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domingo, 3 de abril de 2011

Rio+20 tratará de governança global, diz Besserman

Caio Coimbra/ Planeta Sustentável

ENCONTRO


Rio+20 tratará de governança global, diz Besserman

Ontem, a convite do Planeta Sustentável, o economista e ambientalista Sérgio Besserman Vianna falou sobre a conferência internacional Rio+20, da ONU. Para ele, o Rio de Janeiro tem a oportunidade de liderar as discussões, mesmo que não saia nenhum acordo. Além disso, a reunião paralela, organizada pela sociedade civil, poderá resultar em maior “ruído” político

Marina Franco - Edição: Mônica Nunes
Planeta Sustentável - 30/03/2011


A Rio+20* ou Conferência das Nações Unidas em Desenvolvimento Sustentável, que será realizada em junho do ano que vem, no Rio de Janeiro, será marcada mais por questionamentos do que respostas. Nem a ONU – Organização das Nações Unidas sabe o que sairá desta reunião. Convocou-a porque sabe dos problemas que a Terra e o meio ambiente sofrem, não por ter conhecimento sobre o que ela poderá resultar. Esta é a opinião de Sérgio Bessermann Viana, especialista em conseqüências econômicas das mudanças climáticas. “O mesmo questionamento sobre desenvolvimento sustentável aplica-se à agenda e ao significado político do que será a Rio+20: ninguém sabe”.

Besserman esteve ontem, à noite, na Editora Abril para falar a conselheiros, jornalistas, empresários e estudantes sobre as perspectivas da conferência. “É um grande prazer receber Besserman, que além de professor da PUC-SP, membro do conselho do WWF-Brasil e intelectual genial, é presidente do grupo de trabalho da prefeitura do RJ para a Rio+20”, salientou Matthew Shirts, coordenador do Planeta Sustentável, ao apresentá-lo para a platéia.

Por enquanto, o que se sabe sobre a reunião é que ela foi convocada para discutir os temas doDesenvolvimento Sustentável, da Economia Verde e do Combate à Pobreza e que sua agenda é muito vaga, apesar das especulações de especialistas (leia Rio+20: Biodiversidade, Mudanças Climáticas e Crescimento Verde). Sobre isso, Besserman informou que a CDS - Comissão de Desenvolvimento Sustentável da ONU contratou o Instituto Estocolmo para trabalhar a agenda da Rio+20. “Vamos lembrar que a Rio+20 é também a Estocolmo+40”, afirmou o economista referindo-se à Conferência de Estocolmo realizada em 1972, de onde saiu a primeira formulação sobre desenvolvimento sustentável.

Sabe-se, também, que a conferência do ano que vem não tem a intenção de formular qualquer tipo de acordo internacional, mas já se espera uma pressão da sociedade para que avance, pelo menos, nas discussões sobre ações de adaptação aos efeitos das mudanças do clima. “O Rio de Janeiro deverá receber entre 20 mil e 50 mil pessoas para a Rio+20. Temos que aplicar uma arte logística a partir da qual as reuniões oficial e a da sociedade civil se falem perfeitamente, sem a bagunça que foi a COP15 de Mudanças Climáticas, em Copenhague, e o apartheid que ocorreu durante a COP16, em Cancún”, defendeu Besserman. Também não será uma cúpula de chefes de estado, mas ele disse acreditar que muitos estarão presentes.

Para o especialista, a reunião oficial terá um tema “inescapável”: o da governança global. Delegados e autoridades oficiais deverão discutir como transformar decisões em ação. Por outro lado, aposta no potencial da reunião com integrantes da sociedade civil. “Achamos que há chances de essa reunião ser mais importante não só pela pressão que exercerá sobre governos, empresas e sociedade, como também pelo ruído político que poderá provocar”, diz. “A Rio+20 tem que ser a Praça Tahrir do desenvolvimento sustentável, e há muita chance disso acontecer”, fazendo uma analogia às reivindicações feitas na maior praça pública do Cairo que, no começo deste ano, derrubaram o presidente egípcio Hosni Mubarak.

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