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segunda-feira, 25 de abril de 2011

As mulheres como agentes de mudança ambiental

A woman collects plastic bottles in Copacabana, Bolivia, November 2010. [AP File Photo]

Melanne Verveer serve como embaixador-em-Grande de Questões Globais da Mulher.

Hoje, ao celebrarmos o Dia da Terra, seria avisado para se concentrar sobre o papel das mulheres como líderes ambientais. Em todo o mundo, as mulheres estão a avançar a revolução verde - de transformar a agricultura na África rural, a criação de empresas em torno da tecnologia limpa na Índia, para investir em energias renováveis.

Seja na promoção da conservação, combater as alterações climáticas, proteger a biodiversidade e os ecossistemas vitais, garantindo o acesso à água, ou reduzir a poluição do ar interior, as mulheres estão em desenvolvimento e efetivação de soluções inovadoras para problemas ambientais críticos.

Isso deve vir como nenhuma surpresa.

Estudos mostram que são as mulheres que muitas vezes são mais afetados pelo aumento da frequência de eventos climáticos extremos causados ​​pela mudança climática. São as mulheres que passam frequentemente metade dos seus dias de trekking longas distâncias para buscar água e lenha, que em situações de conflito, aumenta a sua vulnerabilidade à violência sexual e baseada no género e, em todos os ambientes, reduz a quantidade de tempo para educação, emprego, puericultura, e outras actividades economicamente mais produtivas. São as mulheres que representam a maioria dos agricultores do mundo, as pequenas propriedades e que enfrentam o fardo desproporcional de insegurança alimentar.

Mulheres têm claramente uma aposta no futuro do meio ambiente e estão a tomar medidas.

Tome-vencedor do Prêmio Nobel Wangari Maathai, por exemplo, que lançou o Movimento Cinturão Verde, que plantou milhões de árvores no Quênia e transformou as mulheres em defensores poderosos de seus direitos, a boa governação e da democracia e proteção dos recursos naturais.

Habiba Sarabi, o governador da província de Bamiyan, eo governador primeira mulher no Afeganistão, criou seu primeiro parque nacional do país, Band-e Amir, protegendo 220 milhas quadrados de lagos cristalinos e cânions de pedra calcária. Seu trabalho tem inspirado as comunidades locais para se juntar seus esforços ambientais.

Maria Mavanza da Tanzânia tem ajudado centenas de mulheres da Tanzânia iniciar um negócio ambientalmente sustentável através de empréstimos de microcrédito e através de formação em contabilidade.

Albina Ruiz e sua organização, Ciudad Saludable, têm mais de 20 anos ajudou comunidades no Peru, gerenciar e reciclar o lixo, levando a ambientes mais limpos, melhor saúde para as mulheres e crianças, e oportunidades de pequenos negócios.Índia e outros países estão olhando agora para o Peru como um modelo.

"Esquadrões da Sari", grupos de mulheres ativistas ambientais no sul de Bangladesh, se uniram para formar patrulhas para proteger as florestas ameaçadas por madeireiros.

Investir nessas mulheres e outros como eles serão fundamentais para enfrentar a multiplicidade de desafios ambientais que nosso mundo enfrenta.

O que deve este investimento se parece?

Primeiro, temos de assegurar que as mulheres têm um lugar igual na tabela em processos de decisão que moldam as políticas ambientais e as decisões de investimento dos recursos naturais em todos os níveis de governo. A partir de conselhos de aldeia local, os processos de planeamento nacionais, instituições de desenvolvimento internacionais e multilaterais e fundos, é essencial que as políticas e programas sejam imbuídos de um espírito de inclusão, inovação e igualdade de participação das mulheres.

Em segundo lugar, temos de investir no papel das mulheres na economia florescente verde.

Apoiar o empreendedorismo das mulheres é particularmente essencial, como o Banco Mundial e muitos outros dados mostram que o investimento em empresas de mulheres de pequeno e médio porte é uma das melhores maneiras de conduzir o crescimento do PIB global.

Isso significa apoiar o trabalho de grupos como a Associação de Mulheres Autônomas (SEWA) da Índia, um coletivo de mais de dois milhões de mulheres pobres, que está trabalhando para aprovar em pequena escala de tecnologias limpas, tais como cookstoves limpo e lanternas solares. No processo, eles estão protegendo o ambiente e ganhar sustento para si próprios através da venda, distribuição e reparação dos produtos.

Sabemos que as mulheres enfrentam barreiras em iniciar ou expandir os negócios de pequeno e médio porte, tais como acesso à formação, tecnologia, financiamento de redes e mercados, entre outros. Estes desafios precisam ser resolvidos se o potencial das mulheres para crescer e gerar economias de subsistência verde é para ser totalmente aproveitado.

Terceiro, as mulheres e meninas devem ser dadas oportunidades para desenvolver conhecimentos e soluções para os desafios ambientais. Isso significa que temos de investir nas meninas e as oportunidades educacionais das mulheres na ciência, tecnologia, engenharia e matemática (STEM), inclusive nas ciências ambientais.

Atualmente, existem muito poucas mulheres e meninas são carreiras nestes campos.Por exemplo, as mulheres constituem menos de 20 por cento da força de trabalho profissional da energia. Precisamos fazer um trabalho melhor de remover barreiras e desenvolver oportunidades para as mulheres na ciência, através de orientação e incentivo por parte das instituições, tanto públicas como privadas, para apoiar as mulheres na ciência em todos os níveis.

Como Wangari Maathai disse uma vez: "Temos de encontrar oportunidades para fazer a mudança acontecer - é preciso não cansa, não devemos desistir, devemos persistir."Hoje, no Dia da Terra, devemos lembrar que as mulheres estão na linha de frente de conservação, e estão mudando o mundo para melhor. Temos de encontrar maneiras de ajudá-los a ter sucesso.

Nota do Editor: Esta entrada apareceu pela primeira vez no The Huffington Post .

Fonte: http://blogs.state.gov/index.php/site/entry/earth_day_women

sábado, 23 de abril de 2011

Rios Voadores usam balão como plataforma científica

Divulgação
AMAZÔNIA

Marina Franco - Planeta Sustentável - 20/04/2011






Entre os 40 balões que serão apresentados no Festival Internacional de Balonismo, que será realizado entre os dias 20 e 24 de abril na cidade de Torres/RS, um terá importância, também, para a Amazônia brasileira. Ele será usado pelo aviador e ambientalista Gérard Moss (foto), conhecido por ter realizado duas voltas ao mundo em aeronaves pequenas, para pesquisas na região feitas pelo projeto Expedição Rios Voadores*.

O balão de ar quente percorrerá os rios voadores da Amazônia, que são correntes de ar carregadas por vapor de água, que levam umidade para outras regiões do país. O objetivo é estudar o impacto do desmatamento e das mudanças climáticas sobre a Floresta, além do ciclo de chuvas que caem no Brasil e países vizinhos.

O Projeto Rios Voadores, idealizado por Gérard, segue com pesquisas feitas com a ajuda de um avião monomotor, para coletar amostras de vapor de água em altitudes de até três mil metros. O projeto foi iniciado em 2007 e conta com a participação de cientistas e pesquisadores brasileiros.

De acordo com Gerárd, a introdução de um balão no projeto ajudará na observação mais próxima e na coleta de amostras rente às copas das árvores e aos campos degradados ou de plantio. Em fevereiro, o aviador realizou alguns voos no Mato Grosso, bem rente às copas e até penetrando no dossel florestal, para avaliar a dificuldade que teria com a coleta de amostras.

* Festival Internacional de Balonismo
* Rios Voadores

quarta-feira, 13 de abril de 2011

Animais sofrem com a poluição em São Paulo

http://video.globo.com/Videos/Player/Noticias/0,,GIM1483571-7823-ANIMAIS+SOFREM+COM+A+POLUICAO+EM+SAO+PAULO,00.html

Quarta-feira, 13/04/2011
A poluição não afeta somente os seres humanos. Os animais que vivem no zoológico de São Paulo, no bairro da Água Funda, também são afetados. Dos 3,2 mil animais, pelo menos 210 morrem por ano. E o ar poluído é um dos motivos.

domingo, 3 de abril de 2011

Conferência debate futuro sustentável do país

A quarta edição da Conferência Regional sobre Mudanças Globais será realizada entre os dias 4 e 7 de abril, em São Paulo. A partir do tema O Plano Brasileiro para um Futuro Sustentável, a principal meta da conferência será contribuir para o aperfeiçoamento do Plano Nacional de Mudanças Climáticas, que prevê uma redução das emissões de gases do efeito estufa no país.

A programação engloba temas como:
- negociações internacionais;
- confiabilidade nos cenários climáticos;
- conservação da biodiversidade;
- agricultura e segurança alimentar;
- segurança hídrica;
- energia renováveis e
- vulnerabilidade das áreas costeiras e urbanas.

Já confirmaram a presença palestrantes como Guy Pierre Brasseur, do Climate Service Center da Alemanha, Marcelo Barreiro Parrilo, da Universidad de La Republica do Uruguai, Ignacy Sachs, professor emérito da Escola de Altos Estudos em Ciências Sociais (França), e Luiz Alberto Figueiredo Machado, do Ministério das Relações Exteriores. O secretário de Políticas e Programas de Pesquisa e Desenvolvimento do Ministério da Ciência e Tecnologia, Carlos Nobre, também estará presente na abertura da Conferência, como presidente honorário.

Após as palestras e discussões, será elaborado o documento Declaração Brasil Sustentável, com orientações para a formulação de políticas públicas municipais, estaduais e federais. O evento é organizado por:
- Grupo de Pesquisa de Ciências Ambientais do Instituto de Estudos Avançados, da USP;
- Academia Brasileira de Ciências;
- Painel Brasileiro de Mudanças Climáticas;
- Rede Clima e
- Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia para Mudanças Climática.

Conferência Regional sobre Mudanças Globais
Data e Horário:
4 a 7/04, 9h às 18h30
Local: Memorial da América Latina. Av. Auro Soares de Moura Andrade, 664. São Paulo/SP
Inscrições pelo site Mudanças Globais ou e-mail faleconosco@mudancasglobais.com.br
Mais informações pelo telefone (11) 3091-1685

As 10 florestas mais ameaçadas do mundo

Reprodução


HOTSPOTS


O Ano Internacional das Florestas foi lançado oficialmente hoje pela ONU. Para enfatizar a data e alertar para a importância da preservação, a ONG Conservação Internacional divulga as florestas que mais correm o risco de sumirem do mapa. Com apenas 10% de sua cobertura vegetal original, a Mata Atlântica, na costa brasileira, é uma delas

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Marina Franco - Edição: Mônica Nunes
Planeta Sustentável - 02/02/2011


Elas cobrem apenas 30% da área do planeta. Ainda assim, abrigam 80% da biodiversidade terrestre mundial. As florestas também são diretamente importantes para a sobrevivência dos humanos. Estima-se que 1,6 bilhão de pessoas dependem delas para garantir o seu sustento. Além disso, muitas das necessidades mais básicas para a sobrevivência do homem na Terra veem das interações entre as espécies de plantas e animais com os ecossistemas, como a polinização de safras agrícolas, os solos saudáveis, os remédios, o ar puro e a água doce.

Apesar de terem tanta importância, a devastação vem destruindo as florestas. Com o objetivo de alertar todo o mundo para a necessidade de conservá-las, a ONU declarou 2011 como o Ano Internacional das Florestas (Leia 2011 é o Ano Internacional das Florestas), que é inaugurado oficialmente hoje, em Nova York. A ONG CI - Conservação Internacional* aproveita a ocasião para divulgar os dez hotspots florestais mais ameaçados de extinção do mundo. Para ser considerado um hotspot, área deve ter riqueza biológica extrema, índice elevado de espécies únicas de animais e plantas, além de estar altamente degradada, com grande risco de desaparecer. No caso da lista de hotspots florestais, a CI considerou florestas que já perderam 90% ou mais de sua cobertura original e que abrigam, cada uma, pelo menos 1.500 espécies de plantas endêmicas (que só existem naquele local).

A lista inclui florestas no sudeste asiático, na Nova Zelândia, nas montanhas do centro-sul da China, na região costeira da África Oriental e na ilha de Madagascar. O Brasil aparece por conta da Mata Atlântica, que abriga cerca de 20 mil espécies de plantas, 40% delas endêmicas. Atualmente, o bioma ameaçado tem apenas 8% do que era a sua cobertura original. Veja na tabela abaixo a classificação dos hotspots florestais:



Saiba mais sobre cada floresta na galeria de fotos

“As florestas estão sendo destruídas a uma taxa alarmante para dar lugar a pastagens, plantações, mineração e expansão de áreas urbanas. Com isso, estamos destruindo nossa própria capacidade de sobreviver,” alerta Olivier Langrand, diretor de política internacional da CI. Ele lembra que, além de prestar serviços vitais para os humanos, as florestas têm potencial econômico, de prevenção de erosão e, ainda, de absorção do carbono, gás que contribui para o aquecimento global.

Para o fornecimento de água, elas também são essenciais. A CI divulga que cerca de três quartos da água doce acessível do mundo vêm de vertentes florestais. Além disso, dois terços de todas as maiores cidades de países em desenvolvimento dependem de uma floresta em sua proximidade para o suprimento de água limpa. Segundo Tracy Farrell, diretora do Programa de Conservação de Água Doce da ONG, fora as instalações de dessalinização, que são economicamente muito caras, a única forma de manter nosso suprimento de água doce é proteger as florestas remanescentes.

A CI ainda chama a atenção da contribuição das florestas para a estabilização do clima. De acordo com a ONG, os dez hotspots florestais mais ameaçados do mundo armazenam mais de 25 gigatons de carbono. Por outro lado, o desmatamento representa aproximadamente 15% das emissões totais de gases do efeito estufa.

O alerta da ONG também é dirigido aos governos, para que eles repensem seus programas de proteção e preservação de suas floresta, como afirma Langrand. “Florestas saudáveis nos oferecem os melhores meios econômicos para enfrentar os diversos desafios ambientais da mudança climática e a crescente demanda por produtos florestais”, diz.

*Conservação Internacional

Uso da madeira pode beneficiar as florestas


MADEIREIROS DO BEM



Em um primeiro momento, a ideia pode parecer controversa, mas segundo especialistas - reunidos no evento de lançamento do livro “Madeira de ponta a ponta: o caminho desde a floresta até o consumo” -, incentivar o uso da madeira proveniente de manejo sustentável pode ser o segredo para garantir a preservação das nossas florestas

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Débora Spitzcovsky - Edição: Mônica Nunes
Planeta Sustentável - 30/03/2011


O discurso de que não devemos, em hipótese alguma, derrubar árvores está tão presente no nosso dia a dia que grande parte da população vê o setor madeireiro como um ramo criminoso, que ganha dinheiro às custas da destruição das florestas. Mas não é bem assim: a utilização da madeiraproveniente de manejo sustentável não ameaça a biodiversidade e, mais do que isso, pode ser fundamental para garantir a preservação das nossas matas.

Pelo menos é o que garantem os especialistas reunidos em São Paulo, ontem, 29/03, para o lançamento do livro Madeira de ponta a ponta: o caminho desde a floresta até o consumo, produzido pela RAA - Rede Amigos da Amazônia, do GVces - Centro de Estudos em Sustentabilidade e doGVceapg - Centro de Estudos em Administração Pública e Governo, ambos da FGV.

"Há mitos na sociedade de que as florestas devem ser intocáveis e de que o uso da madeira é uma atividade criminosa, quando, na verdade, o que acontece é exatamente o contrário: atribuir valor econômico às florestas - e, consequentemente, incentivar a produção sustentável de madeira - pode ser a única ferramenta eficaz, hoje, para protegê-las", disse Estevão Braga, engenheiro ambiental e técnico do WWF-Brasil. Ele ainda lembrou que há outras atividades econômicas que podem ser realizadas de forma sustentável nas florestas, garantindo sua preservação e, também, a prosperidade econômica da região onde está situada, como, por exemplo, a extração de castanha-do-pará, borracha e bambu, no caso da floresta Amazônica.

A MADEIRA NÃO PRECISA DE SUBSTITUTA
Segundo Braga, a falta de informação faz com que muitos passem a buscar alternativas para o uso da madeira e acabem por optar por materiais que, muitas vezes, são mais insustentáveis. "É o caso do aço ou do alumínio, por exemplo, que gasta 750 vezes mais energia do que a madeira para ser produzido e, ainda, é menos duradouro", afirmou.

Para mudar essa realidade, é preciso conscientizar os consumidores sobre os benefícios da utilização da madeira proveniente de manejo sustentável. Mas, na opinião do Capitão Marcos Diniz, da Polícia Ambiental de São Paulo, esse processo de educação ambiental não deve acontecer imediatamente. "Atualmente, 33% da produção madeireira amazônica é ilegal e, segundo o Imazon - Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia, apenas 5% das atividades de manejo sustentável do país são 100% regulares. Ou seja, o modelo de produção madeireira ainda é extremamente predatório e dizer, agora, à sociedade que o consumo de madeira legal é benéfico pode ser extremamente perigoso. Muitos passarão a utilizar mais madeira, mas sem se certificar de que, realmente, estão usando um recurso legal. Principalmente, porque a madeira ilegal é mais barata", pontuou o Cap. Diniz.

Para ele, primeiro é necessário combater o comércio de madeira ilegal no país para, depois, estimular esse mercado. "Ou seja, a ação imediata deve ser a fiscalização do produtor e, também, do consumidor. A Polícia Militar de São Paulo realiza esse trabalho de fiscalização distante, junto ao comprador, e pode atestar sua eficiência. Afinal, na economia, a demanda gera a oferta. Se os atuais consumidores deixarem de se interessar pela madeira ilegal, ela será exterminada da cadeia brasileira", destacou.

O PAPEL FUNDAMENTAL DO GOVERNO
Além de ser responsável por fiscalizar a cadeia madeireira e criar políticas de incentivo ao comércio legal do recurso, o governo também é um dos principais compradores de madeira do país, o que reforça sua importância na luta pelo fim das atividades criminosas no setor. "Os governos subnacionais são responsáveis pelo consumo de cerca de um terço de toda a madeira que é produzida no país, por conta das obras públicas. Logo, detêm o poder enquanto reguladores e, também, compradores", afirmou Mário Aquino, coordenador do GVceapg.

Carlos Resende, secretário-adjunto de Florestas do Acre, , concorda: "Os grandes compradores são o melhor mecanismo de valorização das nossas matas. Afinal, ninguém desmata porque não simpatiza com a floresta, mas sim porque quer dinheiro. Se o consumidor passar a exigir madeira de origem legal, quem não se adaptar a essa realidade vai sumir do mapa". O político ainda disse que, no Acre, cerca de 96% da produção madeireira já é de manejo florestal, mas infelizmente esta não é a realidade da maioria dos Estados da Amazônia, o que faz com que o problema da produção ilegal de madeira seja gravíssimo. "Até porque, nos últimos 100 anos, cerca de 40% das florestas do mundo já deixaram de existir. Estamos correndo contra o tempo", lembrou Resende.

O livro Madeira de ponta a ponta: o caminho desde a floresta até o consumoestá disponível para download, na íntegra, no site da RAA.

Está na hora de transformar as maiores cidades brasileiras

Germano Lüders

INFRAESTRUTURA


Está na hora de transformar as maiores cidades brasileiras

As grandes cidades brasileiras padecem com uma infraestrutura sofrível de transportes, telecomunicações, saneamento e energia. Com o investimento de 330 bilhões de reais é possível mudar essa realidade em 15 anos

Alexa Salomão
Exame - 23/03/2011


"O século 19 foi o século dos impérios. O século 20, o dos estados-nações. Mas o século 21 será o século das cidades." O autor dessa máxima, traduzida em vários idiomas, é o americano Wellington Webb, que governou a cidade de Denver, no Colorado, nos Estados Unidos, entre 1991 e 2003. Webb foi uma espécie de prefeito-trator. Por três mandatos consecutivos supervisionou cerca de 7 bilhões de dólares em investimentos na infraestrutura local, cifra invejável para uma cidade de apenas 600 000 habitantes. Em parceria com a iniciativa privada, modernizou o aeroporto, reformou o centro de convenções e reurbanizou a área central, repaginando prédios históricos para receber escritórios, lojas, bares e restaurantes.

Com o choque de obras, Denver se tornou referência de cidade moderna e polo de criação de empregos. No Brasil, onde a gestão municipal é a face menos preparada da administração pública, o exemplo de Denver pode parecer um fato isolado. Mas não é o caso. Webb representa uma nova geração de prefeitos que, acompanhados de investidores, empresas e acadêmicos, entendem que as cidades têm um novo papel e miram uma única meta: planejar o inevitável crescimento urbano para melhorar a qualidade de vida dos cidadãos.

Segundo o mais recente relatório das Nações Unidas sobre crescimento urbano, 2008 foi um marco na história. Foi quando, pela primeira vez, mais de metade da população do mundo passou a viver nas cidades. Hoje, são 3,5 bilhões de pessoas. Em 2030, o contingente chegará a 4,9 bilhões. Com essa concentração ímpar de gente, as sociedades urbanas do século 21 vão ditar a geração de conhecimento, o uso dos recursos naturais e o desenvolvimento econômico global. Há outra mudança. A força motriz dessa transformação serão os países emergentes, não os desenvolvidos. Em 20 anos, as cidades da América Latina, da África e da Ásia reunirão 80% da população urbana.

Caberá aos gestores públicos de cada uma delas definir se o fenômeno vai fomentar prosperidade ou miséria. No Brasil, as cidades já abrigam 84% da população e geram 90% da riqueza. Nos próximos 40 anos, as áreas urbanas do país abrigarão 20 milhões de novos moradores, o equivalente a duas cidades de São Paulo. Para um país que tem a pretensão de se tornar potência, fica a pergunta: o que as cidades brasileiras precisam fazer para acompanhar a transformação global?

A consultoria PwC e a empresa de estudos de mercado Urban Systems Brasil traçaram, a pedido de EXAME, um raio-X da infraestrutura de quatro setores - transportes, saneamento, telecomunicações e energia - em nove das principais cidades brasileiras - São Paulo, Rio de Janeiro, Salvador, Brasília, Fortaleza, Belo Horizonte, Manaus, Recife e Porto Alegre. O levantamento mostra a realidade da estrutura urbana e indica o que será preciso fazer nos próximos 15 anos para equipará-la ao padrão das cidades mais avançadas.

O diagnóstico evidencia o que qualquer morador das metrópoles brasileiras sente na pele diariamente. Estamos muito, mas muito atrasados na garantia de um mínimo de qualidade de vida. Em São Paulo, maior cidade do hemisfério sul, mais de 1 milhão de pessoas - o equivalente a 11% da população - não estão ligadas à rede de esgoto. A cada verão, chuvas instalam o caos no trânsito de quase todas as metrópoles do país. Deslizamentos de terra matam moradores das áreas mais pobres com uma recorrência absurda. Somos também campeões mundiais de blecautes, que volta e meia deixam milhões às escuras. Os aeroportos, mesmo os recém-reformados, como o de Porto Alegre, operam bem acima do limite. E segue por aí a lista de nossas mazelas urbanas.

Resolvê-las, com boa gestão e novas tecnologias, deveria ser a prioridade. "As cidades brasileiras cresceram sem planejamento, replicando em pleno século 21 os mesmos problemas de 50 anos atrás: transporte público ineficiente, falta de saneamento básico, favelização da periferia", diz o canadense George Martine, consultor de planejamento urbano das Nações Unidas.

Rio+20 tratará de governança global, diz Besserman

Caio Coimbra/ Planeta Sustentável

ENCONTRO


Rio+20 tratará de governança global, diz Besserman

Ontem, a convite do Planeta Sustentável, o economista e ambientalista Sérgio Besserman Vianna falou sobre a conferência internacional Rio+20, da ONU. Para ele, o Rio de Janeiro tem a oportunidade de liderar as discussões, mesmo que não saia nenhum acordo. Além disso, a reunião paralela, organizada pela sociedade civil, poderá resultar em maior “ruído” político

Marina Franco - Edição: Mônica Nunes
Planeta Sustentável - 30/03/2011


A Rio+20* ou Conferência das Nações Unidas em Desenvolvimento Sustentável, que será realizada em junho do ano que vem, no Rio de Janeiro, será marcada mais por questionamentos do que respostas. Nem a ONU – Organização das Nações Unidas sabe o que sairá desta reunião. Convocou-a porque sabe dos problemas que a Terra e o meio ambiente sofrem, não por ter conhecimento sobre o que ela poderá resultar. Esta é a opinião de Sérgio Bessermann Viana, especialista em conseqüências econômicas das mudanças climáticas. “O mesmo questionamento sobre desenvolvimento sustentável aplica-se à agenda e ao significado político do que será a Rio+20: ninguém sabe”.

Besserman esteve ontem, à noite, na Editora Abril para falar a conselheiros, jornalistas, empresários e estudantes sobre as perspectivas da conferência. “É um grande prazer receber Besserman, que além de professor da PUC-SP, membro do conselho do WWF-Brasil e intelectual genial, é presidente do grupo de trabalho da prefeitura do RJ para a Rio+20”, salientou Matthew Shirts, coordenador do Planeta Sustentável, ao apresentá-lo para a platéia.

Por enquanto, o que se sabe sobre a reunião é que ela foi convocada para discutir os temas doDesenvolvimento Sustentável, da Economia Verde e do Combate à Pobreza e que sua agenda é muito vaga, apesar das especulações de especialistas (leia Rio+20: Biodiversidade, Mudanças Climáticas e Crescimento Verde). Sobre isso, Besserman informou que a CDS - Comissão de Desenvolvimento Sustentável da ONU contratou o Instituto Estocolmo para trabalhar a agenda da Rio+20. “Vamos lembrar que a Rio+20 é também a Estocolmo+40”, afirmou o economista referindo-se à Conferência de Estocolmo realizada em 1972, de onde saiu a primeira formulação sobre desenvolvimento sustentável.

Sabe-se, também, que a conferência do ano que vem não tem a intenção de formular qualquer tipo de acordo internacional, mas já se espera uma pressão da sociedade para que avance, pelo menos, nas discussões sobre ações de adaptação aos efeitos das mudanças do clima. “O Rio de Janeiro deverá receber entre 20 mil e 50 mil pessoas para a Rio+20. Temos que aplicar uma arte logística a partir da qual as reuniões oficial e a da sociedade civil se falem perfeitamente, sem a bagunça que foi a COP15 de Mudanças Climáticas, em Copenhague, e o apartheid que ocorreu durante a COP16, em Cancún”, defendeu Besserman. Também não será uma cúpula de chefes de estado, mas ele disse acreditar que muitos estarão presentes.

Para o especialista, a reunião oficial terá um tema “inescapável”: o da governança global. Delegados e autoridades oficiais deverão discutir como transformar decisões em ação. Por outro lado, aposta no potencial da reunião com integrantes da sociedade civil. “Achamos que há chances de essa reunião ser mais importante não só pela pressão que exercerá sobre governos, empresas e sociedade, como também pelo ruído político que poderá provocar”, diz. “A Rio+20 tem que ser a Praça Tahrir do desenvolvimento sustentável, e há muita chance disso acontecer”, fazendo uma analogia às reivindicações feitas na maior praça pública do Cairo que, no começo deste ano, derrubaram o presidente egípcio Hosni Mubarak.