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segunda-feira, 30 de novembro de 2009

Dinamarca propõe redução de 50% em emissões até 2050

Dinamarca propõe redução de 50% em emissões até 2050
segunda-feira, 30 de novembro de 2009

Por Krittivas Mukherjee
NOVA DÉLHI (Reuters) - A Dinamarca preparou uma proposta para a reunião climática de dezembro em Copenhague que levaria a uma redução de 50 por cento nas emissões de gases do efeito estufa até 2050, em comparação aos níveis de 1990, graças principalmente a iniciativas dos países ricos.
A proposta à qual a Reuters teve acesso diz que os países ricos devem ser responsáveis por 80 por cento dos cortes globais das emissões.
O documento, que pode servir de base para um acordo político na reunião da ONU, sugere que o mundo adote 2020 como o ano em que as emissões atingirão seu auge.
Mas a proposta não especifica metas intermediárias para os países desenvolvidos, como querem as nações mais pobres.
Pela iniciativa dinamarquesa, seriam feitos esforços para que o aquecimento global médio se limite a 2 graus Celsius.
"As partes deveriam se unir construtivamente para fortalecer a capacidade mundial para combater a mudança climática", disse o texto.
Há um quase consenso de que não há mais tempo hábil para que a reunião de 7 a 18 de dezembro resulte em um novo tratado climático de cumprimento obrigatório, já que não houve acordo entre países ricos e pobres sobre quanto cada um deve reduzir nas suas emissões e quem pagará a conta pela mitigação e adaptação à mudança climática.
A expectativa agora é que a reunião da ONU sirva para definir um acordo político que no futuro servirá de base para um novo tratado, possivelmente em 2010.
A proposta dinamarquesa deve ser mal recebida pelos países em desenvolvimento, que reivindicam uma ajuda de dezenas de bilhões de dólares por ano para o combate à mudança climática.
Países desenvolvidos, como Grã-Bretanha e França, já ofereceram a criação de um Fundo de Lançamento de Copenhague que atingiria 10 bilhões de dólares por ano. Os países em desenvolvimento aceitam isso apenas como "financiamento interino", mas afirmam que talvez fossem necessários até 300 bilhões de dólares.

domingo, 29 de novembro de 2009

Rios de SP: flutuador está no rio Pinheiros

http://video.globo.com/Videos/Player/Noticias/0,,GIM1166815-7823-RIOS+DE+SP+FLUTUADOR+ESTA+NO+RIO+PINHEIROS,00.html

Rios de SP: índice no Rio Pinheiros é péssimo

http://video.globo.com/Videos/Player/Noticias/0,,GIM1164806-7823-RIOS+DE+SP+INDICE+NO+RIO+PINHEIROS+E+PESSIMO,00.html

''A sociedade deve exigir urgência''

''A sociedade deve exigir urgência''
Em entrevista ao jornal 'The Washington Post', ela diz que líderes mundiais devem ser ambiciosos no combate ao aquecimento

Quando representantes internacionais se reunirem em Copenhague no mês que vem para as negociações climáticas, a senadora brasileira Marina Silva servirá como ativista e filósofa extraoficial da conferência. Marina recebeu o Prêmio Ambiental Goldman em 1996 e foi ministra do Meio Ambiente entre 2002 e 2008. Ela falou ao Washington Post durante visita recente à capital americana. Abaixo, trechos da entrevista:

O que a inspirou a trabalhar com o meio ambiente?

Foi uma combinação de fatores. Primeiro, a sensibilidade que adquiri depois de ter morado na floresta, por ter nascido lá e obtido dela o meu sustento até os 16 anos de idade. Segundo, o meu contato com a Teologia da Libertação, com pessoas como Chico Mendes, uma conexão que aumentou a conscientização política e social em relação ao que estava acontecendo com os seringueiros e índios, expulsos de suas terras pela venda das antigas propriedades de extração da borracha para os pecuaristas. Esses encontros fizeram de mim uma pessoa envolvida com a luta em defesa da floresta. Posteriormente, descobri que a questão era o "meio ambiente" e a proteção dos ecossistemas. Foi um compromisso ético contra a destruição desses recursos naturais.

Como a sua criação na Amazônia afeta a sua forma de encarar as questões atualmente em jogo?

Sem dúvida, a experiência de ter vivido em uma das regiões de maior diversidade biológica e cultural do mundo afetou minha maneira de ver as coisas. Enxergo duas temporalidades: o tempo da floresta e o tempo urbano. O tempo da floresta é mais lento; as coisas precisam ser processadas de maneira mais completa; a informação demora para chegar lá, e assim as pessoas não têm acesso a novas informações. Quando chegava uma nova ideia, pensávamos a seu respeito, remoendo-a, conversando sobre ela por um bom tempo. Essa forma de pensar, refletindo sobre as ideias e desenvolvendo-as, me ajuda a captar o sentido de preservação das coisas, evitando as decisões apressadas.

Na sua opinião, como tem sido a resposta da comunidade internacional à mudança climática?

Em termos de emissões permissíveis, já estamos muito próximos do que seria o ponto máximo. Trata-se de um esforço que precisa ser feito tanto pelos países desenvolvidos quanto por aqueles em desenvolvimento. Os acordos já firmados nas reuniões que antecedem o encontro de Copenhague não me parecem muito promissores. A sociedade precisa transmitir esse tipo de urgência aos seus líderes e esses líderes precisam assumir a responsabilidade de abordar o tema não apenas nos termos dos seus interesses presentes, mas levando em consideração também os interesses futuros. Aquilo que eles gostariam de fazer ou aquilo que consideram confortável fazer no horizonte de curto prazo dos seus mandatos é insuficiente.

Até que ponto você acha que a redução do desmatamento em lugares como a Amazônia pode conter o aquecimento global, considerando que o desmatamento corresponde a 15% das emissões anuais de gases-estufa?

Para que esse processo dure, para que seja sustentável ao longo do tempo, precisamos mudar o processo de desenvolvimento. Não basta enunciar aquilo que as pessoas não podem fazer. Temos de dizer a elas o que podem fazer, como fazê-lo, e oferecer-lhes os meios para tanto. No caso da Amazônia, há 25 milhões de pessoas na região e elas precisam de alternativas. Se não houver alternativas, haverá novamente uma enorme pressão sobre a floresta. Precisamos de uma mudança nos fundamentos econômicos da Amazônia, criando expectativas sustentáveis para atender às necessidades das pessoas.

Como você avalia o trabalho atual dos Estados Unidos em relação à mudança climática?

Estamos animados com o que está ocorrendo nos Estados Unidos, com o fato de uma lei ter sido aprovada na Câmara dos Deputados. É de grande importância que leis para combater a mudança climática estejam na pauta dos EUA. O retorno do país às negociações climáticas, após quase dez anos de ausência, representa uma grande mudança. Reconheço que o fato de a legislação não ter sido aprovada pelo Senado cria um problema. Ao mesmo tempo, a comunidade internacional exigirá dos países industrializados que assumam compromissos de longo prazo, como a meta de reduzir em 80% as emissões de gases-estufa até meados do século. É importante que haja acordo em relação a uma meta para o longo prazo. O presidente Obama e o Congresso estão dando início a um debate que deveria ter começado dez anos atrás. Mas é promissor o fato de ele ter finalmente começado.

Como está o seu otimismo em relação à perspectiva de os países do mundo assumirem compromissos vinculantes para conter as emissões de gases-estufa?

Já temos ao alcance a maior parte das respostas técnicas necessárias para lidar com esses problemas. O que precisamos fazer é colocar essas respostas técnicas e métodos a serviço da ética, levando em consideração o destino das gerações futuras.

Você ainda mora na Amazônia, ao menos parcialmente?

No meu íntimo, estou sempre na Amazônia. Meu emprego exige que eu passe algum tempo em Brasília. Sou muito chamada para viajar a outros Estados e outros países, mas meu ponto de referência é a Amazônia. É o locus a partir do qual dialogo com outras regiões do Brasil e do mundo. Faço questão de voltar à Amazônia pelo menos uma vez por mês.
O Estado de S. Paulo de 29 de novembrode 2009

sexta-feira, 27 de novembro de 2009

PLANETA ÁGUA - GUILHERME ARANTES

http://www.youtube.com/watch?v=eZVXnE1_NlY

WWF-Brasil - Mundo

http://www.youtube.com/watch?v=Z9N1FX0Bmn4

Mundo pode ganhar mais que 'um Canadá' de florestas recuperadas

Mundo pode ganhar mais que 'um Canadá' de florestas recuperadas
REUTERS

LONDRES - Apenas um quinto das florestas do mundo continuam de pé, mas uma área maior que o Canadá poderia ser recuperada sem que isso afete a produção de alimentos, disse na quinta-feira a Parceria Global para a Restauração da Paisagem Florestal (GPFLR, na sigla em inglês). Segundo o estudo, 1 bilhão de hectares de antigas florestas poderiam ser recuperados, o que equivale a cerca de 6 por cento do total de terras mundiais. Estimativas anteriores eram de 850 milhões de hectares passíveis de recuperação. "As florestas da Terra continuam encolhendo e o que resta está sendo cada vez mais degradado. Sabemos como restaurar as florestas e torná-las sustentáveis. Sabemos também onde deveríamos fazer isso, então deveríamos estar fazendo", disse Tim Rollison, presidente do GPFLR. A restauração de florestas poderia representar um corte de 70 a 140 bilhões de toneladas nas emissões de gases do efeito estufa até 2030. As florestas já cobriram mais de 50 por cento das terras emersas, e hoje são menos de 30 por cento. Entre 2000 e 2005, foram perdidos 7 milhões de hectares por ano. Entre os membros do GPFLR estão a entidade WWF, a Comissão Florestal da Grã-Bretanha e vários governos e organizações internacionais. (Reportagem de Nina Chestney)

Estudo mostra relação entre temperatura e fenômenos naturais

Estudo mostra relação entre temperatura e fenômenos naturais
Cientistas americanos veem 'conexão dinâmica' entre os padrões de mudança climática do passado e do futuro

WASHINGTON - Pesquisadores americanos reconstruíram as temperaturas atmosféricas e marinhas dos últimos 1.500 anos e descobriram "uma conexão dinâmica" entre os padrões de mudanças de temperatura e fenômenos naturais, como o El Niño, segundo a revista Science.

Segundo os cientistas da Universidade da Pensilvânia autores da pesquisa, essa relação poderia ser importante para avaliar os efeitos regionais de futuras mudanças climáticas. "Estudar o passado pode nos ajudar em nossa compreensão do que acontecerá no futuro", disse Michael Mann, professor de meteorologia na universidade.

A equipe de pesquisadores analisou mostras de árvores, gelo, corais e sedimentos, para reconstruir as temperaturas atmosféricas e marinhas durante os últimos 1.500 anos. Assim, reproduziram o intervalo relativamente frio que ocorreu entre os séculos XV e XIX (conhecido como pequena glaciação) e as condições de temperaturas relativamente mais altas dos séculos X e XIV (Período Quente Medieval).

Segundo Mann, estes termos são relativos, pois, embora o período medieval pareça ter sido mais quente em comparação com os últimos anos da pequena glaciação, algumas regiões foram mais frias.

Os cientistas descobriram que há cerca de mil anos houve regiões, como o sul da Groenlândia, que foram mais quentes que atualmente. Por outra parte, uma extensa zona do Pacífico tropical era, ao mesmo tempo, particularmente fria.

O estudo também revelou um importante papel nas mudanças determinados por outros fatores naturais do clima, como as erupções vulcânicas e as variações na radiação solar.

Segundo os cientistas, as condições quentes da era medieval estiveram ligadas a uma maior radiação solar e menos erupções, enquanto que as mais frias da pequena glaciação se deveram a uma menor radiação do sol e a uma atividade vulcânica mais frequente.

Esses fatores tiveram uma importante influência nos padrões térmicos regionais devido a seu impacto em fenômenos climáticos como o El Niño e a Oscilação do Atlântico Norte, afirmaram os cientistas.

O Estado de S. Paulo de 26 de novembro de 2009

Meta de emissão de CO2 está abaixo do papel dos EUA, diz Lula



Wilton Junior/AE - 25/11/2009


Meta de emissão de CO2 está abaixo do papel dos EUA, diz Lula
Presidente afirma que proposta americana 'está muito abaixo da responsabilidade histórica do país com o mundo'

Presidente Lula diz 'respeitar' a proposta de redução de emissões dos EUAMANAUS - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta quinta-feira, 26, que a promessa dos Estados Unidos de reduzir suas emissões de gases causadores do efeito estufa está muito abaixo da responsabilidade histórica do país e de seu papel no mundo, mas ressaltou que respeita a proposta.

Veja também:
Greenpeace pede a Obama, Lula e Sarkozy acordo sobre clima
China irá a Copenhague e levará meta de redução de emissões
Emissão do Brasil cresceu 62% entre 1990 e 2005
EUA vão propor corte de 17% em suas emissões
Entenda as negociações do novo acordo

O Governo americano anunciou nesta quarta-feira que levará à Conferência da ONU sobre a Mudança Climática, em Copenhague, o compromisso de reduzir suas emissões de gases poluentes em 17% até 2020 em relação aos níveis de 2005 e que o presidente dos EUA, Barack Obama, comparecerá à cúpula.

"Acho que a proposta do presidente Obama talvez seja o máximo que ele pode fazer em função das circunstâncias políticas internas, mas está muito abaixo daquilo que é a responsabilidade histórica e o papel dos EUA neste mundo globalizado, assim como está muito abaixo a proposta dos países desenvolvidos da Europa", disse Lula em entrevista à Agência Efe.

Lula está em Manaus para definir com representantes dos outros países da Amazônia e a França uma proposta conjunta para levar à capital dinamarquesa. Defensor de que a reunião possibilite passos concretos para controlar a mudança climática, o presidente pediu a Obama e a outros líderes, como o chefe de Estado da China, Hu Jintao, para que estejam na conferência da ONU.

A reunião de Copenhague está marcada para entre os dias 7 e 18 de dezembro. A Casa Branca disse ontem que Obama vai no dia 9, data na qual a reunião ainda estará nas conversas de negociadores e não entre chefes de Estado ou de Governo, prevista para os dois dias finais.

Ao comentar a participação do presidente dos EUA apenas no dia 9, Lula apontou que "seria importante que Obama estivesse lá, que Hu Jintao estivesse lá, que todos (os líderes) estivessem lá porque é o momento de ter uma discussão séria sobre os efeitos do aquecimento global".

"Se estamos todos juntos em torno de uma mesa, tanto os americanos podem exigir de nós, como nós podemos exigir deles, mas se eles tomarem uma decisão unilateral, eu sou obrigado a respeitar a soberania desse país, mesmo que possa não estar de acordo", disse o presidente.

Lula lembrou que o Brasil levará para Copenhague um "compromisso voluntário" de reduzir suas emissões dos chamados gases estufa entre 36,1% e 38,9% até 2020, objetivo que seria alcançado principalmente mediante a redução do desmatamento da Amazônia e das queimadas, a maior fonte de emissão de gases poluentes no Brasil.

Segundo o presidente, o Brasil assumiu esse e outros compromissos com o meio ambiente apesar de não ser o país que mais polui. "Fica claro que a responsabilidade é de todos, mas uns têm mais responsabilidades do que outros", disse.


O Estado de S. Paulo de 26 de novembro de 2009

Emissão do Brasil cresceu 62% entre 1990 e 2005

Emissão do Brasil cresceu 62% entre 1990 e 2005
Novos dados mostram que meta do País é mais ambiciosa que a dos EUA
João Domingos, BRASÍLIA; Herton Escobar

As emissões brasileiras de gases de efeito estufa aumentaram 62% entre 1990 e 2005, passando de 1,36 bilhão de toneladas para 2,2 bilhões, de acordo com dados preliminares do segundo inventário brasileiro de carbono, divulgados ontem. Os números foram apresentados à Comissão do Meio Ambiente do Senado pelo ministro de Ciência e Tecnologia, Sérgio Rezende. Como em 2005 o mundo emitiu cerca de 50 bilhões de toneladas, a participação brasileira no total global é de aproximadamente 4,5%. Com base no novos números do ministério, é possível recalcular o impacto da proposta que o País levará à conferência de Copenhague, no mês que vem - de reduzir em até 39% o crescimento projetado de suas emissões até 2020. Se essa meta máxima for alcançada, segundo as projeções do governo, o Brasil emitirá, em 2020, cerca de 1,65 bilhão de toneladas de gases-estufa. Isso representa, segundo cálculos feitos pelo Estado, uma redução de 25% em relação a 2005 - uma meta maior do que a proposta pelo governo americano (17%) e do que a já aprovada em lei pelo Estado de São Paulo (20%).Em relação a 1990, ano-base do Protocolo de Kyoto, haveria um aumento de 21% das emissões brasileiras. Os cálculos são baseados na projeção feita pelo governo de que o Brasil emitirá 2,7 bilhões de toneladas de gases-estufa em 2020, caso nada seja feito para controlá-las. Um estudo paralelo feito pelo Banco Mundial, porém, estima que esse crescimento será bem menor, chegando a 1,7 bilhão de toneladas em 2030 (dez anos mais tarde), o que significa que as projeções do governo podem estar superestimadas.O setor que mais emitiu dióxido de carbono (CO2) no Brasil nos últimos 15 anos, segundo as estimativas preliminares do MCT, foi o de "mudança no uso da terra e florestas", que inclui o desmatamento na Amazônia e nos outros biomas (Cerrado, Caatinga, Pantanal, Mata Atlântica e Pampas). Passou de 746 milhões de toneladas em 1990 para 1,26 bilhão em 2005 - aumento de 70%. Já o setor de energia cresceu 68% em emissões, e o da agricultura, 41%.O Brasil tem até 31 de março de 2011 para entregar a versão final do inventário à Convenção do Clima da ONU. As críticas ao fato do único inventário disponível estar extremamente defasado, porém, fizeram com que o MCT produzisse esse relatório preliminar, antes de Copenhague. Os dados do inventário anterior são de 1994.

O Estado de S. Paulo de 26 de novembro de 2009

Glaciares tibetanos podem desaparecer antes de 2040



Glaciares tibetanos podem desaparecer antes de 2040
Com 20% da população mundial, a China é considerada um dos países mais vulneráveis ao aquecimento global
Cláudia Trevisan - Correspondente de O Estado de S. Paulo

PEQUIM - Conhecido como o “teto do mundo” por sua altitude média de 4.000 metros, o platô tibetano é uma das áreas mais vulneráveis da China ao aquecimento global. A elevação da temperatura do planeta tem provocado o alarmante derretimento de geleiras onde nascem alguns dos mais importantes rios da Ásia, às margens dos quais vivem quase 1 bilhão de pessoas.

Cientistas acreditam que os glaciares da região poderão quase desaparecer antes de 2040, o que terá efeitos devatadores não só na China, mas também em países vizinhos como Índia, Paquistão e Vitenã. No período de 1961 a 2008, a temperatura média do platô tibetano subiu 0,32ºC a cada dez anos, velocidade seis vezes superior à registrada nas demais regiões da China.

Em um primeiro momento, o derretimento das geleiras vai provocar inundações e a elevação do nível dos rios, com impacto sobre as populações que vivem às suas margens e os ecossistemas da região. No futuro, a perspectiva é de secas severas e redução do fluxo de água. Pelo menos seis rios fundamentais para a população da Ásia nascem no Tibete: Yangtzé e Amarelo (China), Mekong (Vietnã), Indus (Paquistão), Brahmaputra (Bangladesh e Índia) e Ganges (Índia).

Com 20% da população mundial, a China é considerada um dos países mais vulneráveis ao aquecimento global, em razão da diversidade de seu clima e da existência de vários ecossistemas frágeis. Os chineses já enfrentam o agravamento de condições climáticas extremas, com a elevação da intensidade de tufões, nevascas, inundações e secas. Apesar de estar prestes a assumir o segundo lugar entre as maiores economias do mundo, a China ainda é um país majoritariamente rural, com 55% de sua população vivendo no campo. São 720 milhões de pessoas que dependem da terra e do clima para sobreviver e que estarão particularmente expostas aos efeitos do aquecimento global.

A próspera costa leste, que concentra 70% das grandes cidades do país, é ameaçada pela elevação do nível dos oceanos. Maior cidade chinesa, Xangai sofrerá impacto direto da inundação de parte de seu território pelas águas do mar. No sul, o Delta do Rio das Pérolas, onde está grande parte da indústria exportadora do país, pode perder 1.153 km quadrados de área até 2050, caso se comprove a previsão de que o nível do mar na região subirá 30 centímetros.

Além de reunir as cidades mais ricas do país, os 18 mil km de costa chinesa possuem alguns dos mais importantes e movimentados portos do mundo, que terã que se adaptar à elevação dos oceanos. Em 2006, a China ultrapassou os Estados Unidos e assumiu a nada invejável posição de maior emissor de gases que provocam efeito estufa. Confrontados com a pressão internacional e um crescente número de protestos dentro do país relacionados à poluição, as autoridades de Pequim colocaram a questão ambiental entre suas prioridades.

Mas as ações para reduzir as emissões são limitadas pela alta presença na matriz energética do carvão, de longe o mais poluente entre os combustíveis fósseis. Cerca de 70% da energia chinesa é gerada por meio da queima do carvão, comparada a uma média de 30% no restante do mundo.


O Estado de S. Paulo de 26 de novembro de 2009

Degelo gera lucros e apreensão em vila do Ártico



Degelo gera lucros e apreensão em vila do Ártico
Jamil Chade - Correspondente de O Estado de S. Paulo

DIVULGAÇÃO GENEBRA


Ela dá uma sonora gargalhada ao ouvir que as mudanças climáticas são um problema para o “futuro da humanidade”. “Como é que ainda podem dizer algo assim? Todos os dias tenho de me adaptar a essa mudança”, diz Elisapee Sheutiapik, prefeita de Iqaluit, cidade canadense mais próxima do Ártico. “No verão de 2008 nossos termômetros bateram todos os recordes. Tivemos temperaturas de 26 graus, algo que nunca tínhamos visto na vida. Consultei o sistema meteorológico do Canadá, que confirmou: foi a temperatura mais alta já registrada perto do Ártico.”

Em entrevista concedida ao Estado por telefone, a prefeita diz que as mudanças climáticas estão ocorrendo de forma muito mais rápida do que as pessoas imaginam. “É só fazer uma visita a Iqaluit e vocês constatarão isso. Nos últimos anos vimos que o degelo era real, por causa do aumento da área de terra”, conta Elisapee, que pertence à etnia inuíte, integrantes da nação esquimó que vivem no Ártico canadense e na Groenlândia. “Primeiro, todos comemoraram. Afinal, isso significava que o clima estava mais agradável e podíamos viver sem ter de lutar tanto contra o gelo e a neve. O fluxo de turistas aumentou bastante, já que o acesso à cidade ficou mais fácil.”

Na verdade, Iqaluit teve outros ganhos com o aumento da temperatura. A cidade, de apenas 7 mil moradores, virou foco de interesse de cientistas de todo mundo. A ponto de a prefeita ter descoberto uma forma de melhorar a renda da população: cada habitante pode receber US$ 700 por ano coletando dados sobre o impacto do aquecimento na região, fornecidos a pesquisadores de vários países.

Mas tanto Elisapee como o resto da população logo se deram conta de que a mudança no clima não era apenas positiva. A primeira consequência negativa foi a subida das águas, com inundações que destruíram a única ponte de Iqaluit. Casas próximas de rios e lagos foram atingidas. Caçadores foram surpreendidos pelo derretimento acelerado do gelo.

“Muitos de nossos costumes terão de ser revistos”, diz a prefeita. “Nós sabíamos que, numa determinada época do ano, podíamos andar sobre o lago. Hoje não sabemos mais.”


O Estado de S. Paulo de 26 de novembro de 2009

Áreas de plantio viram dunas de areia na Patagônia



Áreas de plantio viram dunas de areia na Patagônia
Ariel Palacios - Correspondente de O Estado de S. Paulo

DANIELA GROS/DIVULGAÇÃOBUENOS AIRES


Nos anos 70, o clima do norte da Patagônia começou a mudar, com o aumento das chuvas. Fria e seca, a região ficou levemente mais quente e úmida. Foi o que bastou para produtores ampliarem a área de plantio de trigo e a criação de gado, derrubando florestas naturais. A partir de meados desta década, a situação mudou, com períodos de estiagem. O pior ocorreu nos últimos meses: tempestades de areia, capazes de escurecer o céu, se tornaram frequentes. “A cidade está sumindo sob a areia”, diz Daniela Gros, filha e neta de produtores agrícolas de Carmen de Patagones, a 900 quilômetros de Buenos Aires.

As dunas avançaram sobre pastos e apagaram as divisas entre fazendas, matando animais e provocando o êxodo dos habitantes. Especialistas registraram perdas do solo em profundidades de até 50 centímetros.

“Em 2007 surgiram as primeiras dunas e, no ano passado, os ventos começaram a levar o solo para o mar”, disse Daniela ao Estado. Segundo ela, a situação é “dramática”. “As tempestades de areia têm deixado até as estradas intransitáveis, pela baixa visibilidade.”

“A precipitação aqui era de 300 milímetros por ano. Há quatro anos, caiu para 200 mm. Agora são 120”, diz Julio Cesar Haure, de 56 anos, dono de uma propriedade de 400 hectares. “Os solos foram ficando descobertos e no início do ano começaram a ser levados pelos ventos, cada vez mais intensos.” Haure estima que cerca de 60% dos produtores da região abandonaram seus campos.

Diretor de Clima e Água do Instituto Nacional de Tecnologia Agropecuária, Cesar Rebella diz que Carmen de Patagones foi afetada pelo avanço da criação de gado, que perdera espaço para a soja nos Pampas. “A região foi ocupada por pastos artificiais. Depois vieram problemas climáticos, como dois ou três anos de chuvas insuficientes, e a cobertura vegetal começou a ser afetada. A situação foi agravada pela maior frequência de ventos do oeste, que carregam o solo. Não diria que é uma desertificação, mas uma perda de solos”, diz Rebella, que propõe uma revisão radical no manejo da terra na região.


O Estado de S. Paulo de 26 de novembro de 2009

Ilha do Pacífico pode sumir com aumento do nível do mar



Ilha do Pacífico pode sumir com aumento do nível do mar
Jamil Chade - Correspondente de O Estado de S. Paulo

RICHARD VOGEL/APGENEBRA


Ilha paradisíaca do Oceano Pacífico, Kiribati começou a acumular reservas internacionais. O objetivo não é conter ataques especulativos nem pagar a dívida externa. Segundo seu presidente, Anote Tong, o dinheiro servirá para comprar terras no exterior para os 100 mil habitantes de Kiribati caso a elevação do nível do mar ameace o país.

Grande parte de Kiribati está só 5 metros acima do nível do mar. Nas 33 ilhas do arquipélago do qual a ilha faz parte, o avanço do Pacífico tem sido de 5,1 milímetros por ano. Tempestades cada vez mais violentas alteraram a rotina do país. O volume de água potável já é crítico e a agricultura está sendo afetada. Moradores da costa mudaram-se para o interior e o governo está treinando a população em profissões que possam ser úteis em outros países, como a de mergulhador profissional.

Um acordo em Copenhague “determinará se vamos continuar existindo ou não”, diz Tong. “Somos o rosto das vítimas das mudanças climáticas.” Vítimas inocentes, aliás. Dados do Fórum Humanitário Global, criado pelo ex-secretário-geral da ONU Kofi Annan, indicam que os 50 países que, como Kiribati, são os mais vulneráveis aos efeitos do aquecimento global geraram só 1% das emissões mundiais de gás carbônico nos últimos cinco anos.

A ideia de mudança para outro território ainda é vista como medida de emergência. Mas Tong acha que é preciso se preparar para o pior. “Ou procuramos um lugar seguro para continuar nossa sociedade ou aceitamos passivamente a ideia de que vamos desaparecer.”


O estado de S. Paulo de 26 de novembro de 2009

Neve some e turismo teme prejuízos



Neve some e turismo teme prejuízos
Jamil Chade - Correspondente de O Estado de S. Paulo

HERBERT SPICHTINGERGENEBRA


Nas charmosas estações de esqui dos Alpes, a crise que preocupa não é a financeira. É a da falta de neve. A Organização de Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) estima que uma elevação de 1,5 grau na temperatura do planeta – algo que cientistas preveem para este século – eliminará cem dias anuais de neve nos Alpes, que se espalham pela Suíça, Itália, França e Áustria. Na Suíça, a projeção é de que, das 230 estações de esqui em operação hoje, menos da metade sobreviva no período de 2030 a 2050.

O turismo leva por ano aos Alpes de 60 milhões a 80 milhões de pessoas e muitas cidades vivem exclusivamente da renda do setor. Estudos da Universidade de Zurique apontam que só a Suíça poderia perder cerca de US$ 1,6 bilhão por ano se esquiadores deixassem de visitar as montanhas.

Bancos já começaram a rejeitar empréstimos a estações de esqui mais vulneráveis, que ficam em pontos baixos das montanhas. “Eles não têm dado crédito a estações suíças que estejam abaixo de 1.500 metros de altitude”, afirma Shardul Agrawala, autor do estudo da OCDE.

A Agência Nacional de Turismo já está repensando a forma de promover a Suíça no mundo. O problema, segunda a porta-voz da agência, Daniela Bär, é que muitas estações não têm alternativas a oferecer.

Num relatório lançado pela Organização das Nações Unidas (ONU) no início do ano, especialistas afirmaram que a mudança do clima do planeta ameaça os esportes de inverno. O World Resources Institute vai ainda mais longe em suas previsões e alerta que a própria realização dos Jogos Olímpicos de Inverno pode estar sob risco nos próximos 50 anos. Nos últimos jogos, realizados em Turim, na Itália, em 2006, a falta de neve assustou os organizadores e, principalmente, os patrocinadores. No ano seguinte, o fenômeno provocou o cancelamento de etapas do campeonato mundial de esqui nos Alpes.

O impacto do aquecimento global sobre esportes de inverno também é motivo de preocupação no Canadá e nos Estados Unidos. Um estudo da Universidade de Washington alerta que a temporada de esqui no país pode ser reduzida de três para dois meses nos próximos 40 anos. A produção de neve artificial teria de crescer 187% para contornar o problema.

No Canadá, a entidade Global Exchange lançou uma campanha para convencer os governos a lutarem contra o aquecimento do planeta usando o hóquei no gelo como bandeira. “Em toda a América do Norte vemos que as crianças têm cada vez menos possibilidade de praticar o hóquei nos lagos congelados de suas cidades. Está na hora de os governos tomarem uma atitude antes que o aquecimento global arruíne nosso esporte nacional”, afirmou Mike Hudema, responsável pela campanha.

Diante de tantos riscos, entidades esportivas e mesmo governos começam a tomar medidas. Em alguns pontos da Suíça, grandes cobertores são usados para cobrir a neve e impedir o degelo. O governo tem subsidiado reformas, como a redução do grau de inclinação das pistas, para preservar a neve. Mas especialistas alertam que isso não será suficiente.


O Estado de S. Paulo de 26 de novembro de 2009

‘Haverá um fracasso em Copenhague’



‘Haverá um fracasso em Copenhague’
Autor do livro "O ambientalista cético" afirma que gastar dinheiro com corte de emissões é desperdício
Andrea Vialli - O Estado de S. Paulo

DIVULGAÇÃO SÃO PAULO


O dinamarquês Bjorn Lomborg, pesquisador da Copenhague Business School, se tornou conhecido no mundo todo como o ‘ambientalista cético’ – nome de um de seus livros, publicado em 2001. Ele se opõe à ideia de que o mundo se mobilize financeiramente para cortar emissões de gases de efeito esfufa. Lomborg sugere, no lugar disso, investimentos pesados em tecnologias limpas para o futuro, de modo a priorizar o bem-estar das populações. Leia trechos da entrevista, dada por telefone ao Estado:

O senhor defende a ideia de que o Protocolo de Kyoto foi uma perda de dinheiro. Quais são suas expectativas em relação à COP15?

Será um fracasso. Todos sabem que não haverá acordo global. A reunião de Copenhague servirá apenas para mostrar ao mundo a continuação do fracasso que foi o Protocolo de Kyoto. Aliás, a sucessão de erros históricos vem desde a Rio 92, quando os países começaram a propor metas de redução das emissões de gás carbônico. Essas metas simplesmente não são factíveis. O objetivo da COP15 é político. Os chefes de Estado virão a Copenhague posar de bonzinhos para seus eleitores.

E por que os esforços para cortar as emissões não são factíveis? Há uma mobilização dos países, especialmente os membros da União Europeia, nesse sentido.

Os países deveriam investir 0% de seu Produto Interno Bruto em estratégias para cortar emissões de gás carbônico. O foco não deve ser esse, porque insistir nesse ponto é continuar fracassando. O único modo de assegurar um planeta livre de poluição é investir pesado em pesquisa e desenvolvimento de novas tecnologias, mais limpas. E torná-las baratas, para que fiquem acessíveis para países como Brasil, China, Índia e as nações africanas. Poderíamos fazer isso com a metade dos recursos que foram gastos com o Protocolo de Kyoto.

Esse raciocínio não é contraditório? Se o sr. considera inútil reduzir emissões, para que desenvolver tecnologias limpas?

Este é o meu ponto. Precisamos de energia limpa e barata, para trazer bem-estar e desenvolvimento às populações mais pobres. Espero que os países realmente se empenhem nesse sentido: é um caminho muito mais inteligente.


O Estado de S. Paulo de 26de novembro de 2009

Neve some e turismo teme prejuízos



Neve some e turismo teme prejuízos
Jamil Chade - Correspondente de O Estado de S. Paulo

HERBERT SPICHTINGERGENEBRA


Nas charmosas estações de esqui dos Alpes, a crise que preocupa não é a financeira. É a da falta de neve. A Organização de Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) estima que uma elevação de 1,5 grau na temperatura do planeta – algo que cientistas preveem para este século – eliminará cem dias anuais de neve nos Alpes, que se espalham pela Suíça, Itália, França e Áustria. Na Suíça, a projeção é de que, das 230 estações de esqui em operação hoje, menos da metade sobreviva no período de 2030 a 2050.

O turismo leva por ano aos Alpes de 60 milhões a 80 milhões de pessoas e muitas cidades vivem exclusivamente da renda do setor. Estudos da Universidade de Zurique apontam que só a Suíça poderia perder cerca de US$ 1,6 bilhão por ano se esquiadores deixassem de visitar as montanhas.

Bancos já começaram a rejeitar empréstimos a estações de esqui mais vulneráveis, que ficam em pontos baixos das montanhas. “Eles não têm dado crédito a estações suíças que estejam abaixo de 1.500 metros de altitude”, afirma Shardul Agrawala, autor do estudo da OCDE.

A Agência Nacional de Turismo já está repensando a forma de promover a Suíça no mundo. O problema, segunda a porta-voz da agência, Daniela Bär, é que muitas estações não têm alternativas a oferecer.

Num relatório lançado pela Organização das Nações Unidas (ONU) no início do ano, especialistas afirmaram que a mudança do clima do planeta ameaça os esportes de inverno. O World Resources Institute vai ainda mais longe em suas previsões e alerta que a própria realização dos Jogos Olímpicos de Inverno pode estar sob risco nos próximos 50 anos. Nos últimos jogos, realizados em Turim, na Itália, em 2006, a falta de neve assustou os organizadores e, principalmente, os patrocinadores. No ano seguinte, o fenômeno provocou o cancelamento de etapas do campeonato mundial de esqui nos Alpes.

O impacto do aquecimento global sobre esportes de inverno também é motivo de preocupação no Canadá e nos Estados Unidos. Um estudo da Universidade de Washington alerta que a temporada de esqui no país pode ser reduzida de três para dois meses nos próximos 40 anos. A produção de neve artificial teria de crescer 187% para contornar o problema.

No Canadá, a entidade Global Exchange lançou uma campanha para convencer os governos a lutarem contra o aquecimento do planeta usando o hóquei no gelo como bandeira. “Em toda a América do Norte vemos que as crianças têm cada vez menos possibilidade de praticar o hóquei nos lagos congelados de suas cidades. Está na hora de os governos tomarem uma atitude antes que o aquecimento global arruíne nosso esporte nacional”, afirmou Mike Hudema, responsável pela campanha.

Diante de tantos riscos, entidades esportivas e mesmo governos começam a tomar medidas. Em alguns pontos da Suíça, grandes cobertores são usados para cobrir a neve e impedir o degelo. O governo tem subsidiado reformas, como a redução do grau de inclinação das pistas, para preservar a neve. Mas especialistas alertam que isso não será suficiente.


O Estado de S. Paulo de 26 de novembro de 2009

Furacões causaram devastação em Cuba



Furacões causaram devastação em Cuba
Jamil Chade - Correspondente de O Estado de S. Paulo

DIVULGAÇÃO/APVIÑALES - Leonardo Pena ainda não se recuperou da devastação em Viñales, oeste de Cuba, em 2008. Sua casa e produção de tabaco foram destruídas pela passagem de três furacões. O prejuízo do país com eventos climáticos foi brutal. Cuba teve uma perda de 20% do PIB, já afetado pela falta de recursos e pelo embargo econômico dos Estados Unidos.

No relatório de 2007 do IPCC, cientistas evitaram declarar que haveria aumento de desastres naturais nas regiões tropicais em virtude do aquecimento global. Mas admitiram que o risco era grande. Especialistas do Pew Center, centro de estudos com sede nos EUA, criticaram o IPCC por excesso de cautela. Entre 1980 e 1990, houve em média 10 tempestades tropicais por ano na América do Norte e Caribe. De 1998 a 2007, a média passou para 15 tempestades, com 8 furacões.

“Estamos sendo obrigados a nos adaptar a uma nova realidade”, diz Leonardo. Ele reconstruiu sua casa com materiais mais resistentes. Mas lamenta que nem todos na região tenham conseguido fazer isso. No ano passado, pela primeira vez em 50 anos da revolução, Cuba aceitou a ajuda de potências estrangeiras para lidar com o impacto dos furacões Gustav e Ike. Só dos EUA, recebeu mais de US$ 50 milhões.

Na Província de Piñar del Rio, vilarejos inteiros foram destruídos. Parte da população escavou cavernas em morros para se refugiar nas próximas tempestades. J.C.


O Estado de S. Paulo de 27 de novembro de 2009

Contra as enchentes, holandeses criam casas anfíbias



Contra as enchentes, holandeses criam casas anfíbias
Andrei Netto - Correspondente de O Estado de S. Paulo


DIVULGAÇÃOPARIS - Fons Van Raak e a mulher, Marianne, não vivem numa ilha, mas dependem de barcos para chegar em casa. Localizada no vilarejo de Maasbommel, a 100 quilômetros de Roterdã, a residência deles é uma das 45 “casas anfíbias” de um projeto pioneiro, concebido por um escritório de arquitetura, com apoio governamental. O objetivo: testar tecnologias de construção que permitam a milhões de holandeses conviver com enchentes de proporções inéditas.

Planejado pelo arquiteto Adri Van Oojen, o projeto Cidade Flutuante saiu do papel em 2004, com a construção de 14 casas de um total de 45. Elas têm um mecanismo de sistemas hidráulicos capaz de elevá-las 5 metros acima do nível normal em caso de cheias. Elevadores facilitam o içamento da moradia, que tem fundações de concreto e área habitável de madeira. “A parte superior é leve e a inferior, pesada. Quando o nível da água sobe a casa flutua. Os pilares servem de âncora”, diz Ger Kengen, diretor da Factor Architectem, responsável pelo projeto. “É agradável para viver e totalmente à prova de enchentes”, diz Marianne.

Casas como a dos Van Raak são a ponta visível de um projeto mais ambicioso da companhia Dura Vermeer, que as ergueu: a construção de cidades flutuantes na Holanda. Um programa espetacular, que prevê a entrega de 12 mil casas anfíbias, está em estudo. O local escolhido é o entorno do aeroporto da capital, Amsterdã.

A proposta tem apoio oficial porque representa uma nova forma de enfrentar dramas antigos e futuros do reino. Situado em uma das regiões da Europa mais suscetíveis aos efeitos das mudanças climáticas, o arquipélago tem 26% de suas terras abaixo do nível do mar. Dos 16 milhões de habitantes da Holanda, mais de 9 milhões podem ter de deixar suas casas caso o complexo sistema de diques e barreiras for coberto pelas águas do Oceano Atlântico. Um risco palpável caso as piores previsões do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC) da ONU se confirmem e o nível dos oceanos suba pelo menos 1 metro até 2100.

Além de apoiar estudos sobre as casas anfíbias, o governo investe pesado em projetos de adaptação, parte do National Waterplan. Um deles, o Programa Delta, propõe o reforço de diques e a ampliação – por meio de aterros – de áreas de costas para evitar desastres como o provocado pelo furacão Katrina, em Nova Orleans. O investimento é da ordem de 100 bilhões até 2100.

Outro projeto, o Espaço para o Rio, ampliará o alagamento de terras da região de Noordwaard, reduzindo o nível dos rios em locais onde vivem 4 milhões de holandeses. Para isso, 49 casas e 26 propriedades rurais terão de ser abandonadas até 2015 e o governo indenizará 150 pessoas. “Quando sofremos inundações em 1993 e 1995, ficou claro que o clima mudava”, diz Ralf Gaastra, diretor do projeto. “Nos demos conta de que não seria possível continuar elevando indefinidamente a altura de nossos diques. Era preciso buscar outras soluções.”


O Estado de S. Paulo de 27 de novembro de 2009

‘A mudança climática é real e só cresce’



‘A mudança climática é real e só cresce’
Pessimista com a possibilidade de recuperação da cobertura de gelo do Ártico, cientista quer acordo global
Afra Balazina - O Estado de S. Paulo


DIVULGAÇÃOSÃO PAULO - Diretor do Centro Nacional de Neve e Gelo dos Estados Unidos (NSIDC), Mark Serreze defende uma ação urgente contra o aquecimento da temperatura no planeta. “A mudança climática não é algo para 50 ou 100 anos. Já está aqui.”

Quando o senhor calcula que o mar do Ártico poderá ficar sem cobertura de gelo nos verões?

No NSIDC pensamos em algo em torno de 2030. Não digo que não haverá absolutamente nenhum gelo. Haveria remendos aqui e ali. Mas, para efeitos práticos, será um oceano azul.

O recorde de menor extensão de gelo no Ártico ocorreu há dois anos. O que aconteceu de lá para cá?

Tivemos alguma recuperação. Em 2008 houve um pouco mais de gelo, e em 2009 foi melhor ainda. É bom ver uma pequena recuperação, mas não ficaria otimista a ponto de dizer que estamos vendo o início de uma recuperação de longo prazo.

Como o declínio do gelo marinho no norte pode afetar outras regiões?

O Ártico funciona como a geladeira do Hemisfério Norte. Por isso, o declínio no gelo lá poderá afetar os padrões meteorológicos de outras regiões.

Menos gelo na região significa uma oportunidade de negócios, com a abertura de rotas marítimas?

Os russos estão muito conscientes disso – no caso, estamos falando sobre a Rota do Mar do Norte. Os canadenses também estão interessados na abertura da Passagem do Noroeste. Eles consideram que o trecho é parte de sua área costeira. Os Estados Unidos não concordam.

Existe a possibilidade de explorar petróleo e gás natural na região?

Parece haver uma grande quantidade de petróleo e gás sob o Oceano Ártico. Esses recursos se tornarão mais acessíveis conforme perdemos o gelo em virtude do aquecimento ligado à queima de combustíveis fósseis. Ironia impressionante! As companhias de petróleo estão, evidentemente, interessadas.

Qual será o preço da omissão em Copenhague?

Quanto mais esperarmos para agir, piores serão os problemas a enfrentar. A mudança climática é real, não é algo para 50 ou 100 anos. Já está aqui e só cresce.


O Estado de S. Paulo de 27 de novembro de 2009

Brasil e França pedem crédito de ricos contra aquecimento global

O presidente francês, Nicolas Sarkozy (e), e o presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, participam da cúpula de países amazônicos e França sobre o clima, em Manaus, nesta quinta-feira.
REUTERS/Paulo Whitaker

Brasil e França pedem crédito de ricos contra aquecimento global
quinta-feira, 26 de novembro de 2009


Por Fernando Exman
MANAUS (Reuters) - As nações ricas devem oferecer mecanismos de financiamento às mais pobres para o combate às mudanças climáticas, cobraram presidentes e representantes de países amazônicos e da França reunidos na capital do Amazonas nesta quinta-feira.
"Os pobres têm que ser apoiados sem que nenhum país abra mão de sua soberania", disse o presidente Luiz Inácio Lula da Silva em entrevista após o encontro.
Nicolas Sarkozy, presidente francês, também exigiu recursos, além de cobrar que os países ricos apresentem metas numéricas para a redução dos gases do efeito estufa na reunião de cúpula do clima em Copenhague, na Dinamarca, em dezembro.
"Copenhague deve prever somas provenientes dos países desenvolvidos em direção aos países em desenvolvimento", disse, destacando que os compromissos devem ser para desembolsos a serem realizados a curto prazo.
Para Sarkozy, 20 por cento dos desembolsos --provenientes do mercado de carbono, créditos públicos e mecanismos inovadores-- deveriam ser direcionados para a preservação de florestas.
"É preciso que cada um encontre vantagem, que ninguém se sinta enganado", comentou o presidente da França.
O encontro gerou um documento com diretrizes para balizar os países amazônicos na questão do clima. A declaração reafirmou a proposta do G-77 e da China de obter contribuições de 0,5 por cento a 1 por cento do Produto Interno Bruto (PIB) de países desenvolvidos para ações realizadas por países em desenvolvimento.
"Medidas apresentadas por países desenvolvidos como parte de um esforço de mitigação não devem gerar restrições comerciais unilaterais ou fortalecer o protecionismo comercial", acrescentou a nota.
Alvo de um protesto do Greenpeace, que pediu propostas mais ambiciosas dos líderes reunidos, o encontro de países amazônicos foi esvaziado. Além dos presidentes Lula e Sarkozy, o da Guiana, Bharrat Jagdeo, compareceu. Foram convidados também Bolívia, Colômbia, Equador, Peru, Suriname e Venezuela.
O presidente brasileiro minimizou as faltas. Argumentou que os representantes dos presidentes ausentes tinham autorização e legitimidade para falar em nome de seus governos.
"Queremos que sejam reconhecidos os esforços já feitos pelos países. Estamos assumindo responsabilidades, mas os países desenvolvidos não reconhecem esses esforços que estão nos custando (dinheiro)", disse à Reuters o ministro do Meio Ambiente peruano, Antonio Brack Egg.
COPENHAGUE
Os presidentes demonstraram otimismo sobre a reunião de Copenhague. Para Lula, há uma oportunidade de se avançar nas negociações sobre o combate ao aquecimento global.
"Há uma semana não tinha números dos Estados Unidos, não tinha números da China. Parecia que a reunião de Copenhague ia ser totalmente esvaziada, que não ia participar nenhum chefe de Estado", comentou Lula.
"Hoje os EUA já têm número. Não é o que eu gostaria, mas já têm número. A China já está apresentando número."
Sarkozy também elogiou a decisão do presidente dos EUA, Barack Obama, de apresentar uma proposta sobre o tema.
"Quero louvar a coragem do presidente Obama de estabelecer objetivos. É muito encorajador", disse o francês.

China anuncia redução de CO2 antes de Copenhague

China anuncia redução de CO2 antes de Copenhague
quinta-feira, 26 de novembro de 2009

Por Emma Graham-Harrison e Chris Buckley
PEQUIM (Reuters) - A China anunciou nesta quinta-feira sua primeira meta para cortar as emissões de gases que provocam o efeito estufa, um objetivo de intensidade de carbono que o premiê Wen Jiabao levará à conferência sobre o clima de Copenhague no mês que vem como o principal compromisso do país asiático.
O anúncio ocorreu um dia depois de os Estados Unidos divulgarem a proposta de cortar os gases-estufa até 2020 e confirmarem que o presidente Barack Obama comparecerá às conversações lideradas pela Organização das Nações Unidas (ONU) na Dinamarca.
A China, o principal emissor de gases-esfufa oriundos da atividade humana, afirmou que Wen também comparecerá às negociações, que ocorrerão entre 7 e 18 de dezembro. O país asiático prometeu cortar a quantia de dióxido de carbono produzida para cada yuan da renda nacional entre 40 e 45 por cento até 2020, em comparação com os níveis de 2005.
A proposta chinesa foi saudada como um compromisso político vital para reavivar as negociações paralisadas, a fim de estabelecer um novo sistema de referência para combater o aquecimento global, mesmo que os analistas tenham advertido que, tecnicamente, ela tenha sido muito modesta para a China.
"Ela é muito similar aos 15 anos anteriores de progresso", disse Jim Watson, que estuda as trajetórias das emissões no Tyndall Centre para pesquisa em mudança climática, da Grã-Bretanha.
"Acrescente-se a isso outras reestruturações econômicas ao longo do tempo e essa meta soa eminentemente factível. Mas por certo é de grande ajuda para Copenhague ter esse número sobre a mesa", acrescentou.
Já não há mais tempo para que a conferência estabeleça um acordo legalmente vinculante após discussões rancorosas entre os países ricos e pobres sobre quem deveria cortar as emissões, em quanto e quem deveria pagar a conta. Mas aumenta a esperança de que um pacto político substancial possa ser selado no encontro de dezembro.
A meta da China vem depois de Brasil e Indonésia, outros dois grandes emissores, também anunciarem duras metas de redução para 2020.
Num lembrete das graves disputas que ainda lançam sombras sobre a cúpula de Copenhague, no entanto, o principal enviado da China para o clima criticou os países desenvolvidos, dizendo que eles estariam negligenciando os esforços para cortar as emissões e que a meta chinesa era obrigatória apenas internamente.
"Até agora não observamos ações concretas e comprometimentos substanciais da parte dos países desenvolvidos", afirmou Xie Zhenhua, chefe-adjunto do poderoso Comitê de Reforma e Desenvolvimento Nacional, numa entrevista coletiva em Pequim.
OBJETIVO DIFÍCIL?
O governo da China disse que sua meta, que ainda permitirá o crescimento das emissões de gases-estufa enquanto a economia se expande, era a exigida para um país em desenvolvimento. Novas regras serão divulgadas, incluindo as medidas financeiras e tributárias, para atingi-la.
A meta não inclui sumidouros de carbono, disse Xie, e será calculada com base no consumo de energia e nos "processos de produção" - provavelmente a produção industrial.
Reduções adicionais poderiam, portanto, vir da expansão das florestas, que absorvem dióxido de carbono, e outros "sumidouros" de emissão.
O vice-ministro das Relações Exteriores da China, He Yafei, disse que o plano "mostra a atitude altamente responsável da China em direção ao futuro da humanidade".
Mas a meta também está de acordo com o que muitos analistas disseram ser a atual tendência na intensidade de carbono da China, e isso poderá levar a uma maior pressão de alguns negociadores em Copenhague.
Como país em desenvolvimento, a China não tem obrigação, sob os acordos atuais, de apresentar reduções em suas emissões. Pequim e outros países em desenvolvimento afirmam que esse princípio não deve mudar em qualquer novo acordo que sair de Copenhague.
O aparente descontentamento chinês com os compromissos anunciados pelos países desenvolvidos deve aumentar sua resistência a qualquer esforço internacional de supervisionar suas metas de carbono.

quinta-feira, 26 de novembro de 2009

China anuncia meta de redução de emissões antes de Copenhague

China anuncia meta de redução de emissões antes de Copenhague
quinta-feira, 26 de novembro de 2009 08:05

Por Emma Graham-Harrison
PEQUIM (Reuters) - A China anunciou seu primeiro objetivo firme de redução das emissões de gases causadores do efeito estufa, ao divulgar uma "meta de intensidade de carbono" nesta quinta-feira, que o primeiro-ministro Wen Jiabao levará à cúpula do clima em Copenhague no mês que vem.
A China, maior emissor mundial de gases-estufa resultantes da atividade humana, prometeu reduzir o montante de dióxido de carbono emitido para cada unidade do PIB (Produto Interno Bruto) em entre 40 e 45 por cento até 2020, comparado com os níveis de 2005, disse o Conselho de Estado, o gabinete chinês, segundo a agência de notícias Xinhua.
"Isso é uma ação voluntária tomada pelo governo chinês baseada em suas próprias condições nacionais e uma importante contribuição para o esforço global em combater a mudança climática", disse o gabinete, segundo a Xinhua.
A meta está em linha com o que os especialistas esperavam.
Um comprometimento firme da China em relação às emissões do país devem impulsionar os esforços para se chegar a um acordo nas negociações lideradas pela Organização das Nações Unidas na Dinamarca no mês que vem.
As negociações estão num impasse enquanto os países ricos e pobres discutem sobre quem deve reduzir emissões, em qual quantidade e quem deve pagar por isso.
Mas Pequim já está na metade do caminho para atingir a meta de intensidade de carbono após cinco anos de busca por eficiência energética que ajudou a conter o crescimento das emissões. Assim, os críticos podem argumentar que a meta chinesa não é ambiciosa o bastante.
O anúncio chinês vem depois de a Casa Branca anunciar na quarta-feira que o presidente norte-americano, Barack Obama, comparecerá às negociações em Copenhague.
A Casa Branca disse que os EUA prometerão cortar as emissões em cerca de 17 por cento abaixo dos níveis de 2005 até 2020, queda de cerca de 3 por cento em relação aos níveis de 1990, usado como referência pelos tratados da ONU.
Como país em desenvolvimento, a China não tem obrigação, sob os acordos atuais, de apresentar reduções obrigatórias em suas emissões. Pequim e outros países em desenvolvimento afirmam que esse princípio não deve mudar em qualquer novo acordo que sair de Copenhague.

Brasil pode compartilhar sistema de monitoramento da Amazônia

Brasil pode compartilhar sistema de monitoramento da Amazônia
quarta-feira, 25 de novembro de 2009 21:31

Por Fernando Exman
MANAUS (Reuters) - Os países amazônicos negociam com o Brasil a utilização compartilhada do sistema de monitoramento de desmatamento florestal por meio de satélite, afirmou nesta quarta-feira o secretário-geral da Organização do Tratado de Cooperação Amazônica (OTCA), Manuel Picasso.
Segundo ele, no entanto, há ainda a preocupação de alguns dos países quanto à capacidade do satélite de captar dados além dos referentes à proteção do meio ambiente.
"Há perguntas técnicas sobre até que nível de claridade (das imagens) se consegue", disse Picasso a jornalistas, referindo-se à apreensão dos governos da região quanto à segurança de informações estratégicas.
Segundo o secretário-geral da OTCA, instituição que tem promovido as conversas sobre o assunto, os recursos do Fundo Amazônia poderiam financiar a iniciativa. O Fundo Amazônia tem como objetivo captar doações para financiar ações de prevenção, monitoramento e combate ao desmatamento.
O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) é o gestor do fundo, que já celebrou contrato para receber doação da Noruega. Os recursos foram doados a fundo perdido, ou seja, sem perspectiva de retorno.
"Todos os países estão conscientes de que a Amazônia tem quer ser preservada e que deve haver tecnologias para a preservação", disse Picasso.
O secretário-geral da OTCA, embaixador peruano que está no cargo desde julho, lembrou que esse consenso decorre da constatação de que um país pode ser prejudicado e sofrer danos indiretos por contaminações ou danos ao meio ambiente ocorridos em um país vizinho.
"O tratado (da OTCA) é para isso: se um país tem uma tecnologia boa, como o Brasil, compartilha", disse Picasso. "É de interesse de todos ter uma Amazônia saudável."
AUSÊNCIAS NA REUNIÃO DE CÚPULA
As conversas sobre esse assunto ocorrem à margem da reunião de cúpula dos países amazônicos e a França, a ser realizada na quinta-feira em Manaus.
Segundo o Itamaraty, além do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, apenas os presidentes Nicolas Sarkozy (França), Hugo Chávez (Venezuela) e Bharrat Jagdeo (Guiana) estarão presentes.
O governo do Peru enviou o vice-presidente, enquanto o Equador estará representado por seu chanceler e a Bolívia e o Suriname por seus ministros do Meio Ambiente.

Países amazônicos tentam fechar posição conjunta para Copenhague

Países amazônicos tentam fechar posição conjunta para Copenhague
quarta-feira, 25 de novembro de 2009 19:10

Por Fernando Exman
MANAUS (Reuters) - Os países amazônicos e a França tentarão chegar na quinta-feira a uma posição comum para apresentar na cúpula de Copenhague, que buscará avançar em dezembro em torno de um acordo para o combate ao aquecimento global.
Os líderes se encontrarão em Manaus, onde diplomatas dos países envolvidos vêm mantendo conversas sobre os temas a serem tratados pelos presidentes durante almoço e reunião de trabalho.
"Tem uma visão muito clara em valorização da questão florestal, defender que as florestas sejam parte do pacote de Copenhague, com fluxo financeiro suficiente e adequado", comentou um diplomata brasileiro.
Na avaliação de integrantes do Itamaraty, a iniciativa pode representar um grande exemplo para os demais participantes de Copenhague, pois tem como demonstrar que países em desenvolvimento e um país desenvolvido --a França-- podem chegar a um entendimento nas negociações sobre o clima.
Por isso, o cenário ideal considerado pelo governo brasileiro é que os demais países amazônicos anunciem a adesão ao documento de posição comum assinado por Brasil e França. Os dois países defenderam a redução das emissões globais em pelo menos 50 por cento até 2050, com relação a 1990.
Por outro lado, um diplomata ouvido pela Reuters disse acreditar que por esse mesmo motivo a presença da França na reunião pode dificultar um consenso que abarque um número maior de temas.
Os países ricos relutam em anunciar metas de redução de emissão de gases de efeito estufa e apoiar financeiramente medidas nos países em desenvolvimento. Já os países emergentes, como o Brasil, recusam-se a aceitar metas. Querem apenas anunciar compromissos voluntários de medidas de combate às mudanças climáticas.
Os assuntos em discussão pelas equipes de negociadores são: a situação das florestas, redução de emissões pelos países desenvolvidos e em desenvolvimento, a adaptação às mudanças climáticas e mecanismos de financiamento a iniciativas para reduzir o aquecimento global.
Além da França, que tem interesses na floresta devido à sua presença na Guiana Francesa, devem participar representantes de todos os países da Organização do Tratado de Cooperação Amazônica (OTCA) --Brasil, Bolívia, Colômbia, Equador, Guiana, Peru, Suriname e Venezuela.
Diplomatas brasileiros disseram não ter certeza da presença do presidente colombiano, Álvaro Uribe. A ausência evitaria uma saia-justa entre Uribe e o presidente da Venezuela, Hugo Chávez. Os dois países enfrentam um momento de tensões diplomáticas desde que o governo colombiano permitiu que os Estados Unidos usem suas bases militares.

quarta-feira, 25 de novembro de 2009

Rios de SP: expedição do flutuador passa por baixo do Rio Pinheiros

http://video.globo.com/Videos/Player/Noticias/0,,GIM1165436-7823-RIOS+DE+SP+EXPEDICAO+DO+FLUTUADOR+PASSA+POR+BAIXO+DO+RIO+PINHEIROS,00.html

Amazônia espera por pacto global forte para o clima



Mulher lava panelas no rio na comunidade São Félix, na reserva ecológica Juma, no Amazonas 24/11/2009
REUTERS/Sergio Moraes


ESPECIAL-Amazônia espera por pacto global forte para o clima
terça-feira, 24 de novembro de 2009 16:54


Por Stuart Grudgings
BOA FRENTE, Amazonas (Reuters) - O barco avança pelo rio de água esverdeada e leva José de Oliveira Quadro numa viagem que poderia ter sido inútil alguns anos atrás.
Desconhecidos estavam pescando no lago de seu vilarejo e Quadro percorre duas horas de viagem para buscar ajuda no posto policial mais próximo dentro da Floresta Amazônica. Ele admite que provavelmente não se daria a esse trabalho antes de a comunidade ribeirinha ser incluída num projeto pioneiro que paga a cada família 50 reais por mês para que atuem como guardiões da floresta.
"Não posso deixar que eles tirem a comida de nossos pratos", disse o homem de 35 anos. "Graças a Deus temos mais ajuda hoje em dia."
A viagem de Quadro é parte de um novo capítulo na longa batalha para salvar a maior floresta do mundo, considerada central aos esforços em Copenhague no mês que vem para desenhar um novo pacto global a fim de conter o aquecimento do planeta.
Seu minúsculo assentamento é uma das 36 comunidades e das 320 famílias que recebem o pagamento na reserva do Juma, no primeiro projeto do governo para redução de emissões na Amazônia.
Os projetos dentro do REDD -- sigla para Redução de Emissões por Desmatamento e Degradação, que permite a venda de créditos para compensar a poluição de carbono de outro lugar - são poucos e escassos. Mas um acordo climático incluindo o REDD poderia ser um instrumento poderoso para reduzir o desmatamento, responsável por até 20 por cento das emissões de carbono mundiais -- mais do que todos os carros, navios e aviões do mundo inteiro somados.
"O mundo precisa entender que temos feito a nossa lição de casa, valorizando a floresta o máximo possível, testando boas práticas, e agora precisamos de uma resposta ou a população acabará pressionando a floresta para sobreviver", disse à Reuters o governador do Amazonas, Eduardo Braga.
Versado nas minúcias das conversações sobre o clima global, Braga é a nova face de um Estado cujo governo anterior distribuía motosserras a madeireiros.
O governador de 48 anos pôs em prática o programa "Bolsa Floresta", que distribui a quantia mensal a cerca de 7 mil famílias que moram na floresta, incluindo no Juma. Ele afirmou que um acordo forte sobre o REDD poderia aumentar o programa para 60 mil famílias até 2014 ou cerca de metade da população que vive na vasta floresta do Estado.
PREOCUPAÇÕES
Sendo mais da metade da área de floresta remanescente no mundo e responsável por 55 por cento das emissões de gases-estufa do Brasil por meio de sua destruição, a Amazônia é tanto vilã como vítima da mudança climática.
O REDD oferece uma forma possível de reduzir a destruição que pôs abaixo quase um quinto da floresta e de combater a pobreza que permanece em níveis africanos, apesar da ascensão econômica brasileira.
Mesmo assim, a esperança mescla-se à preocupação com relação ao papel do setor privado e se os habitantes da floresta terão voz o suficiente nas decisões tomadas sobre eles feitas a milhares de quilômetros de distância.
Bancos, empresas do mercado de carbono e companhias querendo incrementar suas credenciais ambientais estão mostrando seu interesse antes da conferência de Copenhague, com estimativas de que o REDD poderia trazer 16 bilhões de dólares anuais ao Brasil. A Coca Cola Co, o Bradesco e a cadeia de hotéis Marriott ajudam a financiar o projeto Bolsa Floresta.
Grupos ambientalistas como o Greenpeace preocupam-se que o excesso de confiança nos mercados de carbono para obter fundos poderia resultar em especulação ou um excesso de créditos baratos, permitindo que os países ricos continuem a poluir a um custo muito baixo.
Os críticos brasileiros do REDD dizem que ele corre o risco de tornar aceitáveis altos níveis de desmatamento na Amazônia. O governo brasileiro anunciou este mês a menor taxa de desmatamento em duas décadas, mas os 7 mil quilômetros quadrados destruídos no ano até agosto ainda equivalem a nove cidades de Nova York.
A ajuda de 50 reais mensais é útil, mas não chega a ser transformador às rendas familiares de Juma.
No entanto, para Quadro e outros habitantes de Juma, situada numa área ameaçada por invasões decorrentes de uma grande rodovia, o pagamento financiado por contribuições dos hóspedes do Marriott parece estar mudando a forma como vêm a floresta.
"Se tiramos as árvores das margens dos rios, o rio secará e afetará nossa pesca", afirmou. "Se tirarmos as árvores de nossa terra, isso afetará a nossa caça e não teremos comida para nossos filhos", disse ele.

terça-feira, 24 de novembro de 2009

Rios de SP: flutuador chega ao Rio Pinheiros

http://video.globo.com/Videos/Player/Noticias/0,,GIM1164185-7823-RIOS+DE+SP+FLUTUADOR+CHEGA+AO+RIO+PINHEIROS,00.html

Rio Pinheiros marca contraste entre bela paisagem e poluição

http://video.globo.com/Videos/Player/Noticias/0,,GIM1078692-7823-RIO+PINHEIROS+MARCA+CONTRASTE+ENTRE+BELA+PAISAGEM+E+POLUICAO,00.html

Níveis de gases-estufa batem recorde na atmosfera, diz ONU

Níveis de gases-estufa batem recorde na atmosfera, diz ONU
segunda-feira, 23 de novembro de 2009 17:03

Por Robert Evans
GENEBRA (Reuters) - As concentrações de gases que provocam o efeito estufa na atmosfera estão no maior nível já registrado e continuam aumentando, disse na segunda-feira a Organização Meteorológica Mundial (OMM, um órgão da ONU).
O diretor da agência, Michel Jarraud, disse que essa tendência pode estar levando o mundo para os cenários mais pessimistas com relação ao aquecimento global nas próximas décadas, caso não haja uma ação urgente.
No pior cenário traçado pelos cientistas de uma comissão da ONU em 2007, a temperatura média do planeta subiria entre 2,4 e 6,4 graus Celsius até o final do século. Isso provocaria inundações, secas, degelo das calotas polares e outros problemas climáticos.
O G-8 e outras grandes economias concordaram, em uma cúpula na Itália em julho passado, em limitar o aumento para até 2 graus Celsius.
Em entrevista coletiva em Genebra, a propósito do lançamento oficial do Boletim do Gás do Efeito Estufa, uma publicação anual, Jarraud disse que "o conteúdo de CO2 (dióxido de carbono, o mais comum dos gases-estufa) na atmosfera subiu ligeiramente mais rápido em 2008 do que ao longo da última década, quando a taxa de crescimento era de 1,9 parte por milhão (ao ano)".
Segundo ele, a concentração de CO2 atingiu 385,2 partes por milhão em 2008, um aumento de 2 partes por milhão em um ano.
GASES-ESTUFA EM NÍVEIS RECORDE
"Em 2008 as concentrações mundiais de dióxido de carbono, metano e óxido nitroso na atmosfera atingiram os maiores níveis registrados desde a época pré-industrial", disse o OMM.
O dado deve ser levado em conta na reunião ministerial da ONU entre 7 e 18 de dezembro, em Copenhague, que discutirá a adoção de um novo tratado climático global.
Um dos principais itens a serem discutidos são as metas de redução das emissões de gases-estufa por causa da queima de combustíveis fósseis, especialmente nos países industrializados.
Jarraud disse que o relatório mostra que "estamos realmente mais próximos do cenário mais pessimista" e "reforça o fato de que uma ação tem de ser tomada assim que possível". "Quanto mais adiarmos a decisão, maior será o impacto".
A OMM coordena a observação dos gases do efeito estufa na atmosfera por meio de uma rede de estações em mais de 50 países. Esse boletim anual tem sido divulgado desde 2005.
Jarraud disse que o aumento das emissões nos últimos anos mostra a ineficácia do atual tratado climático global, o Protocolo de Kyoto, aprovado em 1997. "Mas, sem ele, a situação hoje seria bem pior," admitiu.

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Petrobras pode reinjetar CO2 liberado na exploração do pré-sal

http://video.globo.com/Videos/Player/Noticias/0,,GIM1163151-7823-PETROBRAS+PODE+REINJETAR+CO+LIBERADO+NA+EXPLORACAO+DO+PRESAL,00.html

Dinamarca afirma que 65 líderes participarão de cúpula climática

Dinamarca afirma que 65 líderes participarão de cúpula climática
domingo, 22 de novembro de 2009 09:58

COPENHAGUE (Reuters) - A Dinamarca informou neste domingo que 65 líderes globais concordaram em participar da conferência da ONU sobre clima, a ser realizada em dezembro em Copenhague, com o objetivo de fechar um novo acordo climático.
O país informou que há dez dias convidou formalmente os chefes de Estado e de governo dos 191 países integrantes das Nações Unidas para participar da etapa final do encontro de cúpula, que acontecerá entre 7 e 18 de dezembro.
Autoridades dinamarquesas preferiram não entregar a lista completa dos chefes de Estado, mas confirmaram a presença dos governantes do Brasil, Grã-Bretanha, Alemanha, França, Japão, Indonésia.
Um porta-voz do governo da Dinamarca afirmou que deixaria para os líderes globais anunciarem a sua participação.

quinta-feira, 19 de novembro de 2009

Ministro britânico elogia Brasil e vê esperanças em Copenhague

Ministro britânico elogia Brasil e vê esperanças em Copenhague
quarta-feira, 18 de novembro de 2009 16:54

BRASÍLIA (Reuters) - O ministro do Meio Ambiente do Reino Unido, Hilary Benn, elogiou nesta quarta-feira o compromisso brasileiro de reduzir emissões de gases do efeito estufa em até 38,9 por cento até 2020 e afirmou que ainda acredita em um acordo na reunião do clima da ONU, em Copenhague.
Benn, que se reuniu com ministros em Brasília, disse esperar que a posição brasileira incentive outros países a fecharem metas sobre redução de emissões de CO2 na cúpula da Organização das Nações Unidas na capital dinamarquesa, em dezembro.
"A primeira coisa que eu queria dizer era, realmente, aplaudir calorosamente o anúncio que o presidente Lula fez na semana passada sobre a oferta que o Brasil está preparado para colocar sobre a mesa (em Copenhague)", disse Benn a jornalistas.
O governo brasileiro assumiu na semana passada o compromisso de reduzir entre 36,1 por cento e 38,9 por cento as emissões de CO2. Com isso, o país pretende desempenhar papel-chave na reunião da ONU e convencer países ricos a anunciarem metas próprias.
"Acho que (o compromisso do Brasil) é extremamente significativo e mostra uma liderança absolutamente clara e determinada e espero que aja como um incentivo para que outros que vão a Copenhague façam o mesmo", declarou Benn.
Especulações sobre o futuro da conferência climática aumentaram depois de uma reunião do Fórum de Cooperação Econômica Ásia-Pacífico (Apec), no fim de semana. Os líderes desses países recuaram da meta de reduzir pela metade as emissões e se comprometeram a cortá-las "substancialmente" até 2050.
"As decisões que o mundo tomar neste encontro terão um impacto enorme no futuro do nosso planeta", afirmou Benn.
"Gostaria de deixar bem claro que o governo do Reino Unido segue absolutamente comprometido com um acordo político em Copenhague", disse Ben.
As negociações na capital dinamarquesa têm o objetivo de chegar a um acordo para substituir o Protocolo de Kyoto, de 1997, de redução das emissões de gases-estufa, apontados como responsáveis pelo aquecimento global.
Entre os principais entraves para um acordo estão divergências sobre como dividir os esforços de redução de emissões entre países desenvolvidos e em desenvolvimento e de onde sairão bilhões de dólares em recursos apara ajudar os países pobres a fazerem frente às mudanças no clima.
(Reportagem de Ana Nicolaci da Costa)

terça-feira, 17 de novembro de 2009

Tratado definitivo para o clima deve ficar apenas para 2010

Tratado definitivo para o clima deve ficar apenas para 2010
segunda-feira, 16 de novembro de 2009 18:20

Por Alister Doyle
COPENHAGUE (Reuters) - Um tratado internacional para reduzir as emissões de gases causadores do efeito estufa deve ficar para meados de 2010 ou depois, e a cúpula do mês que vem em Copenhague ficará aquém do esperado, disseram nesta segunda-feira a ONU e a Dinamarca, anfitriã do encontro.
A principal autoridade climática da ONU disse que um tratado poderá ser definido nas negociações de Bonn em meados de 2010. A Dinamarca disse que pode demorar mais -- até a reunião ministerial de dezembro, no México.
Inicialmente, o processo deveria terminar na cúpula de 7 a 18 de dezembro em Copenhague, mas ele esbarrou em discordâncias entre países ricos e pobres, especialmente a respeito do volume do corte nas emissões e da verba a ser destinada para a adaptação climática nos países em desenvolvimento.
No domingo, participantes da cúpula Ásia-Pacífico em Cingapura, inclusive os EUA, adotaram uma proposta do primeiro-ministro dinamarquês, Lars Lokke Rasmussen, para que o evento de Copenhague busque acordos políticos, mas adiando a adoção de um tratado de cumprimento jurídico vinculante.
A Dinamarca continua propondo que a reunião de Copenhague defina metas de reduções de emissões dos países ricos, medidas para a redução nos países em desenvolvimento e a concessão de verbas e tecnologia para ajudar os países mais pobres na questão climática.
Yvo de Boer, chefe do Secretariado de Mudança Climática da ONU, disse ser favorável a um adiamento máximo de seis meses no tratado definitivo -- até a reunião de Bonn em meados de 2010. Isso daria tempo ao Senado dos EUA para aprovar uma nova lei de limite para as emissões de carbono.
"É como o metal, é preciso bater enquanto está quente", disse ele à Reuters após dois dias de reuniões em Copenhague envolvendo 40 ministros de Meio Ambiente.
"Se tivermos em Copenhague clareza sobre as metas (de emissões), envolvimento dos países em desenvolvimento e financiamento, o que estou confiante de que teremos, pode-se selar isso na forma de um tratado seis meses depois", acrescentou.
A ministra dinamarquesa de Clima e Energia, Connie Hedegaard, também argumentou que a reunião de Copenhague pode acabar com um cronograma claro.
"Talvez um prazo realista seja o México, mas depende de até onde as partes irão nas questões cruciais", disse ela a jornalistas.
A Dinamarca deseja que os líderes mundiais assinem no mês que vem uma "declaração política" de 5 a 8 páginas, apoiada por anexos que esbocem os compromissos de cada nação.
TRATADO DO MÉXICO?
Participando em Roma de uma cúpula sobre segurança alimentar, o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, disse continuar "positivo a respeito de Copenhague". "Não há razão para alarme", disse.
Ele afirmou também que o acordo climático será crucial para combater a fome mundial, já que o aquecimento deve afetar a produtividade agrícola nos países pobres.
"Não pode haver segurança alimentar sem segurança climática. No mês que vem, em Copenhague, precisamos de um acordo abrangente, que forneça um fundamento firme para um tratado juridicamente vinculante sobre a mudança climática".
A China, que está sendo pressionada para restringir o aumento de suas emissões, apesar de sua expansão industrial ser muito recente, disse que está "estudando" a proposta dinamarquesa de adiamento do pacto definitivo.
Mas deixou claro que está ansiosa por amarrar pontos que já foram acordados em princípio relativos a transferências de tecnologia e financiamento de países industrializados há muito tempo para o mundo em desenvolvimento.
"A China acredita que, não importa a forma que seja tomada pelo documento a ser acordado em Copenhague . este deve consolidar e ampliar o consenso e os avanços já feitos em negociações sobre mitigação, adaptação, transferências de tecnologia e outros aspectos", disse o Ministério do Exterior chinês nesta segunda-feira.
Os países pobres insistiram que é possível fechar um acordo definitivo em dezembro, embora Obama e a maioria dos outros líderes pense que essa possibilidade já deixou de existir, especialmente porque é pouco provável que o Senado americano aprove até dezembro as leis que vão impor limites às emissões de carbono.
"Acreditamos que um acordo internacional legalmente definitivo ainda é possível", disse à Reuters Michael Church, ministro do Meio Ambiente de Granada, que preside a Aliança de Estados-Ilha Pequenos, formada por 42 países.

sexta-feira, 13 de novembro de 2009

Governo do Rio implanta Parque Fluvial do Rio Macacu


Governo do Rio implanta Parque Fluvial do Rio Macacu

Nielmar de Oliveira Repórter da Agência Brasil


Rio de Janeiro - Com o objetivo de preservar o Rio Macacu, recuperar a mata ciliar e incentivar o lazer e o ecoturismo, a secretária do Ambiente do Rio, Marilene Ramos, implanta oficialmente hoje (13) o Parque Fluvial do rio. A cerimônia será no município de Cachoeiras de Macacu, na região serrana do estado.
A solenidade contará com a presença do ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, e da secretária Marilene Ramos que, na ocasião, assina contrato com a empresa que fará o projeto de saneamento para a área.
O projeto beneficiará a sede do município de Cachoeiras de Macacu e os distritos de Santana do Japuíba e Papucaia. A iniciativa integra o Pacto pelo Saneamento, que amplia de 25% para 80% a coleta e o tratamento de esgoto, nos próximos 10 anos, em todo o território fluminense.
Segundo o governo do estado, o Parque Fluvial do Rio Macacu é formado por oito módulos segmentados e sua implantação começa na Reta do Ipê, modulo onde serão construídos dois quilômetros de ciclovia, quatro quadras de esporte, área para lazer, espaço para a terceira idade, a sede da Área de Proteção Ambiental (APA) Macacu, um centro de educação ambiental e banheiros, numa área de oito hectares.
A secretaria já construiu o pórtico de entrada do parque, demarcou as trilhas e a ciclovia e iniciou o reflorestamento, com o plantio de 1.000 mudas de espécies da Mata Atlântica. Durante a cerimônia, a secretária e o ministro farão o plantio de mudas e percorrerão, de bicicleta, pequeno trecho da ciclovia.
O parque fluvial formará um corredor florestal ao longo das margens do rio – que nasce no município de Cachoeiras de Macacu, a mais de 1.700 metros de altura –, a partir dos limites do Parque Estadual dos Três Picos, no interior da APA da Bacia do Rio Macacu. O projeto de recuperação da bacia inclui ações para preservação do rio e de seu afluente Guapiaçu.
Com uma superfície de 1.250 quilômetros quadrados e abrangendo parte dos municípios de Cachoeiras de Macacu, Guapimirim e Itaboraí, a Bacia do Macacu tem importância estratégica para o estado. As águas do rio, tratadas no sistema Imunana/Laranjal, abastecem milhares de habitantes e indústrias nos municípios de São Gonçalo, Niterói e Cachoeiras de Macacu, além da Ilha de Paquetá.','').

Edição: Graça Adjuto

Governo anuncia proposta brasileira para a Conferência do Clima


Governo anuncia proposta brasileira para a Conferência do Clima

Da Agência Brasil


Brasília - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva coordena hoje (14), em São Paulo, reunião em que será discutida e anunciada a proposta que o Brasil vai levar para a Conferência das Nações Unidas sobre o Clima (COP-15), marcada para dezembro em Copenhague (Dinamarca). O encontro começa às 15h no Escritório da Presidência da República, com a presença do ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc.
A proposta brasileira para a COP-15 foi elaborada com a participação dos ministérios do Meio Ambiente, das Relações Exteriores, da Agricultura, da Fazenda, de Ciência e Tecnologia e de Minas e Energia. Entre os principais itens estão a redução de emissões de gases de efeito estufa, o corte de 80% do desmatamento na Amazônia (redução de cerca de 580 milhões de toneladas de gás carbônico), a redução de emissões em áreas como energia (etanol e biocombustíveis), siderurgia (aço verde) e agropecuária e a queda do desmatamento em outros biomas.','').

Agência Brasil

Amazônia registra menor área desmatada em 21 anos


Amazônia registra menor área desmatada em 21 anos
quinta-feira, 12 de novembro de 2009 20:48

BRASÍLIA (Reuters) - A Amazônia registrou o menor desmatamento em 21 anos, mostraram dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) anunciados nesta quinta-feira pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva e pelo ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc.
Entre agosto de 2008 e julho deste ano foram destruídos 7.008 quilômetros quadrados de floresta, uma queda de cerca de 45 por cento em relação ao mesmo período do ano anterior. O período de agosto a julho é o ano-calendário para a medição da destruição da floresta.
"Foi uma redução extraordinária, significativa para o Brasil (...) hoje nós temos consciência que a questão do clima é a questão mais séria que estamos enfrentando", disse Lula.
O desmatamento registrado no período 2008-2009 é o menor desde que o Inpe começou a divulgar números da devastação da Amazônia, em 1988. Também é a primeira vez, desde o início da medição, que a área desmatada fica abaixo dos 10 mil quilômetros quadrados.
A queda no índice do desmatamento "foi obtido muito na pancada", disse Minc referindo-se ao fechamento de diversas serrarias e ao confisco de madeira na região amazônica.
"Estamos fazendo o dever de casa", comemorou a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, também presente ao anúncio.
Dilma acrescentou que o governo concluiu provisoriamente o número da redução de emissões dos gases que provocam o efeito estufa, que levará à Conferência da Organização das Nações Unidas (ONU) sobre Mudanças Climáticas, em Copenhague, mas ressaltou que não se tratam de metas.
"É um compromisso voluntário do governo Lula", disse a ministra a jornalistas após o evento.
O Brasil afirmou nesta semana que irá propor uma redução das emissões em torno de 40 por cento até 2020. O anúncio oficial está marcado para a sexta-feira em São Paulo.
Minc ressaltou que o compromisso brasileiro não é apenas do governo federal, mas que a iniciativa privada terá de participar.
"Assim o Brasil vai poder mostrar para o mundo o que nós somos capazes de fazer", disse o ministro.
Ele cobrou do ministro de Relações Institucionais, Alexandre Padilha, um incentivo à aprovação de projetos de gestão ambiental que tramitam no Congresso Nacional.
A conferência do clima na capital dinamarquesa acontecerá entre 7 e 18 de dezembro. Pelo menos 190 países negociarão um novo acordo, que substituirá o Protocolo de Kyoto, de 1997, para enfrentar o aquecimento global.
Entre as principais divergências estão as metas de redução das emissões de gases-estufa entre países desenvolvidos e em desenvolvimento e como levantar bilhões de dólares para ajudar os países pobres a lidar com o impacto do aquecimento global.
Para mais informações sobre o histórico do desmatamento da Amazônia clique em .
(Reportagem de Ana Paula Paiva e Natuza Nery)

Desmatamento da Amazônia

SAIBA MAIS-Histórico do desmatamento da Amazônia
quinta-feira, 12 de novembro de 2009 17:30

SÃO PAULO (Reuters) - O governo anunciou nesta quinta-feira a menor taxa de desmatamento da Amazônia em 21 anos.
De agosto de 2008 a julho de 2009 foram desmatados 7.008 quilômetros quadrados, queda de cerca de 45 por cento em relação a igual período em 2007-2008.
Os dados são do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), que considera o ano-calendário da destruição da floreta o período de agosto de um ano a julho do ano seguinte.
Veja abaixo algumas informações sobre o histórico recente do desmatamento da Amazônia:
* Os primeiros números do Inpe sobre o desmatamento da Amazônia foram divulgados em 1988.
* Até a divulgação dos dados desta quinta-feira, o menor índice havia sido registrado em 1991, quando 11.030 quilômetros quadrados de floresta foram derrubados.
* O recorde de maior desmatamento anual foi registrado em 1995, quando 29.059 quilômetros quadrados de floresta foram perdidos, área superior aos dos Estados de Alagoas e Sergipe.
* Depois de seis anos com desmatamento anual abaixo dos 20 mil quilômetros quadrados, no período encerrado em 2002 a destruição da floresta somou 21.523 quilômetros quadrados.
* A destruição da floresta voltou a crescer nos dois anos seguintes até atingir 27.772 quilômetros quadrados no período encerrado em 2004, segundo maior da série histórica.
* Em meio a esse processo de aceleração do desmatamento, o governo federal anuncia, em 2004, um conjunto de ações para combater e prevenir o desmatamento.
* Entre as medidas estavam a criação de milhões de hectares em áreas de preservação e o monitoramento em tempo real do desmatamento da floresta.
* A área desmatada volta a cair nos períodos encerrados em 2005, 2006 e 2007, quando a devastação da floresta fica em 11.633 quilômetros quadrados, menor patamar desde 1991.
* Entre agosto de 2007 e julho de 2008, o desmatamento da Amazônia volta a subir registrando 12.911 quilômetros quadrados de área desmatada.
* O Brasil levará para a reunião sobre mudanças climáticas em Copenhague, em dezembro deste ano, o compromisso de reduzir em 80 por cento o desmatamento até 2020. A destruição de florestas é responsável pela maior parte das emissões brasileiras de gases causadores do efeito estufa.
* Historicamente os Estados de Mato Grosso, grande produtor agrícola, e Pará, com extensa de criação de gado, se revezam no posto de maiores desmatadores da Amazônia.
Fonte: Inpe
(Compilado por Eduardo Simões; Edição de Maria Pia Palermo)

Dinamarca pede a líderes que superem impasse climático

Dinamarca pede a líderes que superem impasse climático
quinta-feira, 12 de novembro de 2009 18:37

Por Anna Ringstrom
COPENHAGUE (Reuters) - A Dinamarca promoveu para cúpula global uma reunião climática da Organização das Nações Unidas (ONU) em dezembro na esperança de superar o impasse entre países ricos e pobres sobre como combater o aquecimento global.
O país sede da conferência disse que pedirá aos líderes mundiais que participem dos dois últimos dias do evento, que será feito de 7 a 18 de dezembro e se destina a aprovar um novo tratado climático global. Originalmente, o encontro de Copenhague se restringiria a ministros de Meio Ambiente.
"Os convites são enviados por carta do primeiro-ministro Lars Lokke Rasmussen aos chefes de Estado e governo dos demais 191 Estados membros da ONU", disse o governo dinamarquês em nota.
Negociações preliminares desde 2007 não conseguiram superar as divisões entre países ricos e pobres em questões como o nível de redução das emissões de gases do efeito estufa em países desenvolvidos até 2020, ou a busca por verbas adicionais para ajudar os países em desenvolvimento a reduzir suas emissões e se adaptar à mudança climática.
A ONU disse na semana passada que cerca de 40 líderes já haviam manifestado a intenção de comparecer, mesmo antes do convite oficial. Isso inclui diversas nações em desenvolvimento, e também Alemanha e Grã-Bretanha.
Nesta quinta-feira, o presidente da Comissão Europeia, José Manuel Barroso, anunciou que irá a Copenhague. E nesta semana, em entrevista à Reuters, o presidente dos EUA, Barack Obama, disse que participará do evento se sentir que isso facilitará um acordo.
O convite dinamarquês aos governantes é um risco calculado, segundo analistas. Sua presença pode aumentar as chances de um acordo, mas a convocação de uma cúpula é um reconhecimento de que as negociações enfrentam problemas, depois da rodada final de negociações preliminares, na semana passada, em Barcelona.
"Há um claro papel para a liderança no nível mais alto se formos chegar a um acordo em Copenhague", disse Barroso. "Espero muito que todos os líderes possam vir."
Muitas nações em desenvolvimento querem que os países ricos reduzam suas emissões de gases do efeito estufa, especialmente pela queima de combustíveis fósseis, em pelo menos 40 por cento até 2020, em relação aos níveis de 1990, como condições para que os países pobres também comecem a conter sua crescente poluição.
Até agora, as promessas dos países ricos se limitam a reduções de cerca de 11 a 15 por cento. E os países desenvolvidos ainda precisam cumprir promessas de ajuda adicional aos países em desenvolvimento.
(Reportagem adicional de Barry Malone em Adis Abeba, Pete Harrison em Bruxelas e Nina Chestney e Darcy Lambton em Londres)