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sexta-feira, 27 de novembro de 2009

Brasil e França pedem crédito de ricos contra aquecimento global

O presidente francês, Nicolas Sarkozy (e), e o presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, participam da cúpula de países amazônicos e França sobre o clima, em Manaus, nesta quinta-feira.
REUTERS/Paulo Whitaker

Brasil e França pedem crédito de ricos contra aquecimento global
quinta-feira, 26 de novembro de 2009


Por Fernando Exman
MANAUS (Reuters) - As nações ricas devem oferecer mecanismos de financiamento às mais pobres para o combate às mudanças climáticas, cobraram presidentes e representantes de países amazônicos e da França reunidos na capital do Amazonas nesta quinta-feira.
"Os pobres têm que ser apoiados sem que nenhum país abra mão de sua soberania", disse o presidente Luiz Inácio Lula da Silva em entrevista após o encontro.
Nicolas Sarkozy, presidente francês, também exigiu recursos, além de cobrar que os países ricos apresentem metas numéricas para a redução dos gases do efeito estufa na reunião de cúpula do clima em Copenhague, na Dinamarca, em dezembro.
"Copenhague deve prever somas provenientes dos países desenvolvidos em direção aos países em desenvolvimento", disse, destacando que os compromissos devem ser para desembolsos a serem realizados a curto prazo.
Para Sarkozy, 20 por cento dos desembolsos --provenientes do mercado de carbono, créditos públicos e mecanismos inovadores-- deveriam ser direcionados para a preservação de florestas.
"É preciso que cada um encontre vantagem, que ninguém se sinta enganado", comentou o presidente da França.
O encontro gerou um documento com diretrizes para balizar os países amazônicos na questão do clima. A declaração reafirmou a proposta do G-77 e da China de obter contribuições de 0,5 por cento a 1 por cento do Produto Interno Bruto (PIB) de países desenvolvidos para ações realizadas por países em desenvolvimento.
"Medidas apresentadas por países desenvolvidos como parte de um esforço de mitigação não devem gerar restrições comerciais unilaterais ou fortalecer o protecionismo comercial", acrescentou a nota.
Alvo de um protesto do Greenpeace, que pediu propostas mais ambiciosas dos líderes reunidos, o encontro de países amazônicos foi esvaziado. Além dos presidentes Lula e Sarkozy, o da Guiana, Bharrat Jagdeo, compareceu. Foram convidados também Bolívia, Colômbia, Equador, Peru, Suriname e Venezuela.
O presidente brasileiro minimizou as faltas. Argumentou que os representantes dos presidentes ausentes tinham autorização e legitimidade para falar em nome de seus governos.
"Queremos que sejam reconhecidos os esforços já feitos pelos países. Estamos assumindo responsabilidades, mas os países desenvolvidos não reconhecem esses esforços que estão nos custando (dinheiro)", disse à Reuters o ministro do Meio Ambiente peruano, Antonio Brack Egg.
COPENHAGUE
Os presidentes demonstraram otimismo sobre a reunião de Copenhague. Para Lula, há uma oportunidade de se avançar nas negociações sobre o combate ao aquecimento global.
"Há uma semana não tinha números dos Estados Unidos, não tinha números da China. Parecia que a reunião de Copenhague ia ser totalmente esvaziada, que não ia participar nenhum chefe de Estado", comentou Lula.
"Hoje os EUA já têm número. Não é o que eu gostaria, mas já têm número. A China já está apresentando número."
Sarkozy também elogiou a decisão do presidente dos EUA, Barack Obama, de apresentar uma proposta sobre o tema.
"Quero louvar a coragem do presidente Obama de estabelecer objetivos. É muito encorajador", disse o francês.

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