer isso sozinhos." Ele defendeu as regras da Califórnia para os gastos de combustível dos automóveis e outras medidas de redução das emissões em seu Estado, pioneiras nos EUA.
Al Gore, que dividiu o Nobel da Paz de 2007 com o IPCC (Painel Intergovernamental da ONU para a Mudança Climática), tentou usar sua influência para resolver o impasse nas negociações, e pediu ao Congresso dos EUA que vote a nova legislação climática até 22 de abril, 40o. aniversário do Dia da Terra.
Assumindo a premissa de que a atual conferência de Copenhague resultará apenas em um acordo de caráter político, Gore defendeu também que o novo tratado climático global seja concluído até julho.
Citando o degelo das calotas polares, a maior mortalidade de árvores e uma grave escassez de água, Gore disse à plateia da ONU: "Diante de efeitos como estes, claras evidências que apenas tolos incautos ignorariam, tenho uma sensação de frustração (com a falta de acordo até agora)."
Apesar dessas mensagens, ninguém espera uma redução significativa nas emissões globais de gases-estufa se não houver acordo entre os mais de 190 governos reunidos em Copenhague.
E assim será até que a maior estrela política dos EUA no momento, o presidente Barack Obama, chegue à cidade, na manhã de sexta-feira - momento em que estará mais claro se ele e cerca de outros 110 governantes poderão apertar as mãos para selar um novo acordo para controlar a mudança climática.