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sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

Reunião da ONU propõe nova agência ambiental no estilo da OMC


Reunião da ONU propõe nova agência ambiental no estilo da OMC como parte de uma reforma da governança ambiental (foto de arquivo).

REUTERS/Tim Wimborne

Reunião da ONU propõe nova agência ambiental no estilo da OMC
sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010


Sunanda Creagh
NUSA DUA, Indonésia (Reuters) - Uma Organização Mundial do Meio Ambiente, semelhante à Organização Mundial do Comércio, poderia ser criada como parte de uma reforma da governança ambiental, decidiu na sexta-feira uma reunião da ONU com a presença de ministros do Meio Ambiente.

Ministros e representantes de mais de 135 países se reuniram em Nusa Dua, na ilha indonésia de Bali, esta semana para a reunião anual do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Unep). É o maior encontro de autoridades ambientais desde as negociações climáticas de Copenhague, em dezembro do ano passado.

O diretor executivo do Unep, Achim Steiner, disse a jornalistas na sexta-feira que a reforma da governança ambiental foi uma parte chave das discussões desta semana e que governos levantaram a possibilidade de ser criada uma Organização Mundial do Meio Ambiente, cuja sigla em inglês seria WEO.

"Deixar as coisas como estão... não é mais uma opção viável. Dentro das opções mais amplas de reforma, uma delas é o conceito da WEO", disse Steiner.

"Os governos criaram um grupo ministerial de alto nível para levar esse processo adiante com foco e urgência maiores. Esse grupo vai se reunir dentro de alguns meses."

Steiner disse no início da semana que a WEO poderia seguir o modelo da Organização Mundial do Comércio, mas não soube dizer se ela teria poderes semelhantes de impor sanções a países que infringissem a lei internacional.

Pela primeira vez em uma década, a reunião do Unep divulgou uma declaração formal apresentando uma série de políticas que devem ser adotadas.

A Declaração de Nusa Dua pediu, entre outras coisas, que o organismo mundial ajude a garantir que o Haiti, devastado por um terremoto em janeiro, seja reconstruído de maneira ambientalmente propícia e que sejam implementadas as recomendações de um relatório anterior sobre danos ambientais e infraestruturais na Faixa de Gaza.

A Declaração também pede que os governos se reúnam novamente em junho deste ano para decidir sobre a criação de um novo comitê internacional de cientistas dedicado à biodiversidade, seguindo os moldes do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas.
Steiner disse que as reuniões desta semana demonstram uma disposição global em seguir adiante depois do encontro de Copenhague, que frustrou as expectativas e terminou com um acordo não compulsório para combater as mudanças climáticas.

"Acho que aqui em Bali, tão pouco tempo após Copenhague e aquela grande frustração, os ministros responsáveis pelo meio ambiente reencontraram sua voz coletiva", disse ele. "Isso é algo que deve deixar o mundo muito satisfeito."

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Geração de lixo eletrônico cresce a 40 mi de toneladas por ano, diz ONU

Geração de lixo eletrônico cresce a 40 mi de toneladas por ano, diz ONU

JUAN PALOPda Efe, em Nusa Dua (Indonésia)
A Organização das Nações Unidas (ONU) pediu nesta segunda-feira (22) medidas urgentes contra o crescimento exponencial do lixo de origem eletrônica em países emergentes como o Brasil. Ela considera o fato um problema grave para o ambiente e a saúde pública.
O Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma) apresentou hoje na Indonésia um relatório sobre o tema. Nele, prevê sérias consequências ainda nesta década pelas montanhas de resíduos "perigosos" e "tóxicos" que se acumulam sem nenhum controle nas economias em desenvolvimento.
A geração de lixo eletrônico global cresce a uma taxa de cerca de 40 milhões de toneladas por ano, segundo o relatório.
"Este documento ressalta a urgência de estabelecer um processo ambicioso e regulado de coleta e gestão adequada do lixo eletrônico", afirmou o alemão Achim Steiner, diretor-executivo do Pnuma e subsecretário da ONU.
Steiner explicou que Brasil, China, Índia e México serão os principais prejudicados pelo lixo e enfrentam "crescentes danos ambientais e problemas de saúde pública".
O estudo destaca, por tamanho, taxa de crescimento econômico e perspectivas, os casos da Índia e, sobretudo, China, o segundo maior produtor de lixo eletrônico do mundo (2,3 milhões de toneladas ao ano) atrás apenas dos Estados Unidos.
Até 2020
Os especialistas do Pnuma estimam que, até 2020, o volume de resíduos procedentes de computadores abandonados crescerá 500% na Índia em relação a 2007, e 400% na China e África do Sul.
Nesse mesmo ano, a quantidade de telefones celulares abandonados na Índia e na China seria 18 e 7 vezes maior que a atual, respectivamente, enquanto as televisões e geladeiras sem uso em ambos os países se multiplicariam por pelo menos dois.
A China é um dos maiores lixões internacionais de resíduos de origem eletrônica, apesar de ter proibido a importação de tais produtos.
O relatório, intitulado "Reciclando - Do lixo eletrônico a recursos", aponta que a maioria dos eletrodomésticos e aparelhos comuns em casas e empresas contém dezenas de peças perigosas.
Admite também a dificuldade de enfrentar o desafio, devido à "complexidade" de desenvolver programas integrais de reciclagem em países em desenvolvimento e aos obstáculos que um sistema de transferência de tecnologia de nações industrializadas para emergentes encontraria.
No entanto, o Pnuma apresenta soluções que requerem a participação de toda a comunidade internacional.
Exportação de lixo
"Temos que chegar às pessoas prejudicadas por esses produtos químicos e apresentar soluções aos líderes locais, nacionais e regionais que representem uma diferença", assinalou Donald Cooper, especialista em resíduos perigosos do Pnuma.
Nessa linha, a agência da ONU propõe a aplicação de novas tecnologias e mecanismos, além do estabelecimento de "centros de gestão de lixo eletrônico" nos países em desenvolvimento.
Brasil, Colômbia, México, Marrocos e África do Sul são citados como lugares com grande potencial de introduzir melhores tecnologias de reciclagem porque o "setor de lixo eletrônico informal seria relativamente pequeno".
O Pnuma adverte sobre a resistência apresentada pelo setor que até o momento lucrou com a gestão desses resíduos e dos problemas que surgiram em certas nações pela falta de infraestrutura.
O documento sugere enviar as peças especialmente perigosas, entre elas circuitos integrados e pilhas, a países industrializados com capacidade de processá-los adequadamente.
"O lixo de uma pessoa pode ser a matéria-prima de outra. O desafio dos resíduos eletrônicos representa um passo importante na transição a uma economia ecológica", afirmou Konrad Osterwalder, reitor da Universidade das Nações Unidas (UNU).

Veja texto do Pnuma com mais dados sobre o lixo eletrônico (em inglês).
Folha on line de 22 de fevereiro de 2010

sábado, 13 de fevereiro de 2010

Índia e China resistem a pedido de apoiar acordo de Copenhague

Índia e China resistem a pedido de apoiar acordo de Copenhague

KRITTIVAS MUKHERJEE

da Reuters, em Nova Déli
A Índia e a China estão resistindo a pedidos de apoiar formalmente o Acordo de Copenhague pela luta contra o aquecimento global. Ele arrisca se desmanchar sem o suporte dos principais emissores.
Os dois países não declararam publicamente se desejam ser listados entre os "associados" do acordo, anunciado depois de uma reunião de líderes de economias emergentes e os Estados Unidos durante a conferência realizada em dezembro do ano passado.
"Este ponto ainda está sob consideração", disse um oficial indiano na sexta-feira. Oficiais indianos disseram que o secretariado sobre mudança climática da ONU enviou uma carta para Nova Déli (Índia) pedindo um esclarecimento de suas posições, "preferencialmente" até 10 de fevereiro.
Como Nova Déli, Beijing (China) expressou suporte ao Acordo, mas não quis afirmar se gostaria de ser um país "associado". Associados serão listados no topo do texto do tratado de três páginas.
"Não estão definidas quais seriam as implicações destas terminologias e linguagem", disse um oficial indiano.
80 listados
O acordo pode fracassar sem eles. Os Estados Unidos disseram que desejam ser "associados" apenas se nações desenvolvidas e nações em desenvolvimento "mais avançadas" também se inscreverem desta maneira.
Até agora, cerca de 80 dos 194 países-membros da ONU concordaram com isso.
O Acordo de Copenhague define a meta de limitar o aquecimento global em um aumento de menos de 2 graus Celsius em relação aos tempos pré-industriais.
Também indica a ajuda climática anual aos países pobres de US$ 100 bilhões até 2020 e US$ 10 bilhões anuais entre 2010 e 2012.
Nações em desenvolvimento temem que endossar o acordo muito fortemente poderia enfraquecer a Convenção do Clima da ONU de 1992, que diz que países desenvolvidos devem assumir a liderança na luta contra a mudança climática --que envolve desde desertificação até aumento do nível do mar.
Brasil e África do Sul
A África do Sul e Brasil, que formam o grupo "Basic" com a China e a Índia, expressaram desejo de serem associados, após cartas pedindo por este esclarecimento enviadas pela ONU.
"Nós recebemos [a carta da ONU] e respondemos afirmativamente, como fez o Brasil", disse Alf Wills, diretor do Departamento de Questões Ambientais da África do Sul.
Lavanya Rajamani, especialista em legislação ambiental no Centro de Pesquisa Política em Nova Déli, afirma acreditar que "a Índia esteja cautelosa quanto a se associar formalmente ao acordo".
"Embora o Acordo de Copenhague não seja um documento legalmente vinculante, ele tem de fato peso político considerável", diz ela.
Fim de jogo
A solicitação aos países para que se associem veio somente nas horas finais das discussões em Copenhague, depois que ficou claro que países em desenvolvimento como o Sudão e Cuba se opunham a ele.
A conferência terminou somente "notando" um acordo.
Um porta-voz do secretário de Energia e Clima britânico, Ed Miliband, disse que a ajuda aos países em desenvolvimento não estaria limitada aos "associados".
"Assinar o acordo não é condição para o envio de dinheiro facilitado", disse ele.
Com Folha Online

Grã-Bretanha e Etiópia vão liderar comissão para fundo climático

Grã-Bretanha e Etiópia vão liderar comissão para fundo climático
sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

LONDRES (Reuters) - Grã-Bretanha e Etiópia irão liderar uma nova comissão da Organização das Nações Unidas (ONU) destinada a arrecadar 100 bilhões de dólares por ano até 2020 para ajudar os países em desenvolvimento a reduzir suas emissões de gases do efeito estufa e se adaptar à mudança climática, disse nesta sexta-feira o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon.
Em entrevista coletiva, ele afirmou que o grupo irá trabalhar com governos, bancos centrais e especialistas em finanças para buscar formas de cooperação com empresas públicas e privadas para arrecadar a verba prometida na conferência climática de dezembro em Copenhague.
Embora aquela cúpula da ONU tenha terminado sem um novo tratado jurídico contra o aquecimento, nela os líderes de países desenvolvidos decidiram apoiar a meta de encontrar conjuntamente 100 bilhões de dólares por ano para ajudar o mundo em desenvolvimento.
O dinheiro deve ser usado para o corte de emissões, a adoção de energias renováveis e a mitigação dos impactos do aquecimento global, o que inclui, por exemplo, defesas contra inundações.
A comissão será presidida conjuntamente pelos primeiros-ministros Gordon Brown e Meles Zenawi, e incluirá também o primeiro-ministro da Noruega, Jens Stoltenberg, e o presidente da Guiana, Bharrat Jagdeo.
O secretário-geral disse que a comissão precisa encontrar urgentemente formas inovadoras de financiamento para cobrir a diferença entre a verba disponível atualmente e a quantia prometida para 2020.
"Os países em desenvolvimento precisam avançar o mais rapidamente possível para um futuro de crescimento e prosperidade com baixas emissões", disse ele numa entrevista coletiva ao lado de Brown e Meles.
"Milhões de pessoas na África e ao redor do globo estão sofrendo com os efeitos da mudança climática."
Brown disse que caberá a esse novo órgão da ONU implementar uma das tarefas mais importantes do acordo de Copenhague, e seu sucesso pode significar que as emissões tenham seu auge até 2020.
"Isso não pode ser feito inteiramente com a arrecadação existente dos contribuintes", disse ele em nota. "Então devemos examinar novas fontes de financiamento, tanto públicas quanto privadas."
A comissão terá membros de países desenvolvidos e em desenvolvimento, indicados por dez meses. A lista de representantes será anunciada em breve.
O grupo deve apresentar em maio o seu primeiro relatório, e o relatório final com recomendações antes da próxima cúpula climática da ONU, que será no México, em dezembro.
(Reportagem de Peter Griffiths em London e de Timothy Gardner em Washington)

Índia e China resistem a pedido de apoiar acordo de Copenhague

Índia e China resistem a pedido de apoiar acordo de Copenhague

KRITTIVAS MUKHERJEEda Reuters, em Nova Déli
A Índia e a China estão resistindo a pedidos de apoiar formalmente o Acordo de Copenhague pela luta contra o aquecimento global. Ele arrisca se desmanchar sem o suporte dos principais emissores.
Os dois países não declararam publicamente se desejam ser listados entre os "associados" do acordo, anunciado depois de uma reunião de líderes de economias emergentes e os Estados Unidos durante a conferência realizada em dezembro do ano passado.
"Este ponto ainda está sob consideração", disse um oficial indiano na sexta-feira. Oficiais indianos disseram que o secretariado sobre mudança climática da ONU enviou uma carta para Nova Déli (Índia) pedindo um esclarecimento de suas posições, "preferencialmente" até 10 de fevereiro.
Como Nova Déli, Beijing (China) expressou suporte ao Acordo, mas não quis afirmar se gostaria de ser um país "associado". Associados serão listados no topo do texto do tratado de três páginas.
"Não estão definidas quais seriam as implicações destas terminologias e linguagem", disse um oficial indiano.
80 listados
O acordo pode fracassar sem eles. Os Estados Unidos disseram que desejam ser "associados" apenas se nações desenvolvidas e nações em desenvolvimento "mais avançadas" também se inscreverem desta maneira.
Até agora, cerca de 80 dos 194 países-membros da ONU concordaram com isso.
O Acordo de Copenhague define a meta de limitar o aquecimento global em um aumento de menos de 2 graus Celsius em relação aos tempos pré-industriais.
Também indica a ajuda climática anual aos países pobres de US$ 100 bilhões até 2020 e US$ 10 bilhões anuais entre 2010 e 2012.
Nações em desenvolvimento temem que endossar o acordo muito fortemente poderia enfraquecer a Convenção do Clima da ONU de 1992, que diz que países desenvolvidos devem assumir a liderança na luta contra a mudança climática --que envolve desde desertificação até aumento do nível do mar.
Brasil e África do Sul
A África do Sul e Brasil, que formam o grupo "Basic" com a China e a Índia, expressaram desejo de serem associados, após cartas pedindo por este esclarecimento enviadas pela ONU.
"Nós recebemos [a carta da ONU] e respondemos afirmativamente, como fez o Brasil", disse Alf Wills, diretor do Departamento de Questões Ambientais da África do Sul.
Lavanya Rajamani, especialista em legislação ambiental no Centro de Pesquisa Política em Nova Déli, afirma acreditar que "a Índia esteja cautelosa quanto a se associar formalmente ao acordo".
"Embora o Acordo de Copenhague não seja um documento legalmente vinculante, ele tem de fato peso político considerável", diz ela.
Fim de jogo
A solicitação aos países para que se associem veio somente nas horas finais das discussões em Copenhague, depois que ficou claro que países em desenvolvimento como o Sudão e Cuba se opunham a ele.
A conferência terminou somente "notando" um acordo.
Um porta-voz do secretário de Energia e Clima britânico, Ed Miliband, disse que a ajuda aos países em desenvolvimento não estaria limitada aos "associados".
"Assinar o acordo não é condição para o envio de dinheiro facilitado", disse ele.

Jornal A Folha de S. Paulo de 12 de fevereiro de 2010

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

Grã-Bretanha e Etiópia vão liderar comissão para fundo climático

Grã-Bretanha e Etiópia vão liderar comissão para fundo climático
sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010 17:54

LONDRES (Reuters) - Grã-Bretanha e Etiópia irão liderar uma nova comissão da Organização das Nações Unidas (ONU) destinada a arrecadar 100 bilhões de dólares por ano até 2020 para ajudar os países em desenvolvimento a reduzir suas emissões de gases do efeito estufa e se adaptar à mudança climática, disse nesta sexta-feira o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon.
Em entrevista coletiva, ele afirmou que o grupo irá trabalhar com governos, bancos centrais e especialistas em finanças para buscar formas de cooperação com empresas públicas e privadas para arrecadar a verba prometida na conferência climática de dezembro em Copenhague.
Embora aquela cúpula da ONU tenha terminado sem um novo tratado jurídico contra o aquecimento, nela os líderes de países desenvolvidos decidiram apoiar a meta de encontrar conjuntamente 100 bilhões de dólares por ano para ajudar o mundo em desenvolvimento.
O dinheiro deve ser usado para o corte de emissões, a adoção de energias renováveis e a mitigação dos impactos do aquecimento global, o que inclui, por exemplo, defesas contra inundações.
A comissão será presidida conjuntamente pelos primeiros-ministros Gordon Brown e Meles Zenawi, e incluirá também o primeiro-ministro da Noruega, Jens Stoltenberg, e o presidente da Guiana, Bharrat Jagdeo.
O secretário-geral disse que a comissão precisa encontrar urgentemente formas inovadoras de financiamento para cobrir a diferença entre a verba disponível atualmente e a quantia prometida para 2020.
"Os países em desenvolvimento precisam avançar o mais rapidamente possível para um futuro de crescimento e prosperidade com baixas emissões", disse ele numa entrevista coletiva ao lado de Brown e Meles.
"Milhões de pessoas na África e ao redor do globo estão sofrendo com os efeitos da mudança climática."
Brown disse que caberá a esse novo órgão da ONU implementar uma das tarefas mais importantes do acordo de Copenhague, e seu sucesso pode significar que as emissões tenham seu auge até 2020.
"Isso não pode ser feito inteiramente com a arrecadação existente dos contribuintes", disse ele em nota. "Então devemos examinar novas fontes de financiamento, tanto públicas quanto privadas."
A comissão terá membros de países desenvolvidos e em desenvolvimento, indicados por dez meses. A lista de representantes será anunciada em breve.
O grupo deve apresentar em maio o seu primeiro relatório, e o relatório final com recomendações antes da próxima cúpula climática da ONU, que será no México, em dezembro.
(Reportagem de Peter Griffiths em London e de Timothy Gardner em Washington)

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

Qual é a influência do aquecimento global no calor e nas chuvas que atingem SP?

Qual é a influência do aquecimento global no calor e nas chuvas que atingem SP?

Meteorologistas dizem que há poucos dados para associar fenômenos.Especialista em clima diz que, teoricamente, pode haver influência.

Mariana Oliveira Do G1, em São Paulo
A maioria dos especialistas em clima ouvidos pelo G1 evitam associar as chuvas que atingem São Paulo desde o final de dezembro e o forte calor registrado nas últimas semanas com o aquecimento global. Alguns afirmam que não há influência e outros dizem que não há dados suficientes para responder à questão. Um dos principais especialistas em mudanças climáticas do país, o climatologista Carlos Nobre, pesquisador do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e integrante do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC), diz que, teoricamente, pode sim haver relação entre os fenômenos, embora não haja dados científicos para comprovar a teoria. Aquecimento global é o aumento da temperatura no planeta em razão da maior quantidade de gases poluentes na atmosfera. Segundo os cientistas, uma das consequências é o aumento de eventos climáticos extremos, como inundações e ondas de calor.

08/02 As chuvas em São Paulo desde o começo do ano estão realmente anormais?

09/02 Qual é a influência do aquecimento global no calor e nas chuvas que atingem SP?

10/02 É possível reverter as intervenções urbanas que provocam enchentes na capital?

11/02 A obra da Marginal Tietê agrava o problema das enchentes na cidade?

12/02 Há solução para o problema das enchentes em São Paulo?O debate sobre a influência do aquecimento global nas chuvas em São Paulo faz parte de uma série de reportagens do G1 sobre um dos principais problemas dos paulistanos atualmente: as causas e consequências dos temporais. Na segunda (8), o G1 discutiu se a frequência e quantidade de chuvas estão fora do comum. Confira ao lado o cronograma das reportagens. Em janeiro deste ano, São Paulo registrou a maior marca em volume de chuvas para o mês desde 1947, segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) - foram 480,5 milímetros de chuva contra 481,4 mm há 63 anos. Além disso, só nos quatro primeiros dias de fevereiro choveu 60% da média histórica para o mês na capital.

Entenda abaixo o porquê de tanta chuva. De acordo com Carlos Nobre, teoricamente o aquecimento global, juntamente com o aquecimento local de São Paulo, podem sim ser responsáveis pela maior intensidade e frequência das chuvas. "Eu mesmo tento responder essa pergunta, mas não tenho dados de chuva diária de São Paulo, que são fundamentais para essa análise. Como cientista, preciso dos dados para tirar uma conclusão mais rigorosa. A falta de informação é um entrave que atrapalha demais o conhecimento científico", diz Nobre. Nobre afirma que já solicitou o histórico diário de chuvas para o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) e para o Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas (IAG), da Universidade de São Paulo (USP) - são os únicos dois institutos com dados antigos, da década de 30.

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Em quatro dias, chove mais de 60% da média histórica de fevereiro em SP

"Não chove só em São Paulo, chove acima da média no Sudeste como um todo. Isso tem a ver com o El Ninõ. Quase todos os El Ninõ fortes influenciaram o Sul. Alguns fortes influenciam São Paulo, não são todos. Em 1998 não influenciou, esse aparentemente está influenciando. Mas mesmo quando não chove nos outros locais, chove em São Paulo. É improvável que isso tenha acontecido antes, com chuva há tantos dias. Por isso temos que olhar para o próprio aquecimento da cidade. Quando olha do ponto de vista teórico, se tem uma cidade mais quente, pode chover mais", diz Nobre. O meteorologista Marcelo Seluchi, chefe de Supercomputação do Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos (CPTEC), ligado ao Inpe, diz que responder se as chuvas são responsáveis pelo aquecimento global é "difícil", mas que não há como descartar a influência. "É muito difícil saber se há efeitos do aquecimento global. Teríamos que comparar São Paulo em dois casos ('antes rural, com vegetação, e hoje, basicamente coberta por cimento'). (...) Mas o aquecimento global afeta toda região, com mais intensidade na cidade de São Paulo e redondezas. Então não dá para descartar totalmente a influência", afirma Seluchi.Para o meteorologista do CPTEC, no entanto, outros fatores têm mais responsabilidade para os temporais: a localização geográfica de São Paulo, que recebe a brisa do mar; e o fato de grande parte da região estar em um vale, com o cimento e o asfalto não permitindo que a absorção da água. Cautela Também meteorologista do CPTEC, Cláudia Prestes é mais cautelosa. "A tendência, quase se fala em mudanças climáticas, é de maior abrangência. Não se consegue ver no olhômetro. Os efeitos são verificados a longo prazo", avalia. Meteorologista do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), Marcelo Schneider diz que faltam dados para fazer essa associação. "Não existe pesquisa que mostre isso diretamente", diz ele, para quem as chuvas que atingem São Paulo são consequência de condições atmosféricas isoladas, como o fenômeno El Ninõ, a umidade do ar por conta do inverno e primavera chuvosos e das ilhas de calor que se formam em São Paulo. Já o professor Augusto José Pereira Filho, do Departamento de Ciências Atmosféricas da Universidade de São Paulo (USP) e doutor em meteorologia pela Universidade de Oklahoma (EUA), acredita que não há razão para associar os fenômenos. "Essa variabilidade no clima é normal. Se fosse o aquecimento global, como explicaríamos o frio intenso na Europa, no Hemisfério Norte? Esse verão está mais quente, mas temos que lembrar que tivemos um inverno e primavera bem frios. Logo o calor vai passar. Isso é típico do verão e por causa do El Ninõ há mais umidade e chove mais", diz Pereira Filho.
Globo.com

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

Impacto das mudanças climáticas será sentido na água, diz ONU


Patos nadam ao lado de placas submersas pela água do rio Tiber em Roma. Desertificação, enchentes, derretimento de geleiras, ondas de calor, ciclones e doenças transmitidas pela água estão entre os impactos do aquecimento global inevitavelmente ligados à água.
REUTERS/Tony Gentile 08/01/2010


Impacto das mudanças climáticas será sentido na água, diz ONU
domingo, 7 de fevereiro de 2010


Por Alister Doyle
OSLO (Reuters) - O principal impacto das mudanças climáticas será sentido no suprimento de água, e o mundo precisa aprender com cooperações passadas, como nos rios Indo ou Mekong, para evitar conflitos futuros, disseram especialistas no domingo.
Desertificação, enchentes, derretimento de geleiras, ondas de calor, ciclones e doenças transmitidas pela água, como o cólera, estão entre os impactos do aquecimento global inevitavelmente ligados à água. E a disputa pela água pode provocar conflitos.
"As principais manifestações ligadas à alta das temperaturas dizem respeito à água", disse Zafar Adeel, presidente da ONU-Água, que coordena os trabalhos relacionados à água entre 26 agências das Nações Unidas.
"A água exerce um impacto em todas as partes de nossa vida como sociedade, sobre os sistemas naturais e os habitats", disse ele à Reuters em entrevista telefônica. As perturbações podem ameaçar a agricultura e o suprimento de água potável, desde a África até o Oriente Médio.
"E isso gera potencial para conflitos," disse ele. A escassez de água, como por exemplo em Darfur, no Sudão, vem sendo um fator que contribui para guerras.
Mas Adeel disse que em vários casos a água já serviu para promover cooperações. A Índia e o Paquistão colaboram para gerir o rio Indo, apesar de seus conflitos de fronteira, e Vietnã, Tailândia, Laos e Camboja cooperam na Comissão do rio Mekong.
"A água é um ótimo meio para cooperações. Costuma ser uma questão desvinculada da política e com a qual é possível trabalhar", disse Adeel, que também é diretor do Instituto de Água, Meio Ambiente e Saúde, sediado no Canadá e pertencente à Universidade das Nações Unidas.
250 MILHÕES DE PESSOAS
As regiões que deverão ficar mais secas em função das mudanças climáticas incluem a Ásia central e o norte da África. Até o ano 2020, até 250 milhões de pessoas na África podem sofrer mais que hoje pela escassez de água, segundo o painel de especialistas climáticos da ONU.
"Há muito mais exemplos de cooperação internacional bem sucedidos que de conflitos em torno de água", ponderou Nikhil Chandavarkar, do Departamento de Assuntos Econômicos e Sociais da ONU e secretário da ONU-Água.
"Estamos tentando aproveitar os exemplos bons de cooperação, como o Mekong e o Indo. Mesmo quando havia hostilidades entre os países em volta, os acordos funcionaram", disse ele à Reuters.
Adeel disse que a água merece um lugar mais central nos debates sobre segurança alimentar, paz, mudanças climáticas e recuperação da crise financeira. "A água é fundamental em cada uma dessas discussões, mas não costuma ser percebida como tal."
E os próprios esforços para combater o aquecimento global vão necessitar mais água, devido às exigências econômicas rivais - como para irrigação, biocombustíveis ou energia hidrelétrica.
Adeel chamou a atenção para os esforços para gerenciar o suprimento de água, contabilizando quanta água é embutida nos produtos, desde a carne bovina até o café.
Um estudo, disse ele, mostrou que são necessários 15 mil litros de água para produzir uma calça jeans. Conscientizar as indústrias sobre o consumo de água pode ajudar a promover a conservação.
Ele disse que o mundo pode alcançar uma "meta do milênio" de reduzir pela metade até 2015 a parcela de pessoas que não têm acesso a água potável, mas que está fracassando em uma meta relacionada de melhorar o saneamento. Cerca de 2,8 bilhões de pessoas não têm acesso a saneamento básico.

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

Países cumprem acordo de Copenhague e anunciam metas

Cumprindo o compromisso assumido no mês passado na conferência de Copenhague, 55 países, representando quase 80 por cento das emissões globais de gases do efeito estufa, apresentaram metas com relação ao combate à mudança climática, informou a Organização das Nações Unidas na segunda-feira.
REUTERS/Michael Buholzer (SWITZERLAND)

Países cumprem acordo de Copenhague e anunciam metas
segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010


Por Alister Doyle
OSLO (Reuters) - Cumprindo o compromisso assumido no mês passado na conferência de Copenhague, 55 países, representando quase 80 por cento das emissões globais de gases do efeito estufa, apresentaram metas com relação ao combate à mudança climática, informou a Organização das Nações Unidas na segunda-feira.
"Isso representa uma avigoramento importante das negociações da ONU sobre a mudança climática", disse Yvo de Boer, chefe do secretariado climático da ONU, sobre as metas apresentadas até o prazo previsto em Copenhague, 31 de janeiro. Tais metas dizem respeito à redução nas emissões de gases do efeito estufa até 2020.
A maioria dos governos - inclusive China e EUA, os dois maiores emissores - apenas reiteraram promessas divulgadas antes da cúpula de Copenhague, que frustrou muitos observadores por não resultar em um tratado que seja de cumprimento obrigatório.
De Boer disse que as promessas apresentadas por 55 dos 194 países participantes representam 78 por cento das emissões resultantes do uso energético. A ONU diz que o prazo é flexível e que outros países podem apresentar seus planos mais tarde.
O diplomata disse que os compromissos são "claros sinais da disponibilidade em avançar as negociações para uma conclusão bem sucedida".
A expectativa dos envolvidos é selar o novo tratado climático global, que entraria em vigor em 2013, durante uma reunião entre 29 de novembro e 10 de dezembro em Cancún (México).
O acordo de Copenhague busca limitar o aumento médio da temperatura global a 2 graus Celsius acima dos níveis pré-industrial, e sugere a liberação de 100 bilhões de dólares em ajuda climática a países em desenvolvimento a partir de 2020.
Mas o texto deixava em branco as metas individuais dos países para a redução de emissões de gases do efeito estufa. Analistas dizem que as atuais metas levarão a um aumento superior a 2C.
A União Europeia propõe um corte de 20 por cento nas emissões, em relação aos níveis de 1990, ou 30 por cento se outras nações ampliarem suas ações. Os EUA prometem um corte de 17 por cento em relação aos níveis de 2005, o que significa 4 por cento em relação ao ano-base 1990. A legislação norte-americana, no entanto, está parada no Senado.
Já a China promete "se empenhar" em reduzir em 40-45 por cento as emissões por unidade do PIB até 2020, em relação aos níveis de 2005. Esse tipo de meta permitiria que as emissões continuassem crescendo, mas em ritmo inferior ao crescimento econômico.
Concebido originalmente por EUA, China, Índia, Brasil e África do Sul, ao final da conferência de Copenhague, o acordo não foi adotado formalmente pelo plenário, devido à oposição de alguns países em desenvolvimento, como Sudão, Venezuela e Cuba.
O fato de grandes países em desenvolvimento, como China e Índia, submeterem suas metas não significa necessariamente que eles desejam se "associar" ao tratado. A Índia, por exemplo, sugere que o Protocolo de Kyoto continue norteando a política climática global depois de 2012, em vez do eventual Acordo de Copenhague.

Acordo do Clima de Copenhague recebe adesão discreta

Acordo do Clima de Copenhague recebe adesão discreta
domingo, 31 de janeiro de 2010

OSLO (Reuters) - Os países responsáveis pela maioria das emissões mundiais de gases de efeito estufa reafirmaram suas promessas para o combate às mudanças climáticas ao cumprirem o prazo, no domingo, para a adesão ao "Acordo de Copenhague" de dezembro.
Especialistas afirmam que as metas de reduções de emissões prometidas para até 2020 são muito pequenas até agora para atingirem o objetivo fundamental do acordo, de limitar o aquecimento global a menos de 2 graus C.
O Secretariado de Mudanças Climáticas da ONU planeja publicar uma lista de pedidos na segunda-feira. A medida pode exercer pressão sobre todas os países para manterem suas promessas. Todas as nações que representam ao menos dois terços das emissões --lideradas pela China, os Estados Unidos e a União Europeia-- se comprometeram.
Emissores menores, das Filipinas ao Mali, também enviaram promessas ou pediram para se associar ao acordo. O Secretariado afirmou que o prazo de 31 de janeiro pode ser estendido.
"A maioria (das promessas) dos países industrializados estão na categoria 'inadequada'", disse Niklas Hoehne, diretor de política energética e climática da consultoria Ecofys, que avalia o quanto compromissos nacionais vão ajudar no combate às mudanças climáticas.
"A dos Estados Unidos não é suficiente, a da União Europeia não é suficiente. Os principais países desenvolvidos ainda estão muito aquém do esperado, exceto o Japão e a Noruega", disse ele.
Alguns países em desenvolvimento, como Brasil e México, estão fazendo um esforço relativamente maior, segundo o especialista.