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quarta-feira, 2 de setembro de 2009

Cinco mil pessoas discutem práticas socioambientais na Mostra Fiesp/Ciesp

Debateu assistência à saúde e outros temas importantes para a indústria e o País
A Mostra Fiesp/Ciesp de Responsabilidade Socioambiental, realizada de 25 a 27 de agosto, na sede da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), contou com cerca 5 mil participantes, entre o público inscrito e as pessoas que circulavam pela avenida Paulista e pararam para prestigiar as 20 atividades culturais realizadas por 170 artistas, no Espaço Lúdico. Ao todo foram realizados 34 debates envolvendo 143 palestrantes.A iniciativa partiu do Comitê de Responsabilidade Social (Cores) da Fiesp. A diretora do Comitê, Eliane Belfort, sinalizou que "esta terceira edição do evento se consolida na disseminação do tema para a indústria nacional e para formadores de opinião, pela busca de novas formas de produção e consumo sustentáveis".Assistência à Saúde, desafio para empresas brasileirasOs Estados Unidos não conseguiram resolver até hoje o fato de ter 46 milhões de pessoas sem nenhum tipo de assistência médica, problema a ser enfrentado pelo presidente Barack Obama.Com esta frase, Bóris Tabacof, presidente do Sindicato da Indústria do Papel, Papelão e Cortiça e vice-presidente do Conselho Superior de Economia (Cosec) da Fiesp, abriu o debate de uma das principais mesas da Mostra sobre “Desafios para a sustentabilidade da assistência à saúde nas empresas brasileiras”.E concluiu: “A crise econômica serviu para promover uma reflexão. Há um imenso campo de ação na área da saúde privada para entender o que se pode fazer e qual é a expectativa da indústria. A responsabilidade social, que se ocupará cada vez mais com a saúde, deverá ser uma constante não só da agenda das empresas, mas também da Fiesp”.O custo das operadoras cresce 10% ao ano quando a inflação é de 4% a 5% e há insolvência e falência dos hospitais no Brasil. Esse raio-x da saúde foi feito por Renato Barreiros, diretor do Departamento de Saúde e Qualidade de Vida da Philips do Brasil.“A boa notícia é que o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) investe R$ 2,5 bilhões no setor de saúde, incentivando fusões, aquisições e a internacionalização de laboratórios farmacêuticos”, afirmou, “mas o governo acaba transferindo a questão da saúde para a iniciativa privada”.Na opinião de Barreiros, a empresa é provedora e paga a conta três vezes: quando faz o recolhimento ao INSS para garantir a saúde dos funcionários, mais o custo da medicina suplementar, além da Lei do Ressarcimento, quando o funcionário se utiliza do serviço público e gera uma conta para a empresa.PassivoOutro ponto de atenção, segundo o debatedor, diz respeito aos artigos 30 e 31 da Lei 9.656, que podem gerar um passivo que a empresa nem sempre visualiza.“Estamos fechando levantamento com 171 grandes indústrias, no Brasil, e também fizemos acordo, em agosto, com a ANS, e cruzamos dados para descobrir qual a relevância da indústria na saúde suplementar. Dados preliminares indicam que mais de 75% dos planos de saúde são coletivos empresariais, abrigando 6,5 milhões de pessoas, o que significa uma movimentação anual de R$ 7 bilhões”, relatou Fernando Coelho, gerente-executivo de Saúde do Sesi, ao questionar se a saúde deve ser entendida como custo ou investimento.Segundo ele, 74% das indústrias pesquisadas sinalizaram que o investimento em saúde é superior a 5% da folha e 23% que se ultrapassa a casa dos 10%, dados relevantes em termos de custos.O diretor de Normas e Habilitação das Operadoras da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), Alfredo Luiz de Almeida Cardoso, alertou que o Brasil convive com um sistema duplicado:
O Sistema Único de Saúde (SUS), público, obrigatório e financiado por impostos;
E o suplementar, privado, que conta com contribuição espontânea e excludente, pois só participa quem paga por ele.Cardoso aponta que os dois sistemas não são integrados e o privado nasceu da insatisfação com o serviço público.Marco regulatório“A sustentabilidade hoje é melhor do que há 10 anos por conta da sua regulamentação. Mas, esgotada a capacidade de pagamento, urge desenvolver novos modelos e rever o marco regulatório”, analisou Cardoso.A mesma opinião é compartilhada pelo advogado Antonio Penteado Mendonça, vice-presidente do Conselho Superior de Estudos Avançados (Consea) da Fiesp. Ele lembrou a importância do investimento em saúde, “pois há aumento da produtividade e redução de acidentes do trabalho. Mas, com o avanço da medicina e com a maior expectativa de vida, em algum momento a conta da saúde não vai mais fechar”. Solange Sólon Borges, Agência Indusnet Fiesp
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Fonte: FIESP

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