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sexta-feira, 27 de novembro de 2009

Emissão do Brasil cresceu 62% entre 1990 e 2005

Emissão do Brasil cresceu 62% entre 1990 e 2005
Novos dados mostram que meta do País é mais ambiciosa que a dos EUA
João Domingos, BRASÍLIA; Herton Escobar

As emissões brasileiras de gases de efeito estufa aumentaram 62% entre 1990 e 2005, passando de 1,36 bilhão de toneladas para 2,2 bilhões, de acordo com dados preliminares do segundo inventário brasileiro de carbono, divulgados ontem. Os números foram apresentados à Comissão do Meio Ambiente do Senado pelo ministro de Ciência e Tecnologia, Sérgio Rezende. Como em 2005 o mundo emitiu cerca de 50 bilhões de toneladas, a participação brasileira no total global é de aproximadamente 4,5%. Com base no novos números do ministério, é possível recalcular o impacto da proposta que o País levará à conferência de Copenhague, no mês que vem - de reduzir em até 39% o crescimento projetado de suas emissões até 2020. Se essa meta máxima for alcançada, segundo as projeções do governo, o Brasil emitirá, em 2020, cerca de 1,65 bilhão de toneladas de gases-estufa. Isso representa, segundo cálculos feitos pelo Estado, uma redução de 25% em relação a 2005 - uma meta maior do que a proposta pelo governo americano (17%) e do que a já aprovada em lei pelo Estado de São Paulo (20%).Em relação a 1990, ano-base do Protocolo de Kyoto, haveria um aumento de 21% das emissões brasileiras. Os cálculos são baseados na projeção feita pelo governo de que o Brasil emitirá 2,7 bilhões de toneladas de gases-estufa em 2020, caso nada seja feito para controlá-las. Um estudo paralelo feito pelo Banco Mundial, porém, estima que esse crescimento será bem menor, chegando a 1,7 bilhão de toneladas em 2030 (dez anos mais tarde), o que significa que as projeções do governo podem estar superestimadas.O setor que mais emitiu dióxido de carbono (CO2) no Brasil nos últimos 15 anos, segundo as estimativas preliminares do MCT, foi o de "mudança no uso da terra e florestas", que inclui o desmatamento na Amazônia e nos outros biomas (Cerrado, Caatinga, Pantanal, Mata Atlântica e Pampas). Passou de 746 milhões de toneladas em 1990 para 1,26 bilhão em 2005 - aumento de 70%. Já o setor de energia cresceu 68% em emissões, e o da agricultura, 41%.O Brasil tem até 31 de março de 2011 para entregar a versão final do inventário à Convenção do Clima da ONU. As críticas ao fato do único inventário disponível estar extremamente defasado, porém, fizeram com que o MCT produzisse esse relatório preliminar, antes de Copenhague. Os dados do inventário anterior são de 1994.

O Estado de S. Paulo de 26 de novembro de 2009

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