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sábado, 30 de janeiro de 2010

Acordo climático pode não sair em 2010, diz ONU

Acordo climático pode não sair em 2010, diz ONU
sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

Por Gerard Wynn
DAVOS, Suíça (Reuters) - As negociações climáticas globais podem adentrar 2011 depois do relativo fracasso da conferência de Copenhague no mês passado, disseram na sexta-feira à Reuters o chefe climático da ONU e a nova ministra dinamarquesa para o clima.
A conferência de Copenhague deveria ter definido um novo tratado climático global para substituir o Protocolo de Kyoto a partir de 2012, mas o encontro terminou apenas com uma declaração de caráter político.
Yvo de Boer, chefe do secretariado climático da ONU, disse que não há garantias tampouco de que o novo tratado será aprovado no México, cenário da próxima reunião ministerial sobre o tema, em dezembro.
"Se podemos alcançar um acordo no México ou se precisaremos de um tempo a mais é algo que resta por ver, e ficará claro ao longo do ano", disse Boer, que participa na Suíça da reunião anual do Fórum Econômico Mundial.
Executivos participantes do evento disseram, no entanto, que há interesse em investir em tecnologias de baixa emissão de carbono a despeito dos resultados das negociações globais.
Para De Boer, "uma das lições de Copenhague foi não apressar, usar o tempo necessário para obter o pleno envolvimento de todos os países e assegurar que as pessoas estão confiantes no que está sendo definido".
A falta de confiança entre os governos e a crise econômica global complicam a busca por um acordo. Na quinta-feira, o principal negociador climático da Índia, Sham Saran, disse que o mundo "provavelmente não" irá definir um tratado ambicioso neste ano se não houver melhorias econômicas.
O impasse no mês passado ocorreu principalmente por causa da relutância dos grandes países emergentes em assumirem metas de redução de emissões de gases-estufa, e da falta de acordo sobre mecanismos financeiros e tecnológicos para ajudar países pobres a se adaptarem à mudança climática.
A Dinamarca mantém a presidência do processo climático da ONU até o encontro de dezembro em Cancún. A nova ministra do Clima do país nórdico, Lykke Friis, admitiu que é cedo para falar em sucesso no México.
"A meta final é alcançar um acordo de cumprimento juridicamente obrigatório, mas é cedo para dizer se isso ocorrerá no México. Ninguém tem o plano de jogo completo para chegar a Cancún, é isso que estamos tentando encontrar agora".
A Dinamarca ainda não sabe, por exemplo, com que valor cada país industrializado contribuiria para o fundo de 30 bilhões de dólares destinado a ajudar os países pobres a combaterem a mudança climática no período 2010-12, conforme ficou acertado no texto final da conferência de Copenhague.
O presidente mexicano, Felipe Calderón, disse que "a falta de consenso está relacionada aos problemas econômicos em cada nação, porque há custos econômicos associados à tarefa de enfrentar a mudança climática".
"Queremos em Cancún um acordo robusto, abrangente e substancial", disse ele. "Precisamos tentar aprender com nossos erros (...), precisamos devolver a confiança entre as partes".
De Boer afirmou que os países devem marcar reuniões técnicas adicionais neste ano, além das duas já previstas para Bonn, em junho, e para o México.
Ele se disse "muito contente" por receber na quinta-feira a confirmação de que os EUA haviam cumprido o prazo de 31 de janeiro para formalizar suas propostas de redução das emissões, cifras que devem constar no Acordo de Copenhague, que não terá caráter obrigatório.

EUA prometem cortar emissões do governo em 28% até 2020

EUA prometem cortar emissões do governo em 28% até 2020
sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

WASHINGTON (Reuters) - O presidente norte-americano, Barack Obama, disse nesta sexta-feira que o governo dos Estados Unidos irá reduzir em 28 por cento as suas emissões de gases do efeito estufa até 2020, graças a um decreto baixado por ele para dar um exemplo no combate à mudança climática.
A meta se baseia numa combinação de metas individuais de 35 órgãos públicos, estabelecidas em relação a um valor-base de 2008, segundo a Casa Branca.
Obama, que tenta aprovar um projeto para que o país como um todo reduza suas emissões em 17 por cento até 2020, em comparação aos níveis de 2005, disse que o governo federal tem de liderar a nação na sua busca por combustíveis menos poluentes.
"Como maiores consumidores de energia nos Estados Unidos, temos uma responsabilidade para com os cidadãos norte-americanos para reduzir nosso uso energético e nos tornar mais eficientes", disse Obama em nota.
"Nossa meta é reduzir custos, reduzir a poluição e transferir os gastos energéticos federais do petróleo para a energia local e limpa."
O governo federal gastou 24,5 bilhões de dólares em eletricidade e combustível em 2008, segundo a Casa Branca. Alcançar a meta seria equivalente a poupar 205 milhões de barris de petróleo, ou até 11 bilhões de dólares em "custos energéticos evitados" até 2020.
(Reportagem de Jeff Mason)

quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

Lula quer igualdade de condições nas negociações sobre clima

Lula quer igualdade de condições nas negociações sobre clima
quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

Por Sinara Sandri
PORTO ALEGRE (Reuters) - Em um discurso dominado por temas de política externa, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu, durante sua participação no Fórum Social Mundial na noite de terça-feira, a atuação no Brasil no Haiti e que os interesses dos países pobres devem ser respeitados nas negociações sobre o clima.
"Queremos igualdade de condições e respeito à soberania e aos interesses estratégicos de cada país", disse Lula.
Segundo o presidente, o Brasil estaria "pronto para o debate" sobre o clima e deve reafirmar as metas de redução de emissões de gases e de desmatamento em uma segunda rodada de negociações que deve acontecer ainda este ano no México. O objetivo da nova reunião seria tentar superar o fracasso da COP 15.
Para Lula, todos os países precisam assumir responsabilidade, mas as nações mais desenvolvidas devem arcar com um ônus maior.
"Cada um trate de limpar sua própria sujeira", disse o presidente.
Além da pauta ambiental, o desempenho do Brasil no Haiti também mereceu destaque no discurso presidencial. Lula anunciou que viajará ao Haiti em fevereiro e que a ajuda brasileira deve incluir a construção de unidades de saúde.
"Estamos ensinando ao mundo como uma força de paz pode atuar sem provocar ingerência no país ou praticar violência," disse o presidente.
CAMINHO DO MEIO
Em tom de balanço, Lula disse que o último ano de seu governo será dedicado a consolidar políticas públicas e institucionalizar as conferências setoriais como a Conferência de Comunicação e de Direitos Humanos. Ao defender iniciativas que estabelecem mecanismos de participação popular, aproveitou para criticar "pessoas que não gostam de chamar o povo para decidir".
"Tinha gente que imaginava que haveria uma guerra nas conferências, mas foi uma oportunidade para ver qual é o caminho do meio que poderemos construir", disse o presidente.
É a quinta vez que Lula participa do Fórum Social Mundial, em Porto Alegre. Para evitar um possível caráter eleitoral, toda a comitiva ministerial foi excluída do palco. Mesmo assim, o presidente não perdeu a oportunidade de lembrar sua candidata à sucessão.
"Quanto mesmo (será o investimento para cumprir as metas ambientais), Dilminha", dirigindo-se à ministra Dilma Rousseff (Casa Civil), sentada na primeira fileira da audiência.
O evento reuniu cerca de 7 mil pessoas, segundo estimativas da organização. Pouco mais da metade do ginásio Gigantinho foi ocupada, público bem menor que as manifestações tradicionais nas edições anteriores do Fórum.
(Edição de Alexandre Caverni)

terça-feira, 26 de janeiro de 2010

Sonho dinamarquês de virar ‘capital ambiental’ do mundo torna-se pesadelo


(Foto: AFP / ATTILA KISBENEDEK)


Sonho dinamarquês de virar ‘capital ambiental’ do mundo torna-se pesadelo

‘Acordo’ de Copenhague é uma carta de intenções sem apoio unânime.Entenda o que se esperava e o que saiu da conferência sobre clima.
Ricardo Muniz Do G1, em São Paulo


Participante da COP 15 deixa o Bella Center: ambientalistas qualificaram o 'acordo' de traição O maior encontro diplomático dos últimos tempos, realizado nas duas últimas semanas em Copenhague, capital da Dinamarca, tinha o objetivo de envolver o mundo em ações concretas para evitar o aquecimento global , uma alta descontrolada da temperatura resultante da ação humana. Mas “omissão” é a palavra que define melhor o “resultado” da 15ª Conferência das Partes (COP), a reunião anual que congrega as nações signatárias da Convenção-Quadro sobre Mudança do Clima das Nações Unidas (United Nations Framework Convention on Climate Change – UNFCCC).

Este ano a COP foi em Copenhague, capital da Dinamarca, país que sonhava em entrar para a história como o anfitrião de um acordo abrangente que substituísse o Protocolo de Kyoto, acordado em 1997 na COP 3 , sediada na cidade japonesa. Mas, para azar do mundo, o que vai constar nos anais da história será a desconcertante incapacidade de aglutinação da liderança dinamarquesa e a truculenta repressão de manifestações de ONGs ambientalistas.


Esperava-se que os países se comprometessem a cortar gases-estufa segundo as recomendações científicas do IPCC, o Painel Intergovernamental sobre Mudança Climática, explicadas em detalhes ao mundo em 2007 – portanto, nenhuma novidade. Para evitar uma alta da temperatura superior a 2°C neste século, seria preciso que as nações industrializadas cortassem suas emissões de gases-estufa em 25% a 40% até 2020, e em 80% a 95% até 2050. As não industrializadas deveriam adotar ações consistentes para frear suas emissões.

Página 776 do 4º relatório do IPCC, tabela 13.7: era isso que a ciência recomendava, mas as delegações em Copenhague não quiseram acatar (Foto: Reprodução de página do 4º relatório do IPCC, 2007)

O que saiu da Dinamarca foi uma declaração de intenções. Não tem efeito vinculante, mas mesmo que tivesse, não vincularia ninguém a nada muito decisivo. Os países admitem que de fato é bom evitar uma alta da temperatura em 2°C neste século. Daqui a cinco anos volta-se ao debate para ver se não é ainda melhor deixar escrito que é sensato tentar impedir uma alta de 1,5°C.

O “detalhe” da redução das emissões a médio prazo (2020) fica para mês que vem. Os países deverão providenciar "informações nacionais" (o “nacionais” é para ressaltar a soberania das partes) contando para a ONU como estão combatendo o aquecimento global. Objetivos de longo prazo (2050) não foram sequer mencionados.

O papel aceita tudo
No papel não há metas, mas há menção a dinheiro. Não significa que ele vai de fato pingar, porque o texto, que não tem força legal, não explica quais mecanismos institucionais seriam responsáveis pela gestão dos recursos.

Está escrito que as nações ricas se comprometem a direcionar US$ 30 bilhões nos próximos três anos para ajudar nações pobres a lidar com as alterações climáticas. Os EUA entram com US$ 3,6 bilhões; o Japão, com US$ 11 bilhões; a União Europeia, com US$ 10,6 bilhões . Os US$ 4,8 bilhões que faltam hão de ser financiados por alguém. Entre 2013 e 2020, o aporte seria elevado para US$ 100 bilhões por ano.

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Troca de palavras
A rusga entre EUA e China teria sido magicamente superada com a troca de uma dupla de palavras por outra. A China rechaçava a exigência americana de inspeções para verificar seus programas de corte de CO2 e gases similares. A dupla de termos empregados para definir essa demanda forte é "exame e avaliação". Foram substituídos por "consultas e análises", algo mais light, palatável, "não invasivo" .

Mas o financiamento de Redd (redução de emissões por desmatamento e degradação florestal) entrou na carta de intenções. Isso significa que deixar as florestas em pé poderá render dinheiro de fora.

Uma boa imagem para retratar o melancólico fim da Conferência de Copenhague (Foto: REUTERS/Pawel Kopczynski)

Leia tudo sobre a COP 15

Abaixo, lista de links para ler documentos oficiais sobre aquecimento:

Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima
Protocolo de Kyoto
Site do IPCC
Resumo oficial do 4º relatório do IPCC
Acordo de Copenhague

Globo.com

domingo, 24 de janeiro de 2010

Chefe de clima da ONU descarta renúncia após erro sobre geleiras

Chefe de clima da ONU descarta renúncia após erro sobre geleiras
sábado, 23 de janeiro de 2010

Por Matthias Williams
NOVA DÉLHI (Reuters) - O chefe do painel da ONU (Organização das Nações Unidas) de cientistas do clima prometeu neste sábado tornar mais rígidos os procedimentos de pesquisas, mas descartou deixar o cargo após um uma projeção errônea de que as geleiras do Himalaia desapareceriam até 2035.
Um relatório de 2007 do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC) informou que o aquecimento global poderia causar o desaparecimento de milhares de geleiras se o seu ritmo não diminuísse.
Rajendra Pachauri, chefe do painel, disse a repórteres em Nova Délhi que lamentou a inclusão da previsão no relatório, mas afirmou que o erro não deve ocultar as evidências de que as mudanças climáticas são, de fato, uma ameaça.
"Nossos procedimentos são muito rigorosos, eles são muito sólidos", disse. "Tudo o que precisamos nos certificar é do fato de que nos dedicaremos para implementar esses procedimentos."
Pachauri se esquivou de perguntas sobre se o erro poderia fortalecer os céticos do aquecimento global e poderia fazê-lo renunciar.
"Pessoas racionais veem o todo. Elas não serão distraídas por esse erro, que, claro, é lamentável", disse. "Não tenho a intenção de deixar a minha posição."
A Índia e alguns pesquisadores do clima criticaram o IPCC por exagerar no encolhimento das geleiras do Himalaia, cujo descongelamento sazonal fornece água para nações como a China e a Índia.
Se as geleiras sumissem, afetariam grandemente, na Ásia, o escoamento da água vital para a irrigação.
Falhas nos relatórios do IPCC podem ser muito danosas, pois as descobertas do órgão são um guia para políticas governamentais.
Em seu relatório de 2007, o IPCC disse estar mais de 90 por cento certo de que o ser humano era a principal causa do aquecimento global, principalmente pelo uso de combustíveis fósseis.
O polêmico parágrafo diz: "As geleiras do Himalaia estão retrocedendo mais rápido do que em qualquer outra parte do mundo e, se o ritmo atual permanecer, a probabilidade de seu desaparecimento até o ano de 2035 e talvez antes é muito alta, se a Terra continuar se aquecendo no ritmo atual".
Líderes do IPCC notaram que tal previsão sobre as geleiras não entrou no resumo final para os governos, em 2007.
Em comunicado anterior, Pachauri afirmou que o erro ocorreu porque os procedimentos não foram corretamente seguidos, e descartou a possibilidade de mais falhas.
"A possibilidade é mínima, se não inexistente", disse. "Revisaremos e fortaleceremos nossos processos daqui em diante."

sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

Minc propõe fundo de clima com emergentes para pobres



Ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, em foto de arquivo, afirmou à Reuters que o Brasil irá propor um fundo de clima com emergentes para pobres.
REUTERS/Roberto Jayme


ENTREVISTA-Minc propõe fundo de clima com emergentes para pobres
quinta-feira, 21 de janeiro de 2010


Por Raymond Colitt
BRASÍLIA (Reuters) - O Brasil irá propor a criação de um fundo em conjunto com China, Índia e África do Sul para ajudar os países pobres a se adaptar ao aquecimento global, como parte de uma tentativa mais ampla de retomar as negociações climáticas internacionais.
O ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, disse em entrevista na noite de quarta-feira que irá levar essa proposta a uma cúpula climática entre esses quatro grandes países emergentes, agrupados sob a sigla "Basic", no fim de semana em Nova Délhi.
"Sua função será ajudar os países mais pobres na adaptação à mudança climática", disse Minc, acrescentando que a China já demonstrou interesse pelo projeto.
A esperança é de que o fundo possa dar novo impulso às negociações climáticas globais, que sofreram um revés com o resultado inconclusivo da cúpula de dezembro em Copenhague. Naquela ocasião, o Basic e os Estados Unidos assinaram um acordo de cumprimento facultativo, contendo apenas princípios gerais.
Mas vários países pobres dizem que as nações industrializadas não estão se comprometendo com cortes suficientes nas suas emissões de gases do efeito estufa, além de temerem não receber tecnologia e verbas necessárias para enfrentar o aquecimento.
O encontro de Nova Délhi irá buscar soluções concretas para os países pobres, mas também destacará a necessidade de que nações ricas, especialmente os EUA, se empenhem mais, disse Minc.
"Os recursos que a gente vai colocar vai ser de uma ordem que vai chamar a atenção para como eles se estão furtando da sua responsabilidade", disse o ministro, sem citar dados.
Os países ricos prometeram 30 bilhões de dólares em verbas climáticas para o período 2010-12, e estabeleceram a meta de 100 bilhões de dólares até 2020, bem aquém do valor que os países em desenvolvimento pleiteavam.
OBAMA EM APUROS
Minc disse que o risco de o Senado dos EUA não aprovar uma nova lei de controle climático dificulta ainda mais as chances de um acordo climático global neste ano, e pode prejudicar a liderança do presidente Barack Obama nessa questão.
O futuro do projeto de lei do governo dos EUA ficou mais incerto nesta semana, quando os democratas foram derrotados numa eleição suplementar em Massachusetts, perdendo a maioria qualificada no Senado.
O ministro declarou ainda que a falta de decisões claras em Copenhague cria a necessidade de que grupos como o Basic e a União Europeia tenham posições unificadas para acelerar as negociações entre si.
De acordo com ele, Brasil, África do Sul, Índia e China devem tentar padronizar suas metas de emissões. O Brasil, por exemplo, promete atualmente cortes de até 38,9 por cento até 2020, enquanto a China sugere reduzir, no mesmo período, em 40-45 por cento a quantidade de emissões por cada dólar gerado na economia.
TECNOLOGIA
Os países do bloco Basic também devem buscar uma posição comum a respeito da transferência de tecnologia. Minc propõe medidas para criar parcerias pelas quais os países pobres recebam não só acesso às tecnologias, mas também assistência para aplicá-las adequadamente.
Países como Austrália, Canadá e Estados Unidos deveriam fornecer imediatamente a nações como China e Índia a tecnologia para o armazenamento subterrâneo de carbono, sugeriu Minc.
"Os países ricos querem que o Basic reduza as emissões e a gente pode dizer que vai reduzir. Mas vocês (ricos) têm que dar a tecnologia de ponta", disse.
O Brasil já oferece imagens de satélite para que países latino-americanos e africanos possam mensurar a destruição das suas florestas tropicais, o que contribui com até 20 por cento das emissões globais de carbono.
O país fornece também seu conhecimento em gestão de recursos hídricos e tecnologia para produzir e usar etanol combustível, que provoca poucas emissões, afirmou Minc.
Ele acrescentou ainda que o país gastará 20 por cento do seu novo fundo para a Amazônia em projetos em países vizinhos. O governo criou esse fundo no ano passado para promover o desenvolvimento sustentável e a pesquisa científica na maior floresta tropical do mundo. Os primeiros projetos beneficiados foram divulgados no mês passado.
A Noruega promete 1 bilhão de dólares para o fundo até 2015, e a Alemanha ofereceu 18 milhões de euros (26,8 milhões de dólares). Minc disse que outros três países europeus irão em breve anunciar doações.

segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

Poluição por ozônio cresce em SP


Poluição por ozônio cresce em SP
Por causa do poluente, qualidade do ar no Estado ficou inaceitável 271 vezes em 2009, contra 202 em 2008
Afra Balazina

Céu cinza - Com aumento da frota de automóveis, a cidade de São Paulo teve 51 dias com ar inaceitável no ano passado, segundo a CetesbA qualidade do ar no Estado de São Paulo ficou ruim um maior número de vezes no ano passado em comparação com 2008. No total, foram 271 ultrapassagens do padrão aceitável para a saúde provocadas pelo poluente ozônio em 2009 - em 54 casos o nível de poluição foi tão alto que levou ao estado de atenção. No ano anterior, foram 202 ultrapassagens causadas pelo ozônio - sendo que em 45 vezes se chegou ao estado de atenção. O número de ultrapassagens cresceu 34%.A mesma relação se observa ao avaliar o número de dias com qualidade do ar ruim. A capital paulista, por exemplo, teve 51 dias com ar inaceitável em 2009 e 43 dias em 2008 - um aumento de 18% - também por causa do ozônio. Os dados foram obtidos pelo Estado no Sistema de Informação de Qualidade do Ar, da Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb). Para Carlos Lacava, gerente do departamento de Desenvolvimento Tecnológico e Sustentabilidade da Cetesb, não é possível indicar, a partir desses dados, uma tendência na qualidade do ar em São Paulo. Mas ele ressalta que os níveis de poluição estão, em geral, mais estabilizados e que, para melhorá-los, é preciso investir principalmente em transporte sustentável. "Uma solução meramente tecnológica não vai ser suficiente para resolver. É necessário tirar carros das ruas", disse. Ele alerta que, enquanto o transporte público não for "mais barato, mais confortável e mais rápido", isso não acontecerá. Segundo o Detran, a capital paulista atingiu a marca de 6,7 milhões de veículos em dezembro de 2009 - incluindo carros, motos, caminhões e ônibus, entre outros. Em janeiro de 2008, por exemplo, o número era de 5,9 milhões. No Estado inteiro, até o mês passado, a frota era de 20,1 milhões de veículos.Na opinião do médico Paulo Saldiva, ligado ao Laboratório de Poluição Atmosférica da Faculdade de Medicina da USP, o diagnóstico é que a qualidade do ar em São Paulo parou de melhorar e pode até piorar nos próximos anos com o aumento da frota. "Há incentivo para a compra de carros, com a redução de impostos, e a qualidade do diesel ainda é muito ruim." O ozônio é há alguns anos o poluente que mais preocupa especialistas e autoridades em São Paulo. Para se ter uma ideia, em 2008, ele foi o único poluente responsável pela qualidade ruim do ar. No ano passado, dois dias ficaram com ar inaceitável por conta do óxido nítrico (NO2) e um dia em razão do material particulado (MP10). O monóxido de carbono (CO) e o dióxido de enxofre (SO2) não provocaram dias com ar impróprio nos últimos dois anos. O ozônio é chamado de poluente secundário por se formar a partir de reações entre óxidos de nitrogênio e compostos orgânicos voláteis, na presença de luz solar. Por sua formação estar relacionada a outros compostos e depender muito das condições meteorológicas, seu controle é mais difícil. "Com o efeito do NO2 sozinho não é preciso se preocupar. As pessoas não se intoxicam com ele. Mas, na presença de hidrocarbonetos e luz solar, o NO2 gera o ozônio, que está muito acima do desejável", diz Gabriel Murgel Branco, consultor de emissões veiculares. Os hidrocarbonetos (HC) - gases e vapores para o qual não há uma concentração totalmente segura e, por isso, não existe um padrão de qualidade do ar - também são precursores do ozônio. O consultor explica que as motos são grandes emissoras de HC. Apesar de o Programa de Controle da Poluição do Ar por Motociclos e Veículos Similares (Promot) ter metas para reduzir essa emissão, ainda não é possível ver resultados nas ruas porque a exigência só é feita para as motos novas. Mas os hidrocarbonetos também são emitidos por veículos pesados, carros, operações com solventes e até pinturas. Segundo Carlos Lacava, da Cetesb, apesar de não existir um padrão ambiental para a saúde para os hidrocarbonetos, há um nível para as emissões dos veículos que precisa ser respeitado pelas montadoras. Esse nível pode ser checado por meio de inspeções veiculares. No programa do governo federal Nota Verde, por exemplo, em que os carros são avaliados pela emissão de poluentes, um dos parâmetros considerados é a emissão de hidrocarbonetos. REVISÃO Os Estados Unidos acabam de propor um padrão mais rígido para ozônio, que ficará em consulta pública por 60 dias. Saldiva defende que o País também revise suas emissões, e não somente para o ozônio - a Organização Mundial da Saúde sugeriu padrões mais rigorosos em 2006, mas nada foi feito no Brasil desde então. Segundo o médico, se usássemos o padrão da OMS, ele seria ultrapassado constantemente. "Nossa régua está muito alta." SAIBA MAISBom: O ozônio encontrado na faixa de ar próxima do solo, onde respiramos, chamado de "mau ozônio", é tóxico. Entretanto, na estratosfera (a cerca de 25 km de altitude) o ozônio tem a importante função de proteger a Terra de raio ultravioleta emitido pelo Sol, funcionando como um filtroFormação: Chamado de poluente secundário, o ozônio resulta das reações entre os óxidos de nitrogênio e compostos orgânicos voláteis, na presença de luz solarSintomas: Quando a qualidade do ar fica inadequada pela alta concentração de ozônio, as pessoas podem sentir ardor nos olhos, nariz e garganta, além de tosse seca e cansaço. Quando a concentração do ozônio aumenta ainda mais e a qualidade do ar fica má ou péssima, há risco de mortes prematuras em pessoas com doenças respiratóriasVerde: O excesso de ozônio pode causar danos à vegetação, provocando a redução da fotossíntese e do crescimento das plantas


Jornal O Estado de S. Paulo de 18 de janeiro de 2010

terça-feira, 12 de janeiro de 2010

Emissões de carbono nos EUA devem crescer até 2011

Emissões de carbono nos EUA devem crescer até 2011, diz agência
terça-feira, 12 de janeiro de 2010 19:15

WASHINGTON (Reuters) - As emissões de dióxido de carbono pela queima de combustíveis fósseis devem crescer neste e no próximo ano nos Estados Unidos, acompanhando a recuperação econômica e dificultando a meta do governo Obama de reduzir as emissões antes de 2020, disse o principal autor de previsões energéticas para o governo nesta terça-feira.
As emissões desse gás do efeito estufa nos EUA devem crescer 1,5 por cento neste ano, chegando a 5,53 bilhões de toneladas, e mais 1,7 por cento em 2011, disse a Administração de Informação da Energia em seu relatório mensal sobre as perspectivas de curto prazo no setor.
As emissões de CO2, que representam 80 por cento do total de gases do efeito estufa emitidos pelos EUA, devem acompanhar aumentos na queima de carvão nas usinas termoelétricas e uma ligeira elevação na demanda por combustível para o transporte.
"Isso significa que a meta dos EUA será mais desafiadora", disse Kevin Book, analista da empresa ClearView Energy Partners LLC, em Washington. "Todo mundo espera que a demanda por combustíveis fósseis do transporte irá acabar se estabilizando, mas a demanda por eletricidade só sobe, mesmo com os ganhos de eficiência (energética)", acrescentou.
O presidente Barack Obama prometeu em dezembro na conferência climática da Organização das Nações Unidas (ONU) em Copenhague que seu país irá reduzir as emissões de gases do efeito estufa em 17 por cento até 2020, em comparação aos níveis de 2005. A recessão fazia a promessa de Obama parecer factível.
As emissões norte-americanas de CO2 caíram 6,1 por cento em 2009, chegando a 5,45 bilhões de toneladas, refletindo a redução do trânsito de veículos e da demanda energética por causa da recessão, segundo a Administração. Isso significava um índice 8,9 por cento inferior aos 5,98 bilhões de toneladas de 2005.
Mas a esperada recuperação econômica deve elevar a demanda industrial por eletricidade em 2,2 por cento em 2010 e 2,5 por cento em 2011, segundo a Administração. A queima de carvão, que emite mais dióxido de carbono do que qualquer outro combustível fóssil, provoca cerca de metade da eletricidade consumida nos Estados Unidos.
(Reportagem de Timothy Gardner)

segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

Brasil vai sediar conferência ambiental 20 anos depois da Eco-92

Brasil vai sediar conferência ambiental 20 anos depois da Eco-92

Luana Lourenço Repórter da Agência Brasil

Brasília - O Brasil vai sediar em 2012 a Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, já batizada de Rio+20, em referência a Eco-92, realizada no Rio de Janeiro, cidade que deve receber novamente o evento.
A conferência foi aprovada em dezembro pela Assembléia Geral das Nações Unidas. O encontro havia sido proposto em 2007 pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A ideia é avaliar e renovar os compromissos com o desenvolvimento sustentável assumidos pelos líderes mundiais na Eco-92. A Rio+20 tembém discutirá a contribuição da economia verde para o desenvolvimento sustentável e a eliminação da pobreza.
Outra tema na pauta da conferência será o debate sobre a estrutura de governança internacional na área do desenvolvimento sustentável. O modelo de consenso, que só permite decisões com a aprovação de todos os países, foi colocado em xeque na 15ª Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas, em Copenhague, que terminou sem acordo por divergências entre os países ricos e em desenvolvimento sobre as ações necessárias para enfrentar o aquecimento global.

Agência Brasil

sábado, 2 de janeiro de 2010

Papa pede mudanças no estilo de vida para salvar o meio-ambiente



Papa pede mudanças no estilo de vida para salvar o meio-ambiente
sexta-feira, 1 de janeiro de 2010 11:56


CIDADE DO VATICANO (Reuters) - O papa Bento 16 usou o tradicional pronunciamento de Ano Novo nesta sexta-feira para pedir uma mudança no estilo de vida como forma de salvar o meio-ambiente, afirmando que responsabilidade ambiental é essencial para a paz mundial.
Lembrando que líderes mundiais se reuniram em Copenhagen no mês passado na cúpula do clima promovida pela Organização das Nações Unidas, o papa afirmou que a ação em nível individual e comunitário é igualmente importante para proteger o ambiente.
"Gostaria de ressaltar a importância das escolhas dos indivíduos, famílias e dos governos locais na preservação do ambiente", afirmou o papa a milhares de fieis reunidos na praça São Pedro.
"Um objetivo compartilhado por todos, uma condição indispensável à paz, é cuidar dos recursos naturais da Terra com justiça e sabedoria."
O papa, que sofreu um susto na semana passada quando uma mulher o derrubou durante a missa de Natal, também afirmou que "responsabilidade ecológica" deve ser ensinada como parte das disciplinas escolares.
Bento 16 e seu antecessor João Paulo 2o introduziram o Vaticano firmemente na luta ambiental. No mês passado, em mensagem enviada a chefes de Estado e organizações internacionais, o papa pediu que as nações ricas assumam a responsabilidade na crise ambiental e para a redução do consumismo.