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segunda-feira, 28 de junho de 2010

Faltam mudas para tornar campanhas viáveis

Faltam mudas para tornar campanhas viáveis
28 de junho de 2010

Gabriela Moreira e Felipe Werneck - O Estado de S.Paulo

Projetos de reflorestamento já anunciados para os próximos cinco anos vão demandar 20 bilhões de mudas em todo o País. A estimativa é do Ministério da Agricultura. Coordenador de Sementes e Mudas da pasta, José Neumar Francelino reconhece que hoje não existe uma estrutura para que os projetos sejam atendidos. Porém, ele diz que a Embrapa prepara um diagnóstico e que o Sistema Nacional de Sementes e Mudas está "caminhando para organização".


Segundo recente levantamento encomendado pelo governo do Rio, foi verificada no Estado uma capacidade instalada de produção de até 10 milhões de mudas por ano - isso na melhor das hipóteses.

Para o maior produtor do Rio, o engenheiro florestal Marcelo de Carvalho, muitos projetos "ficam só no marketing". "Ninguém sabe nada. Ninguém audita nada. O que ganhamos com isso? Se uma empresa começa a mostrar que deu certo, outras vão no rastro. Mas é mais barato gastar R$ 200 milhões em publicidade do que R$ 1 bilhão em ações efetivas de recuperação. E o governo é omisso."

Jornal O Estado de SP

segunda-feira, 21 de junho de 2010

Código Florestal

Código Florestal

Denis Lerrer Rosenfield - O Estado de S.Paulo

Se você não leu, recomendo a leitura da apresentação do parecer do deputado federal Aldo Rebelo (PCdoB-SP) ao Projeto de Lei n.º 1.876/99, relativo ao Código Florestal. Além de um texto muito bem escrito, você poderá ficar vacinado contra as hipocrisias que têm sido ditas a propósito dele. O deputado insere-se na melhor tradição brasileira de defesa da soberania nacional.


O parecer não é favorável ao "desmatamento", como tem sido veiculado, mas a favor do desenvolvimento sustentável baseado numa agricultura pujante, seja ela de assentados, agricultores familiares, pequenos, médios e grandes. Hoje, é como se as palavras agricultura e pecuária estivessem ganhando sentido pejorativo. Faltaria somente explicar como os brasileiros ? e os habitantes do planeta ? vão comer, salvo se a opção for destinar à miséria os cidadãos do País.

O Código Florestal de 1965, elaborado durante o regime militar, obedeceu a um ritual próprio da democracia, por meio de um projeto de lei e de discussões no Congresso Nacional. Desde então, no entanto, ele foi objeto, no dizer do deputado, de "absurdas alterações" que o desfiguraram completamente: "É paradoxal que em plena democracia ele tenha sido completamente alterado por decretos, portarias, resoluções, instruções normativas e até por uma medida provisória que virou lei sem nunca ter sido votada."

Em regime autoritário, procedimentos democráticos, legislativos, foram observados, enquanto em regime democrático se aprofundou a tendência, de cunho autoritário, de impor regulamentações por atos administrativos emanados do Poder Executivo. A pauta ambientalista avançou por atos administrativos graças a uma legislação infralegal que deformou a lei existente. Nesta perspectiva, os modernos ambientalistas preferem não seguir os ritos democráticos, advogando por legislar via atos administrativos, à revelia do Poder Legislativo.

Por causa dessas medidas, a "legislação põe na ilegalidade mais de 90% do universo de 5,2 milhões de propriedades rurais no país". A situação é tanto mais grave do ponto de vista constitucional em razão de esses atos administrativos terem efeito retroativo. Nunca é demais lembrar que só no nazismo as leis tiveram efeito retroativo. Quem plantou, no passado, de acordo com legislação vigente, legalmente, portanto, torna-se, por um ato administrativo, ilegal! Potencialmente, se não efetivamente, um "criminoso". "Homens do campo, cumpridores da lei, que nunca haviam frequentado os tribunais ou as delegacias de polícia, viram-se, de repente, arrastados em processos, acusações e delitos que não sabiam ter praticado. Houve casos de suicídio, de abandono das propriedades por aqueles que não suportaram a situação em que foram colhidos."

O País tem sido objeto de espetáculos midiáticos globais, protagonizados por diretores de cinema, atores e atrizes, que tornam a natureza brasileira, em especial a Amazônia, objeto de seu maior apreço. Cabe aqui a pergunta, suscitada pelo deputado, citando o padre Antônio Vieira: "Estão aqui em busca do nosso bem ou dos nossos bens?"

Se fossem minimamente coerentes, deveriam lutar pela recomposição das florestas nativas em seus respectivos países. O diagnóstico do parecer é preciso. Os EUA destruíram "quase completamente" as suas florestas nativas, enquanto na Europa a destruição foi completa. O Brasil, por sua vez, responde por quase 30% do que restou de toda a cobertura vegetal original do planeta. Logo, os ambientalistas deveriam lutar pela recomposição das florestas nativas nos EUA, no Reino Unido, na Holanda, na França, na Alemanha, na Itália. Por que não o fazem? Será porque os interesses da agricultura desses países seriam contrariados?

Poderiam retirar os subsídios agrícolas da pecuária europeia e americana e, portanto, diminuir a produção de gases produzidos pelos rebanhos. Por que se imiscuem na pecuária brasileira, deixando a europeia e a americana intactas? Poderiam não produzir mais tanta uva, com incentivos para a produção de vinhos. Diminuiriam o problema das encostas e poderiam ver florescer florestas nativas, com sua flora e sua fauna originárias. Não deveria valer a criação de "florestas" que são verdadeiros bosques e parques para os cidadãos fazerem piqueniques nos fins de semana! Vamos tomar a sério a reconstituição das florestas nativas! O resto é mero exercício de hipocrisia.

Ademais, no Brasil, vieram a ser de uso corrente conceitos como os de "reserva legal" ? (áreas que deveriam ser preservadas, nas propriedades, para a conservação da natureza, de 20% no Sul e Sudeste, 35% no Centro-Oeste e 80% na Amazônia ? e áreas de preservação permanente (APPs), como encostas de morros e margens de rios. A norma da "reserva legal" não existe em nenhum outro país, muito menos nos desenvolvidos, que financiam, "paradoxalmente", as ONGs internacionais. A legislação das APPs deles é muito menos rigorosa do que a nossa. Cabe novamente a pergunta: por que essas ONGs que tanto dizem prezar a natureza não fazem os mesmos movimentos nos EUA e nos países europeus, lutando pela criação da reserva legal e por uma aplicação muito mais ampla e rigorosa das APPs? Vale aqui e não vale lá? A que interesses respondem?

No Brasil, se toda a legislação atual for aplicada, como querem essas ONGs nacionais e internacionais, várias áreas de cultivo, como as de banana e café no Sudeste, arroz, uva e tabaco no Sul, a pecuária no Pantanal e na Amazônia Legal, soja no cerrado, as florestas plantadas e a cana-de-açúcar, entre outras, ficarão inviabilizadas. Áreas já consolidadas há décadas, se não séculos, deverão ser desativadas, com reflexos evidentes na mesa dos brasileiros e na economia nacional. A comida ficará mais cara e o País, de exportador, tornar-se-á importador de alimentos e produtos agrícolas. Os países patrocinadores dessas ONGs ficarão muito agradecidos. E os "ambientalistas" gritarão vitória. Vitória de quem?


PROFESSOR DE FILOSOFIA NA UFRGS. E-MAIL: DENISROSENFIELD@TERRA.COM.BR

Jornal O Estado de SP

sábado, 19 de junho de 2010

Só duas regiões de SP escapam do índice alarmante de poluição por ozônio

Só duas regiões de SP escapam do índice alarmante de poluição por ozônio
Na capital, alta concentração do poluente é registrada em todos os bairros; Ibirapuera e USP estão entre as áreas mais problemáticas
18 de junho de 2010

Afra Balazina, de O Estado de S. Paulo
SÃO PAULO - A poluição do ar por ozônio é um problema grave em quase todo o Estado. De um total de 32 áreas avaliadas entre 2007 e 2009, apenas duas ainda não estão saturadas pelo poluente. A situação da Região Metropolitana é motivo de grande preocupação: de 14 estações de monitoramento, dez tiveram poluição "severa" - o nível mais alto possível. Toda a capital já enfrenta concentração crítica desse poluente. Os dados são da Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb). As regiões do Parque do Ibirapuera e da Universidade de São Paulo (USP), onde muitas pessoas se exercitam, estão entre as mais problemáticas.

Veja também:

Baixa umidade do ar deixa SP em estado de atenção


A alta concentração de ozônio prejudica a saúde da população - os sintomas podem ir desde o aumento de mortes prematuras de pessoas com doenças respiratórias até tosse seca e cansaço. Por causa desses últimos sintomas, a empresária Hérika Guarnieri chegou a mudar a rotina de exercícios. Ela corria todas as manhãs no Ibirapuera. Para evitar o ar mais seco, começou a frequentar o parque no fim da tarde. "No clima de inverno, o ozônio vira um problema."

A vendedora Vera Lúcia Santos, que passa cerca de dez horas por dia no parque vendendo coco e doces para os corredores, sofre efeitos parecidos. "O olho arde para caramba. E na garganta dá uma coceirinha enjoada, que fica o dia todo", comenta.

Quando o nível de poluição é considerado "severo" significa que houve grande ultrapassagem do padrão da qualidade do ar - limite máximo estabelecido pelo governo para a concentração de um poluente na atmosfera. Já quando o nível é sério, a ultrapassagem foi intermediária. O objetivo da classificação é condicionar a concessão de licenças para empreendimentos, como indústrias, à realização de ações que compensem a poluição em áreas já saturadas. "As informações mostram que é preciso trabalhar para reduzir a poluição, ter maior planejamento e programas de controle", diz o gerente de Qualidade Ambiental da Cetesb, Carlos Komatsu.

Segundo ele, o ozônio é difícil de estudar e de controlar por se tratar de um poluente secundário. Ele não sai diretamente de uma fonte, como o escapamento de um veículo, mas se forma pelas reações entre os óxidos de nitrogênio e compostos orgânicos voláteis na presença de luz solar. Dias bonitos e ensolarados, portanto, têm mais chances de serem poluídos por ozônio.

De acordo com Komatsu, o ozônio também está presente em muitos lugares porque os gases precursores desse poluente podem viajar e só se transformarem nele longe de onde foram emitidos. Esses precursores podem ser jogados na atmosfera por veículos ou indústrias. "A solução para o problema passa sempre por investimentos em transporte público", diz o gerente.

Hoje, existem 25 regiões no Estado saturadas por ozônio. Desses locais, a situação é um pouco melhor em Sorocaba, Ribeirão Preto e Piracicaba - onde o nível de poluição foi considerado "moderado". Há cinco pontos próximos da saturação: Araraquara, Bauru, Jaú, São José do Rio Preto e Araçatuba. E as únicas estações que ainda podem comemorar o fato de não estarem tomadas pela poluição de ozônio são Marília e Presidente Prudente.

Vale lembrar que o ozônio só é tóxico quando está na troposfera (mais perto do solo). Já na estratosfera, a 25 km de altitude, tem a função de proteger a Terra dos raios ultravioleta do sol.

Mutação. Carlos Menck, professor do Departamento de Microbiologia da USP, explica que o ozônio danifica o material genético, o que pode provocar tumor no pulmão. "É muito importante monitorar o poluente e é primordial tentar controlá-lo." / COLABOROU RODRIGO BURGARELLI

Jornal O Estado de SP

terça-feira, 15 de junho de 2010

Metrópoles terão problemas relacionados ao clima no futuro, afirma pesquisadora

Metrópoles terão problemas relacionados ao clima no futuro, afirma pesquisadora
Daniel Mello
Repórter da Agência

São Paulo - As regiões metropolitanas brasileiras terão problemas relacionados ao clima nos próximos 20 anos, caso o atual modelo de desenvolvimento seja mantido.

Segundo a pesquisadora da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), Andrea Young, a cidade de São Paulo já apresenta diversas complicações devido ao modo de ocupação do solo e a poluição, o que vem sendo seguido por outras grandes cidades.

“Pode ser que nem cresçam até o tamanho de São Paulo. Mas a forma de ocupar o espaço é a mesma, é sempre essa ideia de ocupar a área o máximo possível, sem considerar nenhum critério ecológico, com uma visão predatória”, avaliou.

Young é uma das autoras do relatório Vulnerabilidades das Megacidades Brasileiras às Mudanças Climáticas: Região Metropolitana de São Paulo, elaborado por pesquisadores da Unicamp e do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).

De acordo com o estudo, a capital paulista enfrenta atualmente uma série de problemas relacionados diretamente à poluição e às mudanças no clima da metrópole causadas pelo crescimento desordenado.

A apropriação dos cursos de água pelo sistema viário é um dos principais exemplos de como a expansão da cidade está expondo a população a desastres relacionados ao clima. Segundo a pesquisadora, a bacia hidrográfica foi sufocada pelo sistema viário e pelas construções urbanas.

“Então, com o acúmulo de sedimentos, dos gases poluentes fluindo ao longo do rio, por conta do sistema viário, das marginais, ela acabou se transformando em uma bacia de poluição, tanto dentro do rio, quanto no ambiente”.

Para a pesquisadora, esse tipo de transformação destrói mananciais que poderiam ser utilizados para o abastecimento da população, aumenta o risco de enchentes e modifica o clima da região.

As mudanças climáticas locais corroboram, segundo Young, juntamente com as alterações no clima global, para a ocorrência de grandes tempestades, causadoras de inundações e deslizamentos.

Por isso, a especialista alerta para a necessidade de se repensar os modelos de desenvolvimento, pois, determinadas alterações no meio ambiente são difíceis de serem revertidas posteriormente.”Principalmente em relação à água”, destaca.

Entre os possíveis caminhos para um crescimento mais sustentável de São Paulo e de outras metrópoles, Young cita a proteção dos mananciais e das margens de rios, com a criação de parques, a remoção das ocupações de áreas de fragilidade ambiental e de risco e a elaboração de um plano estratégico de macrodrenagem para região.

“Não que o plano não exista, mas tem que haver uma revisão com os órgãos públicos envolvidos”.

Edição: Tereza Barbosa

Estudo mostra que poluição causa 70% das internações por doença respiratória em São Paulo

Estudo mostra que poluição causa 70% das internações por doença respiratória em São Paulo
Daniel Mello
Repórter da Agência Brasil

São Paulo - A poluição e as mudanças climáticas na capital paulista são responsáveis por cerca de 70% das internações por doenças respiratórias. Essa é uma das conclusões do relatório Vulnerabilidades das Megacidades Brasileiras às Mudanças Climáticas: Região Metropolitana de São Paulo, elaborado por pesquisadores do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).

O estudo revela que as mudanças climáticas causadas pelo modelo de expansão da metrópole, aliadas à alterações no clima global, estão deixando a cidade cada vez mais vulnerável a desastres, como enchentes e deslizamentos, além de afetar de diversas maneiras a saúde da população.

Grandes temporais, por exemplo, com uma intensidade de mais de 50 milímetros em um único dia eram praticamente inexistentes na década de 50 do século passado. No entanto, segundo a pesquisa, atualmente chuva como essa ocorre comumente em até cinco períodos do ano.

Entre as causas de eventos como esses, a pesquisadora do Núcleo de População da Unicamp, Andrea Young, cita o modelo de ocupação utilizado Grande São Paulo. Ela lembra que há 50 anos, o perfil da cidade era diferente do de hoje.

“Sem vegetação nenhuma, tudo impermealizado e com a contribuição de materiais extremamente quentes, que retém muito calor e que depois emitem [calor]. Então a cidade vai ficando cada vez mais quente”.

Apesar dos problemas relacionados ao modo de crescimento da cidade já serem aparentes, a pesquisadora ressalta que São Paulo continua a desenvolver-se de maneira predatória. Por isso, o estudo detectou uma tendência de exacerbação de fenômenos climáticos extremos e de desastres.

A previsão é de que 20% do que a capital paulista crescer até 2030 será área suscetível a acidentes naturais provocados pela chuva e aproximadamente 11,17% dessas ocupações poderão ser afetadas por deslizamentos.

Pelas projeções do estudo, a mancha urbana da metrópole paulistana será o dobro da atual em 20 anos. O aumento deverá ocorrer “principalmente na periferia, em loteamentos e construções irregulares, e em áreas frágeis, como várzeas e terrenos instáveis, com grande pressão sobre os recursos naturais”.

Segundo a pesquisadora, isso acarreta outros riscos para o futuro da metrópole, como até uma eventual escassez de água, devido à destruição dos mananciais e à impossibilidade de recarga dos lençóis freáticos com a impermeabilização do solo.

“Uma coisa que preocupa é o abastecimento de água, porque São Paulo já está pensando em buscar água mais distante do que a Bacia do [Rio] Piracicaba e [Rio] Tietê. Então imagina se essa região dobrar de tamanho, como faria para abastecer? Ainda mais em um momento de onda de calor”.

Edição: Tereza Barbosa

Agência Brasil

segunda-feira, 14 de junho de 2010

Após denúncia de assentados, Ibama flagra corte e multa madeireiro no PA


Após denúncia de assentados, Ibama flagra corte e multa madeireiro no PA
No total, fiscais identificaram 40 hectares de floresta desmatada.
Órgão investiga se infrator usava plano de manejo para encobrir corte.

Do Globo Amazônia, em São Paulo

Uma denúncia feita por moradores da reserva legal do Projeto de Assentamento Cururuí, em Pacajá, no Pará, levou agentes do Ibama a interromperem, nesta sexta-feira (11), a extração ilegal de madeira que ocorria no local.

Durante a operação realizada na cidade, que fica a cerca de 600 quilômetros de Belém, os fiscais apreenderam 1,4 mil metros cúbicos de toras recém-cortadas. As árvores escolhidas tinham alto valor de mercado, como o angelim, a maçaranduba, o ipê e o jatobá.

Toras encontradas eram de árvores recém-cortadas. (Foto: Lucivaldo Serrão/ Ibama/ Divulgação) O madeireiro responsável pelo desmatamento foi multado em R$ 430 mil e também teve seu trator, avaliado em R$ 200 mil, apreendido.

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De acordo com os denunciadores, o madeireiro exercia a atividade clandestina por meio de dois planos de manejo florestal na região, onde a mata deve ser protegida e explorada de forma sustentável.

Os fiscais confirmaram o desmatamento denunciado ao encontrar estradas e ramais abertos na mata para extrair a madeira. No total, foram desmatados sem autorização cerca de 40 hectares de floresta.

O Ibama ainda investiga se o madeireiro encobria o corte ilegal de madeira com créditos florestais adquiridos por meio dos planos de manejo legais.

Se você vive ou viajou para a Amazônia e tem denúncias ou ideias para melhorar a proteção da floresta, entre em contato com o Globo Amazônia pelo e-mail globoamazonia@globo.com. Não se esqueça de colocar seu nome, e-mail, telefone e, se possível, fotos ou vídeos.

Mais de 100 mil toneladas de embalagens de agrotóxicos são retiradas do meio ambiente

Mais de 100 mil toneladas de embalagens de agrotóxicos são retiradas do meio ambiente
Alana Gandra

Repórter da Agência Brasil

Rio de Janeiro - No período de 2002 a 2008, a cadeia produtiva agrícola nacional retirou do meio ambiente 108 mil toneladas de embalagens de defensivos agrícolas.

“Isso significa que ajudamos a reduzir a emissão de mais de 160 mil toneladas de dióxido de carbono. A gente tem um benefício ambiental palpável, como resultado do trabalho e esforço de toda a cadeia [produtiva]”, disse à Agência Brasil o presidente do Instituto Nacional de Processamento de Embalagens Vazias (InPev), João Cesar Rando.

O Brasil é atualmente líder no processo de descarte correto desse tipo de embalagens em todo o mundo. Já é considerado um centro de excelência e está se tornando uma referência no assunto, afirmou Rando.

“O país tem uma lei inteligente que distribui responsabilidades a todos os elos da cadeia produtiva. Acho que a integração de todo o sistema é importante. Todos os atores da cadeia produtiva, sejam agricultores, revendedores, cooperativas, fabricantes, estão comprometidos com o sistema”.

Segundo o presidente do InPev, o elevado investimento realizado no país nessa área permitiu a existência hoje de uma infraestrutura e logística adequadas. Isso envolve desde a coleta das embalagens até a destinação final, por meio da reciclagem ou da incineração, utilizando o processo de transporte reverso, em que os caminhões que entregam os produtos cheios retornam trazendo as embalagens vazias. “São alguns pontos que fizeram com que o Brasil progredisse e avançasse muito na gestão desse sistema”.

De acordo com dados do InPev, até o fim de abril de 2010, foram corretamente destinadas para reciclagem 10 mil toneladas de embalagens vazias de agrotóxicos. O presidente da entidade estima que até maio, esse número deve ter se elevado em 20%, em comparação com o mesmo período de 2009, atingindo 13,8 mil toneladas retiradas do meio ambiente. A projeção para o ano de 2010 é alcançar 31 mil toneladas de embalagens vazias de agrotóxicos.

João Cesar Rando avaliou que a situação é bastante homogênea entre os estados que dão destinação correta a esse tipo de embalagem. O Paraná, Mato Grosso e a Bahia estão acima da média nacional de 95%. Outros, como o Rio Grande do Sul, São Paulo, Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso do Sul e o Maranhão, este em função da nova fronteira agrícola, também mostram bom desempenho. “A situação está harmonizada. Hoje, não tem estados que não estejam fazendo um trabalho bom”.

O InPev participa do 8º Encontro de Fiscalização e Seminário Nacional sobre Agrotóxicos, que ocorre de hoje (14 ) até o próximo dia 17, em São Luís (MA).

Edição: Graça Adjuto

domingo, 6 de junho de 2010

Rússia quer fundo global para enfrentar acidentes ambientais

MOSCOU (Reuters) - O presidente russo, Dmitry Medvedev, pediu neste sábado que as potências econômicas mundiais considerem criar um fundo global para abordar desastres ambientais de grande escala, como o derramamento de petróleo no Golfo do México.
"Talvez nós devêssemos considerar criar um fundo global para ter mais segurança frente a esse tipo de risco (ambiental)", disse o presidente no blog oficial do Kremlin.

Medvedev disse que espera levantar a questão na cúpula do G20, no Canadá, no final de junho.

A Rússia acompanhou de perto a reação da BP ao derramamento, em parte porque 25 por cento da produção total da gigante britânica vem da joint venture TNK-BP, com sede em Moscou.

O vice-primeiro-ministro russo, Igor Sechin, disse neste sábado que o país implementará exigências mais rígidas de segurança para produtores de petróleo após o vazamento da BP, considerado o maior desastre ambiental da história dos Estados Unidos.

Medvedev também pediu pela criação de uma nova estrutura legal para lidar com desastres dessas dimensões.

"Nós precisamos implementar uma estrutura moderna de lei internacional nessa área, talvez na forma de uma convenção de vários acordos que abordem as questões que surgem em desastres como o do Golfo do México", escreveu.

Líderes do Grupo das 20 nações desenvolvidas e emergentes vão se reunir em Toronto nos dias 25 e 26 de junho.

(Reportagem de Alfred Kueppers)

terça-feira, 1 de junho de 2010

Belo Monte é um marco ambiental e social para o Brasil, afirma Zimmermann

Belo Monte é um marco ambiental e social para o Brasil, afirma Zimmermann
Daniella Jinkings
Repórter da Agência Brasil

Brasília - O ministro de Minas e Energia, Márcio Zimmermann, afirmou hoje (27) que a Usina Hidrelétrica de Belo Monte é um marco ambiental e social no Brasil. Ele aposta no desenvolvimento da região de Altamira, no Pará, que receberá investimentos de R$ 4 bilhões na área social.

De acordo com o ministro, os empreendedores de Belo Monte deverão investir R$ 3,5 bilhões na região de Altamira, município distante cerca de 800 quilômetros de Belém. Além disso, há um plano de desenvolvimento regional que exige o emprego de mais R$ 500 milhões.

“A região vai receber R$ 4 bilhões para investimentos na área socioambiental. Isso é bastante positivo e vai mudar a cara daquela região”, afirmou durante entrevista ao programa Bom Dia, Ministro.

Zimmermann afirmou que todos os municípios que receberam uma hidroelétrica tiveram melhorias nos índices de Desenvolvimento Humano e Econômico. “Gostaria que todos que criticam Belo Monte visitassem a região de Altamira daqui a dez anos, para ver o impacto positivo que causa uma usina.”

Segundo o ministro, a discussão do projeto teve a participação de vários segmentos da sociedade. Ele ressaltou que o projeto da usina não causará grandes danos ao meio ambiente. “Quando se fala em hidrelétricas, há um aspecto ideológico. Há pessoas que são contra e isso mostra que não estão preocupados em como fazer uma expansão de forma mais barata. Isso depois vai implicar em contas de luz mais caras e agressões muito piores ao meio ambiente”, declarou.


Edição: Talita Cavalcante

Brasil desmata por dia o equivalente à área que será alagada por Belo Monte

Brasil desmata por dia o equivalente à área que será alagada por Belo Monte

Pedro Peduzzi

Repórter da Agência Brasil

Brasília - O total de área a ser alagada pela Usina Hidrelétrica de Belo Monte corresponde a menos do que é desmatado em um dia na Amazônia, afirmou hoje (27) o professor da Faculdade de Tecnologia da Universidade de Brasília (UnB), Ivan de Toledo Camargo, durante debate sobre energias renováveis, no 27º Fórum Brasil-Europa, promovido pela UnB em parceria com instituições internacionais.



“Belo Monte equivale a menos do que é desmatado diariamente na Amazônia. Nos últimos anos, em média, todo dia são pelo menos 500 quilômetros quadrados a menos de florestas. É uma dimensão muito próxima ao que está previsto em termos de área a ser alagada por essa hidrelétrica, que garantirá boa parte da energia a ser consumida no país”, disse o professor. Camargo integrou a Câmara de Gestão da Crise durante o racionamento de energia em 2001.



O engenheiro elétrico disse estar mais preocupado com os estragos que serão provocadas pelas pessoas que serão atraídas para a região por causa da usina.



Outro assunto abordado por ele foi o uso de energia solar proveniente de painéis pelo Brasil. “É um equívoco encher o país de painéis de energia solar. Esse tipo de energia só é indicado para as comunidades isoladas do país. Apenas discursos vazios e sem dados defendem isso”, argumentou.



“Nem a energia solar nem a eólica são a solução para o Brasil. Primeiro por serem sazonais, ficando interrompidas em períodos do ano. Precisamos investir pesado nas eólicas, mas tendo em mente a necessidade de sistemas complementares, provavelmente à base de hidrelétricas e de biomassa”, argumentou.



Ele sugere que se aproveite o bagaço de cana-de-açúcar nesses sistemas complementares. “Na Europa, a energia eólica é complementada por usinas térmicas. Temos, no Brasil, condições de usar o bagaço da cana, que atualmente tem apenas 10% de aproveitamento”, acrescentou.



“O Brasil possui 9 milhões de hectares dedicados a plantações de cana-de-açúcar. Em 2020 serão 12 milhões. Ou seja: teremos ainda muita energia que poderá ser gerada a partir da biomassa”, avalia o professor.



Edição: João Carlos Rodrigues

Projetos ambientais para a Copa de 2014 já somam R$ 24 bilhões

Projetos ambientais para a Copa de 2014 já somam R$ 24 bilhões
Jorge Wamburg
Repórter da Agência Brasil

Brasília - Já existem 86 projetos ambientais aprovados em diversos níveis de governo como parte dos preparativos para a Copa do Mundo de 2014, com investimentos que somam de R$ 24 bilhões. Doze estão vinculados a obras nos estádios das cidades-sede, 53 são de mobilidade urbana, 14 para aeroportos e sete para portos. A informação é do coordenador da Câmara de Meio Ambiente da Copa, Cláudio Langone, que participou da Primeira Oficina de Licenciamento Ambiental dos Empreendimentos Prioritários para a Copa de 2014, que ocorreu hoje (28) em Brasília e que contou com a participação de representantes do governo federal, dos estados e dos municípios.

Durante os debates, o representante do Amazonas, Emanuel Guerra, defendeu a tese de que os investimentos feitos pelos estados e municípios em meio ambiente sejam recompensados com algum tipo de benefício fiscal, a exemplo das isenções de impostos concedidas pelo governo federal para a Federação Internacional de Futebol (Fifa), empresas associadas e para gastos com material nas obras dos estádios.

Segundo Emanuel Guerra, esses custos são altos e não há previsão de reembolso pelo governo federal. “A minha proposta é que, em vez dessa conta ficar para o estado ou o município, haja uma fórmula para que eles possam receber de volta esses recursos, que são muito grandes. Só o projeto ambiental do Amazonas para o novo estádio que será construído para a Copa, a Arena do Amazonas, vai custar R$ 6 milhões”.

Na oficina foram discutidos os procedimentos para licenciamento ambiental dos projetos que serão executados nas 12 cidades-sede do evento: Rio de Janeiro, São Paulo, Belo Horizonte, Porto Alegre, Brasília, Cuiabá, Curitiba, Fortaleza, Manaus, Natal, Recife e Salvador.

O coordenador da Câmara de Meio Ambiente da Copa de 2014 do Ministério do Esporte, Cláudio Langone, informou que a oficina vai produzir um documento com no máximo dez sugestões ao governo federal sobre as questões envolvendo licenciamento ambiental para a Copa. Ele disse que o objetivo é evitar que eventuais divergências entre os responsáveis pelas obras e os órgãos ligados ao meio ambiente ou o Ministério Público acabem na justiça e atrasem o cronograma determinado pela Fifa.

Edição: Vinicius Doria

Acordo Petrobras-Google disponibiliza ecossistema da Amazônia na internet

Acordo Petrobras-Google disponibiliza ecossistema da Amazônia na internet

Nielmar de Oliveira
Repórter da Agência Brasil

Rio de Janeiero - Estar presente na Amazônia, conhecer e mapear as suas riquezas, sua fauna e flora é a experiência que a Petrobras possibilita a pesquisadores, cientistas e meros curiosos com o mapa sobre a biodiversidade da região, lançado na internet a partir de acordo com o site de buscas Google.

A partir de um simples clique com o mouse em qualquer ponto do mapa, disponível no site http://www.petrobras.com.br/biomapas, mais de 100 espécies nativas da Amazônia estarão ao alcance de todos – em seus mínimos detalhes e peculiaridades.

O mapa foi detalhado a partir dos estudos desenvolvidos pelos pesquisadores da Petrobras que analisam os ecossistemas nos arredores da província petrolífera de Urucu – base de produção da estatal na Amazônia.

A pesquisa foi realizada em parceria com centros de estudo da região, que acabaram originando o livro Biodiversidade na Província Petrolífera de Urucu, em 2008.

A partir do livro, o material foi ampliado pelo Projeto Biomapas e transformado agora em fonte de consulta na internet. Podem ser encontradas curiosidades sobre espécies nativas vegetais como a goiaba de anta, a caroba, o breu, o pará-pará, e animais, como a piaba e o estalador-do-norte.

A visualização e pesquisa de forma georreferenciada, por meio do Google Maps (e também do Google Earth), é o principal destaque do site. Gravações em vídeos e fotos sobre as expedições realizadas nos últimos anos por biólogos, engenheiros florestais e coletores locais, entre outros especialistas ambientais, estão disponíveis também no YouTube, Flickr e Picasa.

Edição: Tereza Barbosa

Petrobras diz que é possível conciliar desenvolvimento econômico com preservação ambiental

Petrobras diz que é possível conciliar desenvolvimento econômico com preservação ambiental

Nielmar de Oliveira
Repórter da agência Brasil

Rio de Janeiro - A exploração e a produção de petróleo e gás na província petrolífera de Urucu, descoberta em 1986, no coração da Amazônia, é um dos melhores exemplos de que “é possível conciliar o desenvolvimento econômico com a preservação ambiental”, disse Leonardo Sá, da Coordenação de Comunicação Digital da Petrobras.

Instalada na região desde a sua criação, em 1953, a Petrobras desenvolveu um modelo de produção sofisticado, concebido por técnicos e cientistas de várias áreas, cuja principal preocupação foi garantir a convivência entre a atividade econômica e o meio ambiente.

Segundo Sá, o projeto da província petrolífera de Urucu usa um sistema baseado em georeferenciamento de conteúdo – a Petrobras tem projetos e estudos envolvendo os cuidados que a empresa toma com a proteção ambiental e os impactos ao ecossistema na região onde atua, no coração da Floresta Amazônica. Daí as muitas associações com empresas e centros de inteligência em pesquisa ambiental por meio do Centro de Pesquisa da Petrobras (Cenpes), na Ilha do Fundão, na cidade do Rio de Janeiro.

Ele ressaltou o fato de, em parceria com algumas empresas de pesquisa, a Petrobras realizar permanentemente o mapeamento e o acompanhamento da fauna e da flora da província de Urucu.

“Esses trabalhos geraram conteúdo de caráter cientifico mesmo: fotos, discrição das espécies e das características de seus habitantes. Agora a gente incorporou a experiência em projeto junto com o Google, que resultou no mapa”.

Segundo Sá, a empresa está começando um trabalho com a Universidade Federal da Amazônia (Ufam), com o objetivo de expandir o trabalho para outros locais onde a estatal está presente.

Sá explicou que o trabalho é inicial e traz Urucu como uma vitrine da atuação consciente da estatal. Segundo ele, o trabalho serve de ponto de partida para o conhecimento científico adquirido sobre a região.

“Neste aspecto, a parceria com o Google nos permite a criação de várias plataformas, envolvendo redes sociais que se interligam. Temos vídeos complementares no canal da Petrobras no Youtub, páginas no Flikr e Picasa. Principalmente os acessos às duas plataformas do Google: Googlemaps e Googleearth”.


Edição: Tereza Barbosa

Mundo desenvolvido faria escândalo se vazamento de óleo no Golfo do México fosse no Brasil

Lula: mundo desenvolvido faria escândalo se vazamento de óleo no Golfo do México fosse no Brasil
Vitor Abdala
Repórter da Agência Brasil

Rio de Janeiro - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva criticou hoje (31) o vazamento de óleo que ocorre no Golfo do México desde abril deste ano. Segundo ele, o mundo desenvolvido teria feito um “escândalo” se acidente semelhante tivesse ocorrido com a Petrobras, na Baía de Guanabara, no Rio de Janeiro.

“Acho engraçado como a imprensa trata uma coisa dessas. Imagina se fosse a Petrobras. Imagina se fosse aqui na Baía de Guanabara, o escândalo que o mundo desenvolvido teria feito contra nós. Imagina quantas matérias contra o Brasil, que [diriam que] não sabe tomar conta do seu nariz”, disse Lula, na abertura do 10º Michelin Challenge Bibendum, no Riocentro, no Rio de Janeiro.

O vazamento de óleo ocorreu em em poço da empresa britânica BP, no Golfo do México, na Costa Sul dos Estados Unidos.

Edição: Juliana Andrade